GranatumCast | Temporada 2

Código Granatum | Temporada 1

Código Granatum | Temporada 1

#15

A engrenagem da proatividade

A engrenagem da proatividade

A engrenagem da proatividade
A engrenagem da proatividade
A engrenagem da proatividade

Temas Relacionados ao Episódio

Temas Relacionados ao Episódio

  • Proatividade com propósito

    Agir antes do problema explodir, com autonomia e senso de dono, olhando para impacto no cliente e no negócio.

  • Restrições > regras

    Tempo, orçamento e equipe como guias de decisão: um cenário que libera decisões melhores e mais rápidas.

  • Cultura flat e liderança situacional

    Sem hierarquia inflada: a liderança surge de afinidade e contexto; quem tem repertório puxa e resolve junto.

  • Errar faz parte (com segurança)

    Experimentação consciente, aprendizado rápido e responsabilidade compartilhada — o coletivo apoia e corrige a rota.

  • “Pedir desculpa, não permissão”

    Iniciativa acima da burocracia, com mecanismos de controle suficientes para evitar novos problemas.

  • IA como eficiência, não atalho

    Automatizar o repetitivo e manter proximidade com clientes; tecnologia acelera, mas não substitui propósito.

Transcrição do Episódio

Mariana Prado

Você está ouvindo Código Granatum. Conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e aqui comigo, Flávio Logullo, um dos cofundadores do Granatum, e o Maurício Matsuda, nosso CTO.

No Granatum, a gente fala muito sobre autonomia, responsabilidade e sobre algo que caminha junto com tudo isso, que é a proatividade. Ela aparece em vários momentos, mas quando alguém propõe uma melhoria, quando o time se organiza sozinho, quando a gente decide testar algo novo ou quando resolve algo antes que aquilo realmente vire um problema. A gente já sabe que a proatividade não é sobre fazer mais, é sobre agir com propósito, antecipar o que precisa ser feito e se manter em movimento. A proatividade se tornou parte da nossa cultura e ela é fundamental para a forma como o Granatum trabalha.

E ai, Mau e Floz, o que que é preciso para ser um time que age e não só reage?

Flavio Logullo

Eu acredito que essa é a característica principal do Granatum, que trouxe a gente até aqui, porque quando que ela acontece, quando que essa proatividade acontece? Por que vamos voltar a vários passos para trás no mercado tradicional, de uma empresa tradicional. Como é que as coisas funcionam? Você tem alguém aí responsável pelo seu trabalho e você vai executar. Então você vai ter ali a sua função de executor. Vai fazer, se aquilo der certo ou der errado, tudo bem, alguém decidiu o que deveria ser feito. E aqui no Granatum, e a gente sempre fala da WebGoal, que é a nossa empresa mãe, tudo começou dentro da WebGoal, mas desde a WebGoal, a gente sempre dependeu muito desse movimento, onde todo mundo estivesse atento a tudo que que tá sendo feito e também se sinta responsável por aquilo que tá sendo feito. Então, como aqui a gente tem uma hierarquia que é flat, que ela é horizontal, ela é mais reta, não tem hierarquias, não existe uma hierarquia de cargos e decisões. Então essa característica é fundamental para que as pessoas consigam trabalhar aqui no Granatum.

E isso é, inclusive, um dos fatores que deixa o trabalho aqui no Granatum não ser tão simples do ponto de vista de quem vem do mercado, que já está acostumado a não exercitar essa proatividade ou ainda com muito receio de exercitar essa proatividade. E parece simples, e realmente dado a estrutura que a gente vive, não é tão simples. A gente cresceu na vida acostumado com alguém decidindo o que deve ser feito, o que pode ser feito, o que não pode ser feito. Quando você se depara com uma situação de absoluta liberdade, e aí parece que é uma empresa muito louca quando fala absoluta liberdade, mas não, aqui a gente trabalha com restrições, ao invés de regras impostas. 

Então a gente tem restrição de tempo, a gente tem restrição de dinheiro, a gente tem restrição de tecnologia, de mão de obra, a gente tem restrições. Então quando você entende como trabalhar com as restrições, você se sente livre para tomar as melhores decisões em cima desse contexto que você tem, em cima dessas restrições. E essa foi a característica fundamental que trouxe a gente até aqui.

Porque todo mundo que entra aqui no Granatum, entra, é introduzido ao que é o Granatum, como a gente trabalha, o que os times fazem, o que as pessoas fazem. Então aqui a gente não tem tudo muito bem definido. A Mari, do CS é a pessoa que toca esse podcast aqui, que também é uma pessoa que atua no, já falamos um milhão de vezes sobre isso, que também atua no produto, sugerindo, melhorando. Então, a gente tem que ter essa liberdade aqui no Granatum, para que a gente consiga ter essa mobilidade, ser mais ágil nesse movimento, porque somos um time extremamente enxuto, que atende uma quantidade significativa de clientes, com um software que é significativamente grande. Assim, ele não é complexo, mas ele é grande, tem muita coisa que acontece dentro dele.

E a gente esbarra em diversos contextos, a gente pode ir para muitos lados. Então quando a gente distribui essa responsabilidade, a gente promove essa autonomia, promove que as pessoas sejam proativas no dia a dia. Quando eu vejo um problema, eu não reporto esse problema, eu atuo para resolver esse problema. Essa é a mentalidade fundamental. Quando eu vejo uma oportunidade, eu atuo para aproveitar essa oportunidade.

E como é isso? Também não é aquela coisa de desbravador, solitário, mas não se eu fiquei, vi, se eu tive contato com alguma oportunidade, com algum problema, então eu tenho que tomar a iniciativa para resolver esse problema. E aqui no Granatum, tem uma frase que é clássica do meio do empreendedorismo tradicional aí, mas que a gente usou muito também no começo, que é melhor você pedir desculpa do que pedir permissão, então faça. Faça. A gente tem todos os mecanismos, a partir do momento que você entende todas as restrições, é seguro que você faz. E pô, se errar, que vai errar e a gente erra o tempo inteiro e isso que faz a gente acertar, tudo bem. A gente, dentro desse contexto, está seguro para experimentar e praticar essa autonomia.

Maurício Matsuda

E eu acho que esse processo todo é muito influenciado pelo ambiente. Então como o Floz comentou, desde acho que, desde a nossa infância na educação, a gente não, a gente não era muito estimulado a ter esse tipo de proatividade, esse tipo de liberdade na escola, depois no mercado de trabalho e tudo mais. Então, pra muita gente isso é difícil. Chega num ambiente assim, onde você tem a liberdade, aí chega lá tá, não vai ter ninguém que vai mandar, delegar as atividades pra eu fazer, não vai ter ninguém que vai cobrar o status da atividade que eu tô fazendo. Que que eu faço? Se eu sentar e esperar não vai acontecer nada, então você vai ter que entender o que que tá acontecendo, entender o cenário para agir pensando no coletivo, no impacto que vai ter pro negócio, pro que você tá trabalhando. E não vai ter ninguém te cobrando, não vai ter ninguém mandando, não vai ter nada além desse ambiente que permita que você pense nas coisas, que você sugira que você tome decisões.

E aí, também um negócio muito legal que acontece nesse processo, que a gente percebe, como tem essa liberdade, essa produtividade, muitas vezes a gente vê um conceito que surge também nesse meio, que é a liderança estacional. Então a gente não precisa definir quem que vai ser o responsável por aquela demanda, quem que vai ser responsável em puxar tal assunto, porque aquilo vai emergir do time, dado a afinidade que alguma pessoa tenha sobre aquele assunto, o interesse e tudo mais, e a pessoa vai tomar frente daquilo e vai puxar quem precisa puxar pra trabalhar junto, e vai resolver aquilo.

Então a gente também não fica preso, por mais que não exista uma hierarquia, não quer dizer que não possa ter um líder, não possa ter alguém que puxe alguma iniciativa e traga outras pessoas junto pra fazer alguma coisa. E isso é muito legal, que estimula todo mundo a participar, se envolver mais, a fazer coisas diferentes, a sair da zona de conforto de realmente só receber uma demanda, fazer aquela demanda, entregar e acabou. Por que a gente quer que as pessoas participem, que as pessoas contribuam, pensem no que tá fazendo, se realmente aquilo que a pessoa tá fazendo faz sentido ou não faz sentido, e não simplesmente fazer por fazer, porque alguém mandou que tenha, que tenha que ser feito aquilo.

E isso faz com que, como a Mari falou no começo, a gente faça as coisas com propósito, não fazer as coisas por fazer ou porque alguém falou que tem que fazer. Então a gente vai ter muito mais entrega de valor nesse ambiente.

Flavio Logullo

Exatamente. Eu acho que tem um exemplo muito, muito louco assim, que acontece aqui. Nós somos um time muito enxuto, então atividades que são o que a gente diz aqui é manter as coisas funcionando, manter a luz acesa, essas atividades, elas têm os profissionais que tiram férias também, que se ausentam, e o que eu acho muito legal assim. Pegar um exemplo da Mari, de atuar no comercial. Então a Thaise precisou se ausentar, e aí ninguém falou pra Mari ir lá e tomar esse lugar, e se apropriar desse lugar, esse é um exemplo, falando aqui de nós três. O Maurício que, se você não tivesse aqui eu citaria você como exemplo, porque estudar, fazer um MBA sobre finanças tem a ver com o que? Vamos explicar o contexto um pouco geral. Agora a gente entende muito do nosso negócio, sabe muito o que é gestão financeira, mas lá no começo, a gente, nós éramos um coletivo de desenvolvedores, que estávamos fazendo uma ferramenta para os clientes. E os feedbacks dos clientes chegavam até nós. Então a gente quer uma DRE. Ali atrás, apesar de já empreendermos e a gente ter contato com a DRE contábil, por exemplo, a gente tinha pouco domínio do que é que a gente precisava fazer ou porque aquilo ia ser usado pelas empresas. E daí sempre quando os feedbacks vinham e a gente tinha dúvidas técnicas, de aspectos técnicos financeiros, a gente falou putz, mas porque que isso tem que ser feito e tal, a atitude do Maurício de ir fazer um MBA para começar a entender isso, essas nuances que permeiam os nossos clientes.

E a gente precisa ativamente buscar conhecimento para, no mínimo, entender o que que os nossos clientes precisam, mas agora, idealmente, antecipar todos os movimentos e propor melhores práticas do que uma boa gestão financeira. E a gente teve esse comportamento geral. Então vou falar da média de ir atrás desse conhecimento, isso é proatividade. E a grande questão, a gente falou sobre o profissional tipo T no episódio pra trás, tem muito a ver com a autonomia, tem a ver com o espectro que você domina ali, das suas características, das suas habilidades. É você olhar para um determinado problema e usar essas características, nesse seu T, para atuar de uma maneira que resolva o problema, olhando pro problema e se apropriando dele. Então esse problema também é meu.

Um exemplo, a gente tem muito cuidado com o nosso atendimento, tem muito cuidado com o contato com as pessoas, porque a gente quer continuar entendendo a linha, as linhas diferentes, linhas de diálogo que acontecem aqui entre nós e os nossos clientes, entre nós e a nossa comunidade. As pessoas que chegam até nós com dúvidas ou que baixam os materiais que a gente produz de educação. E a gente quer continuar estabelecendo essa relação muito próxima, mas a gente também tem que entender que existe uma linha de eficiência das IAs agora que precisam fazer parte do nosso serviço e, um projeto que tá acontecendo aqui, por exemplo, o Maurício olhar para uma linha e propor dentro das características, das habilidades que ele tem, propor uma melhoria em um determinado processo, pra gente tornar o nosso processo mais eficiente. Então, apesar do processo não estar diretamente relacionado com a atividade que o Maurício desenvolve aqui dentro, ele olha e se apropria desse problema.

E todo mundo assim. A gente tem um projeto, eu acho que eu comentei isso no episódio anterior, também a gente tem um projeto que foi pro ar, que veio da Raíssa, do atendimento, que é uma melhoria na ferramenta então, essa proatividade é o que a gente busca aqui dentro. E essa proatividade é o que de fato vai dar propósito pra você que trabalha. 

E pra você, que precisa ter um negócio que seja ágil, a gente vai burocratizando a medida que a gente vai crescendo os negócios e fazendo com que essa proatividade ela seja desestimulada. Então, ao contrário, a gente quer estimular cada vez mais, muito embora a proatividade também signifique erro.

Então, aqui dentro do Granatum é permitido errar e lidar com a frustração de errar é uma característica que também é muito importante para que essa proatividade ela se mantenha acesa dentro do Granatum. Por que é ruim, quando eu sugiro alguma coisa e essa ideia ela é refutada por alguém, de alguma forma, é ruim quando eu sugiro alguma coisa essa ideia é aprovada e de alguma forma essa ideia dá errado ou não dá o resultado que a gente quer, mas isso faz parte. Isso faz parte do que é a gente desenvolver um negócio, um negócio com propósito, um negócio que faça sentido não só para os acionistas ou pra corporação, pra companhia, como dizem por aí, mas pra todos os indivíduos que a compõe, os clientes, as pessoas que desenvolvem as soluções, que trabalham e de alguma forma se relacionam com nós. Então essa é a chave pra você que trabalha ou tem um negócio, desbloquear e acordar todo dia com vontade de ir aí pro seu negócio.

Mauricio Matsuda

E eu acho que, relacionado a isso do erro e tudo mais, acho que, por mais que a proatividade seja uma característica que a gente, individual, que a gente precisa que cada pessoa que trabalha no coletivo tem essa proatividade, não quer dizer que uma ação proativa de uma pessoa, seja culpa só dela. 

Quando a gente tá num coletivo, a gente entende que essa proatividade é importante, mas essa proatividade, além do impacto no coletivo que ela vai ter, a responsabilidade também é do coletivo. Então a gente precisa que as pessoas tenham essa proatividade, porque ela vai contribuir mais pro coletivo, assim como quando der algum problema, der algum erro, o coletivo vai tá lá pra dar suporte, pra ajudar no que for preciso pra resolver aquele problema que aconteceu por uma ação proativa de alguém.

Então, como o Floz disse, é muito melhor pedir desculpas do que pedir permissão sempre pra fazer alguma coisa, porque a gente, a gente quer e a gente gosta que que isso aconteça, porque a gente vê que isso tem muito mais valor, muito mais retorno pro nosso negócio do que se fosse o contrário, da gente ter muitas regras e muita hierarquia, muito comando e controle e tudo mais. Então a gente vê os grandes benefícios que a gente tem trabalhado nesse modelo. Até tem um ditado, muito comum, que fala que cachorro com muito dono morre de fome. Eu acredito que num processo, num ambiente, que tenha liberdade, proatividade, responsabilidade, eu acho que o cachorro com muito dono, no máximo acho que ele teria sobrepeso, porque daí todo mundo ia dar comida quando tivesse com o potinho vazio lá e ele ia comer um monte.

E aí é claro que a gente vai ter que ter restrições, vai ter que ter regras pra ter esse controle, de tipo, sei lá, falando no cachorro, a gente teria uma tabelinha lá pra alguém marcar ah acabei de dar comida, então só vai dar comida de noite, alguma coisa assim. E aí a gente organiza para que uma proatividade também não gere um outro problema no processo, mas então a gente consegue ver claramente como que é diferente a ação, o pensamento de cada indivíduo quando ela, quando ele tá inserido num processo assim. Então se ele vê alguma coisa com problema, ao invés dele reportar como Floz falou, a ideia é que ele pense naquilo como, o que que a gente pode fazer ou quem que eu posso chamar pra ajudar a resolver esse problema. O que a gente pode fazer para evitar que ele aconteça de novo.

E assim com tudo que acontece. Então a gente precisa sempre tá com esse pensamento no coletivo, para melhorar o nosso processo, para melhorar o nosso sistema, para melhorar a entrega de valor pro nosso cliente. E aí esse processo de proatividade é o que faz com que a gente ande mais rápido, com que todos consigam participar, contribuir. Com mais visões, que a gente vai ter com várias pessoas, seria, é bem melhor do que a gente ficar dependendo de uma pessoa que vai decidir tudo, vai dá o norte pra onde a gente quer ir, pra onde a gente tem que ir e tudo mais. Então são vários pontos que a gente consegue ver de benefícios nesse modelo que a gente trabalha.

Mariana Prado

É muito legal ouvir vocês falando, porque é isso, a proatividade ela tá muito relacionada com o cuidar, com o trabalho, com as pessoas, com impacto que isso vai gerar e não necessariamente tem a ver com acertar o tempo todo. Então eu não vou ser proativa só quando eu vou acertar ou quando eu vou fazer aquilo que vai realmente funcionar ou mudar a vida do nosso cliente ou mudar a vida do nosso software. A proatividade ela pode tá nas pequenas ações, nos nossos pequenos gestos e muito mais com esse olhar de coragem de se expor, de expor a sua opinião, de expor o seu ponto de vista, para contribuir sem esse olhar tanto do julgamento do certo e do errado, porque você sabe que você tá num espaço seguro para propor as suas ideias e que todo mundo ali não tá olhando pro indivíduo em si, mas tá olhando pro que que vai trazer o maior benefício pro coletivo.

Então aceitar que as suas ideias às vezes elas não vão ser as melhores, vai ser frustrante vai, mas você vai aos poucos lidando com isso e entendendo que a gente tá olhando pra todo esse movimento em prol da cultura, em prol do sistema, em prol do Granatum e do valor que isso vai gerar dentro da comunidade que a gente tá. Se você acredita que a proatividade é o motor de times maduros e de negócios mais conscientes, compartilhe esse episódio com quem vai gostar dessa conversa. 

Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana.

Mariana Prado

Você está ouvindo Código Granatum. Conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e aqui comigo, Flávio Logullo, um dos cofundadores do Granatum, e o Maurício Matsuda, nosso CTO.

No Granatum, a gente fala muito sobre autonomia, responsabilidade e sobre algo que caminha junto com tudo isso, que é a proatividade. Ela aparece em vários momentos, mas quando alguém propõe uma melhoria, quando o time se organiza sozinho, quando a gente decide testar algo novo ou quando resolve algo antes que aquilo realmente vire um problema. A gente já sabe que a proatividade não é sobre fazer mais, é sobre agir com propósito, antecipar o que precisa ser feito e se manter em movimento. A proatividade se tornou parte da nossa cultura e ela é fundamental para a forma como o Granatum trabalha.

E ai, Mau e Floz, o que que é preciso para ser um time que age e não só reage?

Flavio Logullo

Eu acredito que essa é a característica principal do Granatum, que trouxe a gente até aqui, porque quando que ela acontece, quando que essa proatividade acontece? Por que vamos voltar a vários passos para trás no mercado tradicional, de uma empresa tradicional. Como é que as coisas funcionam? Você tem alguém aí responsável pelo seu trabalho e você vai executar. Então você vai ter ali a sua função de executor. Vai fazer, se aquilo der certo ou der errado, tudo bem, alguém decidiu o que deveria ser feito. E aqui no Granatum, e a gente sempre fala da WebGoal, que é a nossa empresa mãe, tudo começou dentro da WebGoal, mas desde a WebGoal, a gente sempre dependeu muito desse movimento, onde todo mundo estivesse atento a tudo que que tá sendo feito e também se sinta responsável por aquilo que tá sendo feito. Então, como aqui a gente tem uma hierarquia que é flat, que ela é horizontal, ela é mais reta, não tem hierarquias, não existe uma hierarquia de cargos e decisões. Então essa característica é fundamental para que as pessoas consigam trabalhar aqui no Granatum.

E isso é, inclusive, um dos fatores que deixa o trabalho aqui no Granatum não ser tão simples do ponto de vista de quem vem do mercado, que já está acostumado a não exercitar essa proatividade ou ainda com muito receio de exercitar essa proatividade. E parece simples, e realmente dado a estrutura que a gente vive, não é tão simples. A gente cresceu na vida acostumado com alguém decidindo o que deve ser feito, o que pode ser feito, o que não pode ser feito. Quando você se depara com uma situação de absoluta liberdade, e aí parece que é uma empresa muito louca quando fala absoluta liberdade, mas não, aqui a gente trabalha com restrições, ao invés de regras impostas. 

Então a gente tem restrição de tempo, a gente tem restrição de dinheiro, a gente tem restrição de tecnologia, de mão de obra, a gente tem restrições. Então quando você entende como trabalhar com as restrições, você se sente livre para tomar as melhores decisões em cima desse contexto que você tem, em cima dessas restrições. E essa foi a característica fundamental que trouxe a gente até aqui.

Porque todo mundo que entra aqui no Granatum, entra, é introduzido ao que é o Granatum, como a gente trabalha, o que os times fazem, o que as pessoas fazem. Então aqui a gente não tem tudo muito bem definido. A Mari, do CS é a pessoa que toca esse podcast aqui, que também é uma pessoa que atua no, já falamos um milhão de vezes sobre isso, que também atua no produto, sugerindo, melhorando. Então, a gente tem que ter essa liberdade aqui no Granatum, para que a gente consiga ter essa mobilidade, ser mais ágil nesse movimento, porque somos um time extremamente enxuto, que atende uma quantidade significativa de clientes, com um software que é significativamente grande. Assim, ele não é complexo, mas ele é grande, tem muita coisa que acontece dentro dele.

E a gente esbarra em diversos contextos, a gente pode ir para muitos lados. Então quando a gente distribui essa responsabilidade, a gente promove essa autonomia, promove que as pessoas sejam proativas no dia a dia. Quando eu vejo um problema, eu não reporto esse problema, eu atuo para resolver esse problema. Essa é a mentalidade fundamental. Quando eu vejo uma oportunidade, eu atuo para aproveitar essa oportunidade.

E como é isso? Também não é aquela coisa de desbravador, solitário, mas não se eu fiquei, vi, se eu tive contato com alguma oportunidade, com algum problema, então eu tenho que tomar a iniciativa para resolver esse problema. E aqui no Granatum, tem uma frase que é clássica do meio do empreendedorismo tradicional aí, mas que a gente usou muito também no começo, que é melhor você pedir desculpa do que pedir permissão, então faça. Faça. A gente tem todos os mecanismos, a partir do momento que você entende todas as restrições, é seguro que você faz. E pô, se errar, que vai errar e a gente erra o tempo inteiro e isso que faz a gente acertar, tudo bem. A gente, dentro desse contexto, está seguro para experimentar e praticar essa autonomia.

Maurício Matsuda

E eu acho que esse processo todo é muito influenciado pelo ambiente. Então como o Floz comentou, desde acho que, desde a nossa infância na educação, a gente não, a gente não era muito estimulado a ter esse tipo de proatividade, esse tipo de liberdade na escola, depois no mercado de trabalho e tudo mais. Então, pra muita gente isso é difícil. Chega num ambiente assim, onde você tem a liberdade, aí chega lá tá, não vai ter ninguém que vai mandar, delegar as atividades pra eu fazer, não vai ter ninguém que vai cobrar o status da atividade que eu tô fazendo. Que que eu faço? Se eu sentar e esperar não vai acontecer nada, então você vai ter que entender o que que tá acontecendo, entender o cenário para agir pensando no coletivo, no impacto que vai ter pro negócio, pro que você tá trabalhando. E não vai ter ninguém te cobrando, não vai ter ninguém mandando, não vai ter nada além desse ambiente que permita que você pense nas coisas, que você sugira que você tome decisões.

E aí, também um negócio muito legal que acontece nesse processo, que a gente percebe, como tem essa liberdade, essa produtividade, muitas vezes a gente vê um conceito que surge também nesse meio, que é a liderança estacional. Então a gente não precisa definir quem que vai ser o responsável por aquela demanda, quem que vai ser responsável em puxar tal assunto, porque aquilo vai emergir do time, dado a afinidade que alguma pessoa tenha sobre aquele assunto, o interesse e tudo mais, e a pessoa vai tomar frente daquilo e vai puxar quem precisa puxar pra trabalhar junto, e vai resolver aquilo.

Então a gente também não fica preso, por mais que não exista uma hierarquia, não quer dizer que não possa ter um líder, não possa ter alguém que puxe alguma iniciativa e traga outras pessoas junto pra fazer alguma coisa. E isso é muito legal, que estimula todo mundo a participar, se envolver mais, a fazer coisas diferentes, a sair da zona de conforto de realmente só receber uma demanda, fazer aquela demanda, entregar e acabou. Por que a gente quer que as pessoas participem, que as pessoas contribuam, pensem no que tá fazendo, se realmente aquilo que a pessoa tá fazendo faz sentido ou não faz sentido, e não simplesmente fazer por fazer, porque alguém mandou que tenha, que tenha que ser feito aquilo.

E isso faz com que, como a Mari falou no começo, a gente faça as coisas com propósito, não fazer as coisas por fazer ou porque alguém falou que tem que fazer. Então a gente vai ter muito mais entrega de valor nesse ambiente.

Flavio Logullo

Exatamente. Eu acho que tem um exemplo muito, muito louco assim, que acontece aqui. Nós somos um time muito enxuto, então atividades que são o que a gente diz aqui é manter as coisas funcionando, manter a luz acesa, essas atividades, elas têm os profissionais que tiram férias também, que se ausentam, e o que eu acho muito legal assim. Pegar um exemplo da Mari, de atuar no comercial. Então a Thaise precisou se ausentar, e aí ninguém falou pra Mari ir lá e tomar esse lugar, e se apropriar desse lugar, esse é um exemplo, falando aqui de nós três. O Maurício que, se você não tivesse aqui eu citaria você como exemplo, porque estudar, fazer um MBA sobre finanças tem a ver com o que? Vamos explicar o contexto um pouco geral. Agora a gente entende muito do nosso negócio, sabe muito o que é gestão financeira, mas lá no começo, a gente, nós éramos um coletivo de desenvolvedores, que estávamos fazendo uma ferramenta para os clientes. E os feedbacks dos clientes chegavam até nós. Então a gente quer uma DRE. Ali atrás, apesar de já empreendermos e a gente ter contato com a DRE contábil, por exemplo, a gente tinha pouco domínio do que é que a gente precisava fazer ou porque aquilo ia ser usado pelas empresas. E daí sempre quando os feedbacks vinham e a gente tinha dúvidas técnicas, de aspectos técnicos financeiros, a gente falou putz, mas porque que isso tem que ser feito e tal, a atitude do Maurício de ir fazer um MBA para começar a entender isso, essas nuances que permeiam os nossos clientes.

E a gente precisa ativamente buscar conhecimento para, no mínimo, entender o que que os nossos clientes precisam, mas agora, idealmente, antecipar todos os movimentos e propor melhores práticas do que uma boa gestão financeira. E a gente teve esse comportamento geral. Então vou falar da média de ir atrás desse conhecimento, isso é proatividade. E a grande questão, a gente falou sobre o profissional tipo T no episódio pra trás, tem muito a ver com a autonomia, tem a ver com o espectro que você domina ali, das suas características, das suas habilidades. É você olhar para um determinado problema e usar essas características, nesse seu T, para atuar de uma maneira que resolva o problema, olhando pro problema e se apropriando dele. Então esse problema também é meu.

Um exemplo, a gente tem muito cuidado com o nosso atendimento, tem muito cuidado com o contato com as pessoas, porque a gente quer continuar entendendo a linha, as linhas diferentes, linhas de diálogo que acontecem aqui entre nós e os nossos clientes, entre nós e a nossa comunidade. As pessoas que chegam até nós com dúvidas ou que baixam os materiais que a gente produz de educação. E a gente quer continuar estabelecendo essa relação muito próxima, mas a gente também tem que entender que existe uma linha de eficiência das IAs agora que precisam fazer parte do nosso serviço e, um projeto que tá acontecendo aqui, por exemplo, o Maurício olhar para uma linha e propor dentro das características, das habilidades que ele tem, propor uma melhoria em um determinado processo, pra gente tornar o nosso processo mais eficiente. Então, apesar do processo não estar diretamente relacionado com a atividade que o Maurício desenvolve aqui dentro, ele olha e se apropria desse problema.

E todo mundo assim. A gente tem um projeto, eu acho que eu comentei isso no episódio anterior, também a gente tem um projeto que foi pro ar, que veio da Raíssa, do atendimento, que é uma melhoria na ferramenta então, essa proatividade é o que a gente busca aqui dentro. E essa proatividade é o que de fato vai dar propósito pra você que trabalha. 

E pra você, que precisa ter um negócio que seja ágil, a gente vai burocratizando a medida que a gente vai crescendo os negócios e fazendo com que essa proatividade ela seja desestimulada. Então, ao contrário, a gente quer estimular cada vez mais, muito embora a proatividade também signifique erro.

Então, aqui dentro do Granatum é permitido errar e lidar com a frustração de errar é uma característica que também é muito importante para que essa proatividade ela se mantenha acesa dentro do Granatum. Por que é ruim, quando eu sugiro alguma coisa e essa ideia ela é refutada por alguém, de alguma forma, é ruim quando eu sugiro alguma coisa essa ideia é aprovada e de alguma forma essa ideia dá errado ou não dá o resultado que a gente quer, mas isso faz parte. Isso faz parte do que é a gente desenvolver um negócio, um negócio com propósito, um negócio que faça sentido não só para os acionistas ou pra corporação, pra companhia, como dizem por aí, mas pra todos os indivíduos que a compõe, os clientes, as pessoas que desenvolvem as soluções, que trabalham e de alguma forma se relacionam com nós. Então essa é a chave pra você que trabalha ou tem um negócio, desbloquear e acordar todo dia com vontade de ir aí pro seu negócio.

Mauricio Matsuda

E eu acho que, relacionado a isso do erro e tudo mais, acho que, por mais que a proatividade seja uma característica que a gente, individual, que a gente precisa que cada pessoa que trabalha no coletivo tem essa proatividade, não quer dizer que uma ação proativa de uma pessoa, seja culpa só dela. 

Quando a gente tá num coletivo, a gente entende que essa proatividade é importante, mas essa proatividade, além do impacto no coletivo que ela vai ter, a responsabilidade também é do coletivo. Então a gente precisa que as pessoas tenham essa proatividade, porque ela vai contribuir mais pro coletivo, assim como quando der algum problema, der algum erro, o coletivo vai tá lá pra dar suporte, pra ajudar no que for preciso pra resolver aquele problema que aconteceu por uma ação proativa de alguém.

Então, como o Floz disse, é muito melhor pedir desculpas do que pedir permissão sempre pra fazer alguma coisa, porque a gente, a gente quer e a gente gosta que que isso aconteça, porque a gente vê que isso tem muito mais valor, muito mais retorno pro nosso negócio do que se fosse o contrário, da gente ter muitas regras e muita hierarquia, muito comando e controle e tudo mais. Então a gente vê os grandes benefícios que a gente tem trabalhado nesse modelo. Até tem um ditado, muito comum, que fala que cachorro com muito dono morre de fome. Eu acredito que num processo, num ambiente, que tenha liberdade, proatividade, responsabilidade, eu acho que o cachorro com muito dono, no máximo acho que ele teria sobrepeso, porque daí todo mundo ia dar comida quando tivesse com o potinho vazio lá e ele ia comer um monte.

E aí é claro que a gente vai ter que ter restrições, vai ter que ter regras pra ter esse controle, de tipo, sei lá, falando no cachorro, a gente teria uma tabelinha lá pra alguém marcar ah acabei de dar comida, então só vai dar comida de noite, alguma coisa assim. E aí a gente organiza para que uma proatividade também não gere um outro problema no processo, mas então a gente consegue ver claramente como que é diferente a ação, o pensamento de cada indivíduo quando ela, quando ele tá inserido num processo assim. Então se ele vê alguma coisa com problema, ao invés dele reportar como Floz falou, a ideia é que ele pense naquilo como, o que que a gente pode fazer ou quem que eu posso chamar pra ajudar a resolver esse problema. O que a gente pode fazer para evitar que ele aconteça de novo.

E assim com tudo que acontece. Então a gente precisa sempre tá com esse pensamento no coletivo, para melhorar o nosso processo, para melhorar o nosso sistema, para melhorar a entrega de valor pro nosso cliente. E aí esse processo de proatividade é o que faz com que a gente ande mais rápido, com que todos consigam participar, contribuir. Com mais visões, que a gente vai ter com várias pessoas, seria, é bem melhor do que a gente ficar dependendo de uma pessoa que vai decidir tudo, vai dá o norte pra onde a gente quer ir, pra onde a gente tem que ir e tudo mais. Então são vários pontos que a gente consegue ver de benefícios nesse modelo que a gente trabalha.

Mariana Prado

É muito legal ouvir vocês falando, porque é isso, a proatividade ela tá muito relacionada com o cuidar, com o trabalho, com as pessoas, com impacto que isso vai gerar e não necessariamente tem a ver com acertar o tempo todo. Então eu não vou ser proativa só quando eu vou acertar ou quando eu vou fazer aquilo que vai realmente funcionar ou mudar a vida do nosso cliente ou mudar a vida do nosso software. A proatividade ela pode tá nas pequenas ações, nos nossos pequenos gestos e muito mais com esse olhar de coragem de se expor, de expor a sua opinião, de expor o seu ponto de vista, para contribuir sem esse olhar tanto do julgamento do certo e do errado, porque você sabe que você tá num espaço seguro para propor as suas ideias e que todo mundo ali não tá olhando pro indivíduo em si, mas tá olhando pro que que vai trazer o maior benefício pro coletivo.

Então aceitar que as suas ideias às vezes elas não vão ser as melhores, vai ser frustrante vai, mas você vai aos poucos lidando com isso e entendendo que a gente tá olhando pra todo esse movimento em prol da cultura, em prol do sistema, em prol do Granatum e do valor que isso vai gerar dentro da comunidade que a gente tá. Se você acredita que a proatividade é o motor de times maduros e de negócios mais conscientes, compartilhe esse episódio com quem vai gostar dessa conversa. 

Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana.

Mariana Prado

Você está ouvindo Código Granatum. Conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e aqui comigo, Flávio Logullo, um dos cofundadores do Granatum, e o Maurício Matsuda, nosso CTO.

No Granatum, a gente fala muito sobre autonomia, responsabilidade e sobre algo que caminha junto com tudo isso, que é a proatividade. Ela aparece em vários momentos, mas quando alguém propõe uma melhoria, quando o time se organiza sozinho, quando a gente decide testar algo novo ou quando resolve algo antes que aquilo realmente vire um problema. A gente já sabe que a proatividade não é sobre fazer mais, é sobre agir com propósito, antecipar o que precisa ser feito e se manter em movimento. A proatividade se tornou parte da nossa cultura e ela é fundamental para a forma como o Granatum trabalha.

E ai, Mau e Floz, o que que é preciso para ser um time que age e não só reage?

Flavio Logullo

Eu acredito que essa é a característica principal do Granatum, que trouxe a gente até aqui, porque quando que ela acontece, quando que essa proatividade acontece? Por que vamos voltar a vários passos para trás no mercado tradicional, de uma empresa tradicional. Como é que as coisas funcionam? Você tem alguém aí responsável pelo seu trabalho e você vai executar. Então você vai ter ali a sua função de executor. Vai fazer, se aquilo der certo ou der errado, tudo bem, alguém decidiu o que deveria ser feito. E aqui no Granatum, e a gente sempre fala da WebGoal, que é a nossa empresa mãe, tudo começou dentro da WebGoal, mas desde a WebGoal, a gente sempre dependeu muito desse movimento, onde todo mundo estivesse atento a tudo que que tá sendo feito e também se sinta responsável por aquilo que tá sendo feito. Então, como aqui a gente tem uma hierarquia que é flat, que ela é horizontal, ela é mais reta, não tem hierarquias, não existe uma hierarquia de cargos e decisões. Então essa característica é fundamental para que as pessoas consigam trabalhar aqui no Granatum.

E isso é, inclusive, um dos fatores que deixa o trabalho aqui no Granatum não ser tão simples do ponto de vista de quem vem do mercado, que já está acostumado a não exercitar essa proatividade ou ainda com muito receio de exercitar essa proatividade. E parece simples, e realmente dado a estrutura que a gente vive, não é tão simples. A gente cresceu na vida acostumado com alguém decidindo o que deve ser feito, o que pode ser feito, o que não pode ser feito. Quando você se depara com uma situação de absoluta liberdade, e aí parece que é uma empresa muito louca quando fala absoluta liberdade, mas não, aqui a gente trabalha com restrições, ao invés de regras impostas. 

Então a gente tem restrição de tempo, a gente tem restrição de dinheiro, a gente tem restrição de tecnologia, de mão de obra, a gente tem restrições. Então quando você entende como trabalhar com as restrições, você se sente livre para tomar as melhores decisões em cima desse contexto que você tem, em cima dessas restrições. E essa foi a característica fundamental que trouxe a gente até aqui.

Porque todo mundo que entra aqui no Granatum, entra, é introduzido ao que é o Granatum, como a gente trabalha, o que os times fazem, o que as pessoas fazem. Então aqui a gente não tem tudo muito bem definido. A Mari, do CS é a pessoa que toca esse podcast aqui, que também é uma pessoa que atua no, já falamos um milhão de vezes sobre isso, que também atua no produto, sugerindo, melhorando. Então, a gente tem que ter essa liberdade aqui no Granatum, para que a gente consiga ter essa mobilidade, ser mais ágil nesse movimento, porque somos um time extremamente enxuto, que atende uma quantidade significativa de clientes, com um software que é significativamente grande. Assim, ele não é complexo, mas ele é grande, tem muita coisa que acontece dentro dele.

E a gente esbarra em diversos contextos, a gente pode ir para muitos lados. Então quando a gente distribui essa responsabilidade, a gente promove essa autonomia, promove que as pessoas sejam proativas no dia a dia. Quando eu vejo um problema, eu não reporto esse problema, eu atuo para resolver esse problema. Essa é a mentalidade fundamental. Quando eu vejo uma oportunidade, eu atuo para aproveitar essa oportunidade.

E como é isso? Também não é aquela coisa de desbravador, solitário, mas não se eu fiquei, vi, se eu tive contato com alguma oportunidade, com algum problema, então eu tenho que tomar a iniciativa para resolver esse problema. E aqui no Granatum, tem uma frase que é clássica do meio do empreendedorismo tradicional aí, mas que a gente usou muito também no começo, que é melhor você pedir desculpa do que pedir permissão, então faça. Faça. A gente tem todos os mecanismos, a partir do momento que você entende todas as restrições, é seguro que você faz. E pô, se errar, que vai errar e a gente erra o tempo inteiro e isso que faz a gente acertar, tudo bem. A gente, dentro desse contexto, está seguro para experimentar e praticar essa autonomia.

Maurício Matsuda

E eu acho que esse processo todo é muito influenciado pelo ambiente. Então como o Floz comentou, desde acho que, desde a nossa infância na educação, a gente não, a gente não era muito estimulado a ter esse tipo de proatividade, esse tipo de liberdade na escola, depois no mercado de trabalho e tudo mais. Então, pra muita gente isso é difícil. Chega num ambiente assim, onde você tem a liberdade, aí chega lá tá, não vai ter ninguém que vai mandar, delegar as atividades pra eu fazer, não vai ter ninguém que vai cobrar o status da atividade que eu tô fazendo. Que que eu faço? Se eu sentar e esperar não vai acontecer nada, então você vai ter que entender o que que tá acontecendo, entender o cenário para agir pensando no coletivo, no impacto que vai ter pro negócio, pro que você tá trabalhando. E não vai ter ninguém te cobrando, não vai ter ninguém mandando, não vai ter nada além desse ambiente que permita que você pense nas coisas, que você sugira que você tome decisões.

E aí, também um negócio muito legal que acontece nesse processo, que a gente percebe, como tem essa liberdade, essa produtividade, muitas vezes a gente vê um conceito que surge também nesse meio, que é a liderança estacional. Então a gente não precisa definir quem que vai ser o responsável por aquela demanda, quem que vai ser responsável em puxar tal assunto, porque aquilo vai emergir do time, dado a afinidade que alguma pessoa tenha sobre aquele assunto, o interesse e tudo mais, e a pessoa vai tomar frente daquilo e vai puxar quem precisa puxar pra trabalhar junto, e vai resolver aquilo.

Então a gente também não fica preso, por mais que não exista uma hierarquia, não quer dizer que não possa ter um líder, não possa ter alguém que puxe alguma iniciativa e traga outras pessoas junto pra fazer alguma coisa. E isso é muito legal, que estimula todo mundo a participar, se envolver mais, a fazer coisas diferentes, a sair da zona de conforto de realmente só receber uma demanda, fazer aquela demanda, entregar e acabou. Por que a gente quer que as pessoas participem, que as pessoas contribuam, pensem no que tá fazendo, se realmente aquilo que a pessoa tá fazendo faz sentido ou não faz sentido, e não simplesmente fazer por fazer, porque alguém mandou que tenha, que tenha que ser feito aquilo.

E isso faz com que, como a Mari falou no começo, a gente faça as coisas com propósito, não fazer as coisas por fazer ou porque alguém falou que tem que fazer. Então a gente vai ter muito mais entrega de valor nesse ambiente.

Flavio Logullo

Exatamente. Eu acho que tem um exemplo muito, muito louco assim, que acontece aqui. Nós somos um time muito enxuto, então atividades que são o que a gente diz aqui é manter as coisas funcionando, manter a luz acesa, essas atividades, elas têm os profissionais que tiram férias também, que se ausentam, e o que eu acho muito legal assim. Pegar um exemplo da Mari, de atuar no comercial. Então a Thaise precisou se ausentar, e aí ninguém falou pra Mari ir lá e tomar esse lugar, e se apropriar desse lugar, esse é um exemplo, falando aqui de nós três. O Maurício que, se você não tivesse aqui eu citaria você como exemplo, porque estudar, fazer um MBA sobre finanças tem a ver com o que? Vamos explicar o contexto um pouco geral. Agora a gente entende muito do nosso negócio, sabe muito o que é gestão financeira, mas lá no começo, a gente, nós éramos um coletivo de desenvolvedores, que estávamos fazendo uma ferramenta para os clientes. E os feedbacks dos clientes chegavam até nós. Então a gente quer uma DRE. Ali atrás, apesar de já empreendermos e a gente ter contato com a DRE contábil, por exemplo, a gente tinha pouco domínio do que é que a gente precisava fazer ou porque aquilo ia ser usado pelas empresas. E daí sempre quando os feedbacks vinham e a gente tinha dúvidas técnicas, de aspectos técnicos financeiros, a gente falou putz, mas porque que isso tem que ser feito e tal, a atitude do Maurício de ir fazer um MBA para começar a entender isso, essas nuances que permeiam os nossos clientes.

E a gente precisa ativamente buscar conhecimento para, no mínimo, entender o que que os nossos clientes precisam, mas agora, idealmente, antecipar todos os movimentos e propor melhores práticas do que uma boa gestão financeira. E a gente teve esse comportamento geral. Então vou falar da média de ir atrás desse conhecimento, isso é proatividade. E a grande questão, a gente falou sobre o profissional tipo T no episódio pra trás, tem muito a ver com a autonomia, tem a ver com o espectro que você domina ali, das suas características, das suas habilidades. É você olhar para um determinado problema e usar essas características, nesse seu T, para atuar de uma maneira que resolva o problema, olhando pro problema e se apropriando dele. Então esse problema também é meu.

Um exemplo, a gente tem muito cuidado com o nosso atendimento, tem muito cuidado com o contato com as pessoas, porque a gente quer continuar entendendo a linha, as linhas diferentes, linhas de diálogo que acontecem aqui entre nós e os nossos clientes, entre nós e a nossa comunidade. As pessoas que chegam até nós com dúvidas ou que baixam os materiais que a gente produz de educação. E a gente quer continuar estabelecendo essa relação muito próxima, mas a gente também tem que entender que existe uma linha de eficiência das IAs agora que precisam fazer parte do nosso serviço e, um projeto que tá acontecendo aqui, por exemplo, o Maurício olhar para uma linha e propor dentro das características, das habilidades que ele tem, propor uma melhoria em um determinado processo, pra gente tornar o nosso processo mais eficiente. Então, apesar do processo não estar diretamente relacionado com a atividade que o Maurício desenvolve aqui dentro, ele olha e se apropria desse problema.

E todo mundo assim. A gente tem um projeto, eu acho que eu comentei isso no episódio anterior, também a gente tem um projeto que foi pro ar, que veio da Raíssa, do atendimento, que é uma melhoria na ferramenta então, essa proatividade é o que a gente busca aqui dentro. E essa proatividade é o que de fato vai dar propósito pra você que trabalha. 

E pra você, que precisa ter um negócio que seja ágil, a gente vai burocratizando a medida que a gente vai crescendo os negócios e fazendo com que essa proatividade ela seja desestimulada. Então, ao contrário, a gente quer estimular cada vez mais, muito embora a proatividade também signifique erro.

Então, aqui dentro do Granatum é permitido errar e lidar com a frustração de errar é uma característica que também é muito importante para que essa proatividade ela se mantenha acesa dentro do Granatum. Por que é ruim, quando eu sugiro alguma coisa e essa ideia ela é refutada por alguém, de alguma forma, é ruim quando eu sugiro alguma coisa essa ideia é aprovada e de alguma forma essa ideia dá errado ou não dá o resultado que a gente quer, mas isso faz parte. Isso faz parte do que é a gente desenvolver um negócio, um negócio com propósito, um negócio que faça sentido não só para os acionistas ou pra corporação, pra companhia, como dizem por aí, mas pra todos os indivíduos que a compõe, os clientes, as pessoas que desenvolvem as soluções, que trabalham e de alguma forma se relacionam com nós. Então essa é a chave pra você que trabalha ou tem um negócio, desbloquear e acordar todo dia com vontade de ir aí pro seu negócio.

Mauricio Matsuda

E eu acho que, relacionado a isso do erro e tudo mais, acho que, por mais que a proatividade seja uma característica que a gente, individual, que a gente precisa que cada pessoa que trabalha no coletivo tem essa proatividade, não quer dizer que uma ação proativa de uma pessoa, seja culpa só dela. 

Quando a gente tá num coletivo, a gente entende que essa proatividade é importante, mas essa proatividade, além do impacto no coletivo que ela vai ter, a responsabilidade também é do coletivo. Então a gente precisa que as pessoas tenham essa proatividade, porque ela vai contribuir mais pro coletivo, assim como quando der algum problema, der algum erro, o coletivo vai tá lá pra dar suporte, pra ajudar no que for preciso pra resolver aquele problema que aconteceu por uma ação proativa de alguém.

Então, como o Floz disse, é muito melhor pedir desculpas do que pedir permissão sempre pra fazer alguma coisa, porque a gente, a gente quer e a gente gosta que que isso aconteça, porque a gente vê que isso tem muito mais valor, muito mais retorno pro nosso negócio do que se fosse o contrário, da gente ter muitas regras e muita hierarquia, muito comando e controle e tudo mais. Então a gente vê os grandes benefícios que a gente tem trabalhado nesse modelo. Até tem um ditado, muito comum, que fala que cachorro com muito dono morre de fome. Eu acredito que num processo, num ambiente, que tenha liberdade, proatividade, responsabilidade, eu acho que o cachorro com muito dono, no máximo acho que ele teria sobrepeso, porque daí todo mundo ia dar comida quando tivesse com o potinho vazio lá e ele ia comer um monte.

E aí é claro que a gente vai ter que ter restrições, vai ter que ter regras pra ter esse controle, de tipo, sei lá, falando no cachorro, a gente teria uma tabelinha lá pra alguém marcar ah acabei de dar comida, então só vai dar comida de noite, alguma coisa assim. E aí a gente organiza para que uma proatividade também não gere um outro problema no processo, mas então a gente consegue ver claramente como que é diferente a ação, o pensamento de cada indivíduo quando ela, quando ele tá inserido num processo assim. Então se ele vê alguma coisa com problema, ao invés dele reportar como Floz falou, a ideia é que ele pense naquilo como, o que que a gente pode fazer ou quem que eu posso chamar pra ajudar a resolver esse problema. O que a gente pode fazer para evitar que ele aconteça de novo.

E assim com tudo que acontece. Então a gente precisa sempre tá com esse pensamento no coletivo, para melhorar o nosso processo, para melhorar o nosso sistema, para melhorar a entrega de valor pro nosso cliente. E aí esse processo de proatividade é o que faz com que a gente ande mais rápido, com que todos consigam participar, contribuir. Com mais visões, que a gente vai ter com várias pessoas, seria, é bem melhor do que a gente ficar dependendo de uma pessoa que vai decidir tudo, vai dá o norte pra onde a gente quer ir, pra onde a gente tem que ir e tudo mais. Então são vários pontos que a gente consegue ver de benefícios nesse modelo que a gente trabalha.

Mariana Prado

É muito legal ouvir vocês falando, porque é isso, a proatividade ela tá muito relacionada com o cuidar, com o trabalho, com as pessoas, com impacto que isso vai gerar e não necessariamente tem a ver com acertar o tempo todo. Então eu não vou ser proativa só quando eu vou acertar ou quando eu vou fazer aquilo que vai realmente funcionar ou mudar a vida do nosso cliente ou mudar a vida do nosso software. A proatividade ela pode tá nas pequenas ações, nos nossos pequenos gestos e muito mais com esse olhar de coragem de se expor, de expor a sua opinião, de expor o seu ponto de vista, para contribuir sem esse olhar tanto do julgamento do certo e do errado, porque você sabe que você tá num espaço seguro para propor as suas ideias e que todo mundo ali não tá olhando pro indivíduo em si, mas tá olhando pro que que vai trazer o maior benefício pro coletivo.

Então aceitar que as suas ideias às vezes elas não vão ser as melhores, vai ser frustrante vai, mas você vai aos poucos lidando com isso e entendendo que a gente tá olhando pra todo esse movimento em prol da cultura, em prol do sistema, em prol do Granatum e do valor que isso vai gerar dentro da comunidade que a gente tá. Se você acredita que a proatividade é o motor de times maduros e de negócios mais conscientes, compartilhe esse episódio com quem vai gostar dessa conversa. 

Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana.