GranatumCast | Temporada 2

Código Granatum | Temporada 1

Código Granatum | Temporada 1

#18

Entre códigos e decisões

Entre códigos e decisões

Entre códigos e decisões
Entre códigos e decisões
Entre códigos e decisões

Temas Relacionados ao Episódio

Temas Relacionados ao Episódio

  • Do projeto interno ao SaaS

    Como o Granatum nasceu dentro da WebGoal, virou “patinho feio” e encontrou seu caminho como produto principal.

  • Renascimento e foco

    A operação super enxuta, o risco de fechar as portas e a decisão do Maurício de se dedicar 100% ao Granatum.

  • CRM próprio e automação

    Por que o time decidiu construir sua própria ferramenta, integrar tudo via API e usar automação para atender milhares de clientes com uma equipe pequena.

  • Tecnologia, legado e escolhas difíceis

    Decidir quando atualizar, quando segurar e, ao mesmo tempo, experimentar novas frentes como IA sem cair em modismos.

  • Visão técnica em qualquer negócio

    Como ter alguém com base tecnológica olhando para processos, dados e integrações pode destravar eficiência até em empresas não tech.

Transcrição do Episódio

Mariana Prado

Você está ouvindo Código Granatum, conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e aqui comigo, Flavio Logullo, um dos cofundadores do Granatum e o Maurício Matsuda, nosso CTO. 

Eu quero aproveitar a presença do Maurício aqui com a gente pra olhar mais de perto os bastidores técnicos do Granatum. Ser CTO em uma empresa enxuta significa estar envolvido em praticamente tudo. Manter o sistema no ar, pensar em novas funcionalidades, equilibrar performance e escalabilidade, decidir quando atualizar tecnologias e quando é melhor segurar. Da arquitetura ao código, das decisões de investimento até a mão na massa. 

Nesse episódio a gente vai falar sobre como é ser CTO em um time pequeno, tocando um produto robusto e em constante evolução. Hoje aqui no Granatum a gente tem um time completo de desenvolvedores, mas a gente já passou pela fase em que era só o Maurício. 

E aí, Floz e Mau, contem pra gente. 

Como foi essa evolução do papel de CTO no Granatum? Quais foram os maiores desafios dessa jornada?

Flavio Logullo

Deixa eu tomar uma palavra aqui antes do Maurício falar, só pra lembrar o que que aconteceu. A gente falou no episódio anterior aí sobre coisas que deram errado, coisas que dão errado ou desafios do Granatum. 

E vale dizer que, quando hoje eu falo sobre o Granatum, eu falo nossa o Granatum, a gente idealizou ele assim, fizemos teste assado, foi uma série de testes, os clientes mandaram feedback e tudo mais. Óbvio que eu só vou contar o caminho que me chama atenção e que nos trouxe até aqui de uma ótica positiva, mas o Granatum, como a gente já falou inúmeras vezes, ele é uma spin off de uma empresa chamada WebGoal, que fundamentalmente era uma empresa de software, e o Granatum nasceu dentro da WebGoal como um projeto. 

Foi um movimento que a gente fez num final de semana para desenvolver uma ferramenta de gestão financeira interna para substituir a nossa famigerada planilha, que sempre quebrava na mão de alguém que estava tocando financeiro. E ali era um projeto e durante um tempo, um certo tempo, o Granatum foi um projeto dentro da WebGoal. 

Uma empresa de software tem um tipo de cultura. Então a gente tem contratos na nossa frente, a gente tem clientes na nossa frente que pagam um fee mensal ou pagam por um projeto que a gente vai desenvolver, com um montante imenso de dinheiro. Ali tá um time que vai ficar alocado naquele cliente, desenvolvendo as demandas daquele cliente especificamente. Então a geração de caixa é muito rápida, a mentalidade que a gente tem que ter é a de entregar pros nossos clientes. E quando a gente tem o Granatum, a gente tem uma mentalidade totalmente diferente. Só que o Granatum estando dentro da WebGoal ele ficava meio que submisso e sendo o patinho feio do negócio, porque o nosso negócio principal que gerava caixa de verdade mesmo lá no começo, era a WebGoal, que hoje venha a ser o Ateliê de Software, que está lá em Minas também de forma totalmente independente. 

E foi exatamente nesse momento de dividir, colocar cada coisa no seu porta coisa que a figura do Maurício ela começa a se fazer muito necessária. E eu falando aqui como cofundador do negócio, depois da ideia de colocar o Granatum pra vender, o segundo momento mais importante é a presença do Maurício. 

E esse lugar onde ele se apropriou, falando do contexto, o Granatum tava ali rodando como projeto, e aí a gente em um determinado momento falou assim, gente o Granatum está consumindo muito recursos do nosso negócio, vamos matar o Granatum, a gente vai fechar as portas. Então olha aí, a história é boa. 

Eu acho que muitas empresas que eu vejo de SaaS, que nasceram dentro de uma outra empresa, passaram exatamente por esse abismo. E aí a gente tava nesse debate. A gente vai manter, não, vamos acabar com o Granatum e tudo mais. Daí a gente enxugou totalmente a operação e falou assim, olha então a gente não vai mais usar recurso do negócio principal, a gente vai manter o time totalmente enxuto. E eu mesmo fiquei lá um tempão atendendo clientes, gerando boletos para os clientes lá no começo, sozinho, porque a gente queria manter aquela operação ali gastando o mínimo possível, da maneira mais enxuta possível. 

Só que aí o negócio existindo, os clientes continuaram a enviar os feedbacks, pedir mais coisas, mais funcionalidades. A gente estava vendo que o produto de fato precisava melhorar. E daí a gente deu o nosso salto de fé e aí aparece o Maurício, que olha pro negócio e fala assim gente eu não vou então mais me dedicar a nenhum projeto, tô indo pro Granatum e vou cuidar aqui do Granatum tecnicamente. A história do Granatum é o renascimento, porque a gente estava à beira de fechar as portas por conta de decisões do negócio mesmo e o Maurício veio com essa atitude que tem até hoje. 

Por isso que o Maurício é citado demais aqui, porque eu acho que é o comportamento e atitude correta. Ele veio com essa atitude e trouxe o Granatum, assim para o que ele é hoje. Tecnicamente muito estável, robusto, com uma arquitetura incrível, com um time maravilhoso também que ele vem montando ao longo dos anos e conseguindo atender as demandas com eficiência e tudo mais, automatizando tudo que ele quer, enfim. 

Queria dar essa introdução porque, de fato, muito obrigado aqui ao vivo, olha só, o louco bicho, muito obrigado Maurício por esse momento.

Maurício Matsuda

Que isso Floz! Então, como o Floz comentou, eu trabalhava na WebGoal, não trabalhei no começo do projeto do Granatum, então sei lá, foram uns três anos de Granatum. Aí no começo eu não estava envolvido nesse projeto, estava atendendo outros clientes da WebGoal. 

E aí, quando a gente realmente decidiu transformar o projeto Granatum em uma empresa, ter uma operação isolada, separada do restante dos outros projetos que tinham na WebGoal, a gente tinha um desafio. Porque o Granatum nasceu em uma empresa de desenvolvimento de software. 

A grande maioria das pessoas que trabalhavam na WebGoal eram desenvolvedores, então quando a gente enxugou, a gente precisava ter uma operação completa, o mínimo para conseguir atender bem todos os clientes que já tinham no Granatum. E que a gente tivesse uma boa performance, no sentido de conseguir tocar todas as demandas que aconteciam no Granatum, atender todas as áreas. 

Então como o Floz comentou, tinha que gerar boleto, tinha que atender cliente, tinha que dar manutenção no site fazer campanha de email. Fazer toda essa parte que não era relacionada a desenvolvimento, e aí eu também como desenvolvedor, acabei me envolvendo também nessas outras áreas por necessidade, mais por necessidade do que por vontade, mas acredito eu também que esse envolvimento deu muita oportunidade pra eu entender melhor as outras áreas, crescer até saber como o desenvolvimento consegue ajudar essas outras áreas. 

Então acho que também nessa necessidade de conseguir atuar como desenvolvedor, conseguir cuidar do sistema e ainda ter essas outras demandas que não eram de desenvolvimento, também acho que estimulou muito o meu pensamento de que precisamos automatizar tudo que é possível automatizar, precisamos melhorar, organizar com o sistema. 

Então disso também surgiu o nosso CRM que até hoje é um CRM desenvolvido internamente pela gente. E esse CRM é um CRM bem robusto que atende tudo que a gente precisa. 

Quando a gente vai contratar alguma ferramenta, que seja sei lá, um chat ou de marketing, qualquer ferramenta que precise de interação com nosso CRM, o nosso critério básico hoje é que essa ferramenta tenha api, para que a gente consiga integrar o nosso CRM com essa outra ferramenta que a gente tá trazendo pra realmente trazer mais valor e agregar mais valor a nossa ferramenta que hoje a gente não abre mão de, vamos mudar de CRM, vamos pra um CRM comercial, alguma coisa assim, porque a gente entende o valor. 

E essas automações, tudo que a gente conseguiu construir nesse tempo é o que esse CRM permite com que a gente tenha ainda assim um time enxuto, atendendo milhares de clientes como o Floz comentou. 

Flavio Logullo

E para uma empresa de tecnologia, ter alguém que é comprometido nesse nível, como o braço direito, faz toda a diferença. Então, como o Maurício falou da eficiência operacional do Granatum, ela se dá por conta da visão do Maurício. 

O Maurício tá atento nesse lugar de repetições, é, pô as pessoas estão fazendo, um time de atendimento tá fazendo três vezes a mesma coisa no dia, não pera, a gente precisa olhar pra isso e tecnicamente resolver. E é muito louco, porque nós somos uma empresa de tecnologia, mas eu vejo isso em negócios que são assim, que não tem base tecnológica, quão importante seria se houvesse uma pessoa com base tecnológica ali, sentada ao lado de quem tá fazendo a gestão porque aqui a gente tá falando de código. 

O nosso CRM, nós desenvolvemos o nosso CRM e é muito louco porque quando eu mostro para os meus amigos que empreendem também, olha só a gente faz isso aqui pelo nosso CRM, nosso CRM é assim, todo mundo fala vocês tem que colocar isso no mercado cara, o CRM de vocês é muito bom. Porque resolve uma demanda real, de verdade que aconteceu no dia a dia e muito baseada nesse olhar técnico que olha para uma operação, então, uma atividade de marketing, então como é que a gente consegue integrar, juntar dados, extrair isso, criar gatilhos a partir de dados para resolver um determinado tipo de problema. 

E essa visão técnica faz total diferença pra gente, uma empresa enxuta, continuar sendo enxuta e ser eficiente. E negócios com base não tecnológicos também se tivesse a oportunidade de trazer alguém com base tecnológica, porque é muito desta visão de é isso que o Maurício falou né no começo ali, não porque ele queria, mas porque precisava. Pô se você começar a conversar sobre os aspectos técnicos de SEO, por exemplo, do marketing, o Maurício vai entender sobre, porque ele tava com o pé no barro lá junto com a gente no começo e teve que entender várias nuances sobre essa atividade, e boas práticas e tudo mais, pra fazer com que a gente fosse mais eficiente. 

Então, para qualquer tipo de negócio, juntar planilhas, usar a APIs que estão disponíveis, a maioria dos sistemas que a gente usa hoje tem APIs disponíveis e olhar para os processos que eu acho que é a grande sacada. Não são ações isoladas que o CTO olha e faz, repetiu três vezes, não, tem essa visão mais holística de entender como é que os processos acontecem, como eles se encadeiam e onde avaliar com muito mais critério. Onde é que a gente pode automatizar, onde é que a gente pode incluir tecnologia para que esse processo seja mais fluído. Onde é que a tecnologia vai fazer de fato diferença, porque a gente já falou em alguns episódios anteriores ali, existem lugares que o atrito é importante. 

Então a gente ter uma escuta, ter uma fala, ter uma troca de mensagens, às vezes não tem que ser automatizado, porque ter um CTO como Maurício, e também não é a  gente vai automatizar tudo, vai tá tudo super tecnológico, tem robô pra todo lado aqui, não é só isso. É de fato olhar, ser coerente e fazer de propósito, com propósito todas essas automações e todas essas implementações. 

E essa visão técnica ela muda demais, porque você tem a capacidade de executar ou direcionar o time para executar automações, melhorias, com essa percepção do que de fato faz sentido. Então não é só fazer por fazer. 

A gente já falou em outros episódios também sobre, historicamente, a gente na indústria do software desenvolve muito software que não serve pra nada. Acho que o papel do CTO, e eu entendo isso, a evolução dessa figura do Maurício aqui dentro, vem muito com parte desta, de absorver essa responsabilidade, de olhar para a entrega que é feita hoje, ela é feita para o negócio. Então as perguntas mais inconvenientes que todo mundo recebe aqui no Granatum, partem do Maurício. Porque, parafraseando ele, tudo é possível, mas porque que você quer? Todos os dados podem ser adquiridos, mas porque que você quer? Pra que que você quer? 

Essa visão passa um filtro e traz a gente pro chão, traz a gente pra esse lugar onde as escolhas, as melhores escolhas, elas fazem muito mais sentido e são muito mais fundamentadas.

Maurício Matsuda

Acho que pegando esse último gancho do Floz de sempre pensar muito bem o que, as escolhas que a gente vai fazer, tem uma questão muito difícil, muito importante que é a questão tecnológica, atualização tecnológica, mudança de tecnologia, modernização de tecnologia, que também é algo é que acontece e aconteceu várias vezes já no projeto. 

O Granatum é um sistema já de muitos anos, então durante todo esse período já muita tecnologia nasceu, muita tecnologia morreu, muita tecnologia evoluiu, e a gente sempre precisou ter um olhar muito crítico com relação a quando mudar, porque mudar. Faz sentido a gente investir dinheiro, tempo pra fazer alguma mudança agora? Por que faz sentido? Porque não faz sentido? 

Então sempre a gente teve que ter muito pé no chão, criticar muito pra realmente ter as melhores escolhas porque é complicado a gente querer, ah não vou mudar porque tem uma tecnologia mais legal que diz que é mais rápida, mas aí o time não vai conhecer, então pode ser que diminua a produtividade. Pode ser que tenha problemas que a gente não conhece ainda. Então a gente sempre tenta dosar muito e pensar muito em qualquer aposta. 

E aí também como é um sistema que já tá muito tempo, a complexidade aumenta, mas por outro lado também a gente sempre teve um cuidado muito grande na construção, para que esse sistema todo do Granatum, ele não ficasse não ficasse um sistema legado, impossível de ser atualizado, impossível de dar manutenção, impossível de ser mantido. 

Então acho que tudo isso, esse esforço que a gente teve também, fez com que a gente tivesse todos esses anos com um sistema muito estável, muito seguro e que a gente consegue ainda dar manutenção. E a gente continua buscando novas tecnologias. Hoje em dia com a IA também a gente tá apostando em outras coisas, novas frentes aí pra otimizar mais ainda.

E um outro ponto sobre a questão do CTO, como a Mari comentou, o Floz comentou, teve esse período, fiquei um período aí de alguns anos que basicamente era só eu de desenvolvedor, porque a gente precisava melhorar as outras áreas, contratar pessoas em outras áreas que a gente não tinha ainda, que eu fazia, ou o Floz fazia, algumas outras pessoas que estavam no Granatum faziam, iam tampando o buraco e fazendo o que precisava ser feito. Mas então a gente precisava formar um time completo que não fosse só de desenvolvedores, só de pessoas da área técnica. 

E aí esse período então foi o período que eu fiquei mais tempo trabalhando sozinho no Granatum, na parte de desenvolvimento. Então era o desafio de atender os feedbacks de problemas, manter o sistema no ar funcionando certinho, sem dar problema, fazer melhorias no sistema também e além de outras demandas que apareciam que não era diretamente relacionada a parte técnica. 

E aí hoje a gente, depois que a gente conseguiu construir esse time, que não era só técnico, a gente também focou pra realmente daí ter um time técnico me ajudando. Mas aí até hoje não é porque eu sou CTO, até eu comento, a gente hoje acaba mais tendo esse papel de CTO da porta pra fora, porque da porta pra dentro eu sou um membro do time de desenvolvimento. Então eu atuo como desenvolvedor junto com o time, atuando como desenvolvedor na resolução de problemas, de bugs. 

E aí a gente tá trabalhando junto sem diferenciação nenhuma por eu ser o CTO da porta pra fora. 

Mariana Prado

E isso é muito legal pra quem tá no time. Eu como não sou do time de desenvolvedores, não sou do time técnico, sou do time de relacionamento com cliente, você poder ter uma relação direta com o time técnico e com quem tem toda essa bagagem de conhecimento sobre o sistema, sobre a história do sistema, sobre o que dá pra fazer, o que não dá pra fazer, de forma acessível. É um grande diferencial no dia a dia de trabalho. 

Então desde responder dúvidas simples, até criar soluções mais complexas que vão melhorar o meu dia a dia de trabalho que vão melhorar a experiência dos nossos clientes com a ferramenta ou no relacionamento com a gente, o Mau tá ali acessível pra gente trocar sobre isso e conversar. 

Isso com certeza é um diferencial quando a gente olha pro mercado, onde a gente vê ali CTOs mesmo em empresas pequenas ou empresas que são um pouco mais robustas, que estão sentados numa cadeira onde eles só vão olhar para uma pra um aspecto do produto ou para um aspecto do negócio. 

Então realmente quando a gente olha aqui pro Granatum, o papel do CTO, ele tá ali em garantir que o sistema evolua, sem perder a sua essência, mas com esse olhar 360 dentro do Granatum, pra manter aquilo que funciona, melhorar o que precisa, equilibrar estabilidade com a inovação e manter ali o sistema em movimento.

Se você conhece alguém que vive os desafios técnicos do dia a dia de manter, otimizar, inovar, melhorar, compartilha esse episódio. Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana.

Mariana Prado

Você está ouvindo Código Granatum, conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e aqui comigo, Flavio Logullo, um dos cofundadores do Granatum e o Maurício Matsuda, nosso CTO. 

Eu quero aproveitar a presença do Maurício aqui com a gente pra olhar mais de perto os bastidores técnicos do Granatum. Ser CTO em uma empresa enxuta significa estar envolvido em praticamente tudo. Manter o sistema no ar, pensar em novas funcionalidades, equilibrar performance e escalabilidade, decidir quando atualizar tecnologias e quando é melhor segurar. Da arquitetura ao código, das decisões de investimento até a mão na massa. 

Nesse episódio a gente vai falar sobre como é ser CTO em um time pequeno, tocando um produto robusto e em constante evolução. Hoje aqui no Granatum a gente tem um time completo de desenvolvedores, mas a gente já passou pela fase em que era só o Maurício. 

E aí, Floz e Mau, contem pra gente. 

Como foi essa evolução do papel de CTO no Granatum? Quais foram os maiores desafios dessa jornada?

Flavio Logullo

Deixa eu tomar uma palavra aqui antes do Maurício falar, só pra lembrar o que que aconteceu. A gente falou no episódio anterior aí sobre coisas que deram errado, coisas que dão errado ou desafios do Granatum. 

E vale dizer que, quando hoje eu falo sobre o Granatum, eu falo nossa o Granatum, a gente idealizou ele assim, fizemos teste assado, foi uma série de testes, os clientes mandaram feedback e tudo mais. Óbvio que eu só vou contar o caminho que me chama atenção e que nos trouxe até aqui de uma ótica positiva, mas o Granatum, como a gente já falou inúmeras vezes, ele é uma spin off de uma empresa chamada WebGoal, que fundamentalmente era uma empresa de software, e o Granatum nasceu dentro da WebGoal como um projeto. 

Foi um movimento que a gente fez num final de semana para desenvolver uma ferramenta de gestão financeira interna para substituir a nossa famigerada planilha, que sempre quebrava na mão de alguém que estava tocando financeiro. E ali era um projeto e durante um tempo, um certo tempo, o Granatum foi um projeto dentro da WebGoal. 

Uma empresa de software tem um tipo de cultura. Então a gente tem contratos na nossa frente, a gente tem clientes na nossa frente que pagam um fee mensal ou pagam por um projeto que a gente vai desenvolver, com um montante imenso de dinheiro. Ali tá um time que vai ficar alocado naquele cliente, desenvolvendo as demandas daquele cliente especificamente. Então a geração de caixa é muito rápida, a mentalidade que a gente tem que ter é a de entregar pros nossos clientes. E quando a gente tem o Granatum, a gente tem uma mentalidade totalmente diferente. Só que o Granatum estando dentro da WebGoal ele ficava meio que submisso e sendo o patinho feio do negócio, porque o nosso negócio principal que gerava caixa de verdade mesmo lá no começo, era a WebGoal, que hoje venha a ser o Ateliê de Software, que está lá em Minas também de forma totalmente independente. 

E foi exatamente nesse momento de dividir, colocar cada coisa no seu porta coisa que a figura do Maurício ela começa a se fazer muito necessária. E eu falando aqui como cofundador do negócio, depois da ideia de colocar o Granatum pra vender, o segundo momento mais importante é a presença do Maurício. 

E esse lugar onde ele se apropriou, falando do contexto, o Granatum tava ali rodando como projeto, e aí a gente em um determinado momento falou assim, gente o Granatum está consumindo muito recursos do nosso negócio, vamos matar o Granatum, a gente vai fechar as portas. Então olha aí, a história é boa. 

Eu acho que muitas empresas que eu vejo de SaaS, que nasceram dentro de uma outra empresa, passaram exatamente por esse abismo. E aí a gente tava nesse debate. A gente vai manter, não, vamos acabar com o Granatum e tudo mais. Daí a gente enxugou totalmente a operação e falou assim, olha então a gente não vai mais usar recurso do negócio principal, a gente vai manter o time totalmente enxuto. E eu mesmo fiquei lá um tempão atendendo clientes, gerando boletos para os clientes lá no começo, sozinho, porque a gente queria manter aquela operação ali gastando o mínimo possível, da maneira mais enxuta possível. 

Só que aí o negócio existindo, os clientes continuaram a enviar os feedbacks, pedir mais coisas, mais funcionalidades. A gente estava vendo que o produto de fato precisava melhorar. E daí a gente deu o nosso salto de fé e aí aparece o Maurício, que olha pro negócio e fala assim gente eu não vou então mais me dedicar a nenhum projeto, tô indo pro Granatum e vou cuidar aqui do Granatum tecnicamente. A história do Granatum é o renascimento, porque a gente estava à beira de fechar as portas por conta de decisões do negócio mesmo e o Maurício veio com essa atitude que tem até hoje. 

Por isso que o Maurício é citado demais aqui, porque eu acho que é o comportamento e atitude correta. Ele veio com essa atitude e trouxe o Granatum, assim para o que ele é hoje. Tecnicamente muito estável, robusto, com uma arquitetura incrível, com um time maravilhoso também que ele vem montando ao longo dos anos e conseguindo atender as demandas com eficiência e tudo mais, automatizando tudo que ele quer, enfim. 

Queria dar essa introdução porque, de fato, muito obrigado aqui ao vivo, olha só, o louco bicho, muito obrigado Maurício por esse momento.

Maurício Matsuda

Que isso Floz! Então, como o Floz comentou, eu trabalhava na WebGoal, não trabalhei no começo do projeto do Granatum, então sei lá, foram uns três anos de Granatum. Aí no começo eu não estava envolvido nesse projeto, estava atendendo outros clientes da WebGoal. 

E aí, quando a gente realmente decidiu transformar o projeto Granatum em uma empresa, ter uma operação isolada, separada do restante dos outros projetos que tinham na WebGoal, a gente tinha um desafio. Porque o Granatum nasceu em uma empresa de desenvolvimento de software. 

A grande maioria das pessoas que trabalhavam na WebGoal eram desenvolvedores, então quando a gente enxugou, a gente precisava ter uma operação completa, o mínimo para conseguir atender bem todos os clientes que já tinham no Granatum. E que a gente tivesse uma boa performance, no sentido de conseguir tocar todas as demandas que aconteciam no Granatum, atender todas as áreas. 

Então como o Floz comentou, tinha que gerar boleto, tinha que atender cliente, tinha que dar manutenção no site fazer campanha de email. Fazer toda essa parte que não era relacionada a desenvolvimento, e aí eu também como desenvolvedor, acabei me envolvendo também nessas outras áreas por necessidade, mais por necessidade do que por vontade, mas acredito eu também que esse envolvimento deu muita oportunidade pra eu entender melhor as outras áreas, crescer até saber como o desenvolvimento consegue ajudar essas outras áreas. 

Então acho que também nessa necessidade de conseguir atuar como desenvolvedor, conseguir cuidar do sistema e ainda ter essas outras demandas que não eram de desenvolvimento, também acho que estimulou muito o meu pensamento de que precisamos automatizar tudo que é possível automatizar, precisamos melhorar, organizar com o sistema. 

Então disso também surgiu o nosso CRM que até hoje é um CRM desenvolvido internamente pela gente. E esse CRM é um CRM bem robusto que atende tudo que a gente precisa. 

Quando a gente vai contratar alguma ferramenta, que seja sei lá, um chat ou de marketing, qualquer ferramenta que precise de interação com nosso CRM, o nosso critério básico hoje é que essa ferramenta tenha api, para que a gente consiga integrar o nosso CRM com essa outra ferramenta que a gente tá trazendo pra realmente trazer mais valor e agregar mais valor a nossa ferramenta que hoje a gente não abre mão de, vamos mudar de CRM, vamos pra um CRM comercial, alguma coisa assim, porque a gente entende o valor. 

E essas automações, tudo que a gente conseguiu construir nesse tempo é o que esse CRM permite com que a gente tenha ainda assim um time enxuto, atendendo milhares de clientes como o Floz comentou. 

Flavio Logullo

E para uma empresa de tecnologia, ter alguém que é comprometido nesse nível, como o braço direito, faz toda a diferença. Então, como o Maurício falou da eficiência operacional do Granatum, ela se dá por conta da visão do Maurício. 

O Maurício tá atento nesse lugar de repetições, é, pô as pessoas estão fazendo, um time de atendimento tá fazendo três vezes a mesma coisa no dia, não pera, a gente precisa olhar pra isso e tecnicamente resolver. E é muito louco, porque nós somos uma empresa de tecnologia, mas eu vejo isso em negócios que são assim, que não tem base tecnológica, quão importante seria se houvesse uma pessoa com base tecnológica ali, sentada ao lado de quem tá fazendo a gestão porque aqui a gente tá falando de código. 

O nosso CRM, nós desenvolvemos o nosso CRM e é muito louco porque quando eu mostro para os meus amigos que empreendem também, olha só a gente faz isso aqui pelo nosso CRM, nosso CRM é assim, todo mundo fala vocês tem que colocar isso no mercado cara, o CRM de vocês é muito bom. Porque resolve uma demanda real, de verdade que aconteceu no dia a dia e muito baseada nesse olhar técnico que olha para uma operação, então, uma atividade de marketing, então como é que a gente consegue integrar, juntar dados, extrair isso, criar gatilhos a partir de dados para resolver um determinado tipo de problema. 

E essa visão técnica faz total diferença pra gente, uma empresa enxuta, continuar sendo enxuta e ser eficiente. E negócios com base não tecnológicos também se tivesse a oportunidade de trazer alguém com base tecnológica, porque é muito desta visão de é isso que o Maurício falou né no começo ali, não porque ele queria, mas porque precisava. Pô se você começar a conversar sobre os aspectos técnicos de SEO, por exemplo, do marketing, o Maurício vai entender sobre, porque ele tava com o pé no barro lá junto com a gente no começo e teve que entender várias nuances sobre essa atividade, e boas práticas e tudo mais, pra fazer com que a gente fosse mais eficiente. 

Então, para qualquer tipo de negócio, juntar planilhas, usar a APIs que estão disponíveis, a maioria dos sistemas que a gente usa hoje tem APIs disponíveis e olhar para os processos que eu acho que é a grande sacada. Não são ações isoladas que o CTO olha e faz, repetiu três vezes, não, tem essa visão mais holística de entender como é que os processos acontecem, como eles se encadeiam e onde avaliar com muito mais critério. Onde é que a gente pode automatizar, onde é que a gente pode incluir tecnologia para que esse processo seja mais fluído. Onde é que a tecnologia vai fazer de fato diferença, porque a gente já falou em alguns episódios anteriores ali, existem lugares que o atrito é importante. 

Então a gente ter uma escuta, ter uma fala, ter uma troca de mensagens, às vezes não tem que ser automatizado, porque ter um CTO como Maurício, e também não é a  gente vai automatizar tudo, vai tá tudo super tecnológico, tem robô pra todo lado aqui, não é só isso. É de fato olhar, ser coerente e fazer de propósito, com propósito todas essas automações e todas essas implementações. 

E essa visão técnica ela muda demais, porque você tem a capacidade de executar ou direcionar o time para executar automações, melhorias, com essa percepção do que de fato faz sentido. Então não é só fazer por fazer. 

A gente já falou em outros episódios também sobre, historicamente, a gente na indústria do software desenvolve muito software que não serve pra nada. Acho que o papel do CTO, e eu entendo isso, a evolução dessa figura do Maurício aqui dentro, vem muito com parte desta, de absorver essa responsabilidade, de olhar para a entrega que é feita hoje, ela é feita para o negócio. Então as perguntas mais inconvenientes que todo mundo recebe aqui no Granatum, partem do Maurício. Porque, parafraseando ele, tudo é possível, mas porque que você quer? Todos os dados podem ser adquiridos, mas porque que você quer? Pra que que você quer? 

Essa visão passa um filtro e traz a gente pro chão, traz a gente pra esse lugar onde as escolhas, as melhores escolhas, elas fazem muito mais sentido e são muito mais fundamentadas.

Maurício Matsuda

Acho que pegando esse último gancho do Floz de sempre pensar muito bem o que, as escolhas que a gente vai fazer, tem uma questão muito difícil, muito importante que é a questão tecnológica, atualização tecnológica, mudança de tecnologia, modernização de tecnologia, que também é algo é que acontece e aconteceu várias vezes já no projeto. 

O Granatum é um sistema já de muitos anos, então durante todo esse período já muita tecnologia nasceu, muita tecnologia morreu, muita tecnologia evoluiu, e a gente sempre precisou ter um olhar muito crítico com relação a quando mudar, porque mudar. Faz sentido a gente investir dinheiro, tempo pra fazer alguma mudança agora? Por que faz sentido? Porque não faz sentido? 

Então sempre a gente teve que ter muito pé no chão, criticar muito pra realmente ter as melhores escolhas porque é complicado a gente querer, ah não vou mudar porque tem uma tecnologia mais legal que diz que é mais rápida, mas aí o time não vai conhecer, então pode ser que diminua a produtividade. Pode ser que tenha problemas que a gente não conhece ainda. Então a gente sempre tenta dosar muito e pensar muito em qualquer aposta. 

E aí também como é um sistema que já tá muito tempo, a complexidade aumenta, mas por outro lado também a gente sempre teve um cuidado muito grande na construção, para que esse sistema todo do Granatum, ele não ficasse não ficasse um sistema legado, impossível de ser atualizado, impossível de dar manutenção, impossível de ser mantido. 

Então acho que tudo isso, esse esforço que a gente teve também, fez com que a gente tivesse todos esses anos com um sistema muito estável, muito seguro e que a gente consegue ainda dar manutenção. E a gente continua buscando novas tecnologias. Hoje em dia com a IA também a gente tá apostando em outras coisas, novas frentes aí pra otimizar mais ainda.

E um outro ponto sobre a questão do CTO, como a Mari comentou, o Floz comentou, teve esse período, fiquei um período aí de alguns anos que basicamente era só eu de desenvolvedor, porque a gente precisava melhorar as outras áreas, contratar pessoas em outras áreas que a gente não tinha ainda, que eu fazia, ou o Floz fazia, algumas outras pessoas que estavam no Granatum faziam, iam tampando o buraco e fazendo o que precisava ser feito. Mas então a gente precisava formar um time completo que não fosse só de desenvolvedores, só de pessoas da área técnica. 

E aí esse período então foi o período que eu fiquei mais tempo trabalhando sozinho no Granatum, na parte de desenvolvimento. Então era o desafio de atender os feedbacks de problemas, manter o sistema no ar funcionando certinho, sem dar problema, fazer melhorias no sistema também e além de outras demandas que apareciam que não era diretamente relacionada a parte técnica. 

E aí hoje a gente, depois que a gente conseguiu construir esse time, que não era só técnico, a gente também focou pra realmente daí ter um time técnico me ajudando. Mas aí até hoje não é porque eu sou CTO, até eu comento, a gente hoje acaba mais tendo esse papel de CTO da porta pra fora, porque da porta pra dentro eu sou um membro do time de desenvolvimento. Então eu atuo como desenvolvedor junto com o time, atuando como desenvolvedor na resolução de problemas, de bugs. 

E aí a gente tá trabalhando junto sem diferenciação nenhuma por eu ser o CTO da porta pra fora. 

Mariana Prado

E isso é muito legal pra quem tá no time. Eu como não sou do time de desenvolvedores, não sou do time técnico, sou do time de relacionamento com cliente, você poder ter uma relação direta com o time técnico e com quem tem toda essa bagagem de conhecimento sobre o sistema, sobre a história do sistema, sobre o que dá pra fazer, o que não dá pra fazer, de forma acessível. É um grande diferencial no dia a dia de trabalho. 

Então desde responder dúvidas simples, até criar soluções mais complexas que vão melhorar o meu dia a dia de trabalho que vão melhorar a experiência dos nossos clientes com a ferramenta ou no relacionamento com a gente, o Mau tá ali acessível pra gente trocar sobre isso e conversar. 

Isso com certeza é um diferencial quando a gente olha pro mercado, onde a gente vê ali CTOs mesmo em empresas pequenas ou empresas que são um pouco mais robustas, que estão sentados numa cadeira onde eles só vão olhar para uma pra um aspecto do produto ou para um aspecto do negócio. 

Então realmente quando a gente olha aqui pro Granatum, o papel do CTO, ele tá ali em garantir que o sistema evolua, sem perder a sua essência, mas com esse olhar 360 dentro do Granatum, pra manter aquilo que funciona, melhorar o que precisa, equilibrar estabilidade com a inovação e manter ali o sistema em movimento.

Se você conhece alguém que vive os desafios técnicos do dia a dia de manter, otimizar, inovar, melhorar, compartilha esse episódio. Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana.

Mariana Prado

Você está ouvindo Código Granatum, conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e aqui comigo, Flavio Logullo, um dos cofundadores do Granatum e o Maurício Matsuda, nosso CTO. 

Eu quero aproveitar a presença do Maurício aqui com a gente pra olhar mais de perto os bastidores técnicos do Granatum. Ser CTO em uma empresa enxuta significa estar envolvido em praticamente tudo. Manter o sistema no ar, pensar em novas funcionalidades, equilibrar performance e escalabilidade, decidir quando atualizar tecnologias e quando é melhor segurar. Da arquitetura ao código, das decisões de investimento até a mão na massa. 

Nesse episódio a gente vai falar sobre como é ser CTO em um time pequeno, tocando um produto robusto e em constante evolução. Hoje aqui no Granatum a gente tem um time completo de desenvolvedores, mas a gente já passou pela fase em que era só o Maurício. 

E aí, Floz e Mau, contem pra gente. 

Como foi essa evolução do papel de CTO no Granatum? Quais foram os maiores desafios dessa jornada?

Flavio Logullo

Deixa eu tomar uma palavra aqui antes do Maurício falar, só pra lembrar o que que aconteceu. A gente falou no episódio anterior aí sobre coisas que deram errado, coisas que dão errado ou desafios do Granatum. 

E vale dizer que, quando hoje eu falo sobre o Granatum, eu falo nossa o Granatum, a gente idealizou ele assim, fizemos teste assado, foi uma série de testes, os clientes mandaram feedback e tudo mais. Óbvio que eu só vou contar o caminho que me chama atenção e que nos trouxe até aqui de uma ótica positiva, mas o Granatum, como a gente já falou inúmeras vezes, ele é uma spin off de uma empresa chamada WebGoal, que fundamentalmente era uma empresa de software, e o Granatum nasceu dentro da WebGoal como um projeto. 

Foi um movimento que a gente fez num final de semana para desenvolver uma ferramenta de gestão financeira interna para substituir a nossa famigerada planilha, que sempre quebrava na mão de alguém que estava tocando financeiro. E ali era um projeto e durante um tempo, um certo tempo, o Granatum foi um projeto dentro da WebGoal. 

Uma empresa de software tem um tipo de cultura. Então a gente tem contratos na nossa frente, a gente tem clientes na nossa frente que pagam um fee mensal ou pagam por um projeto que a gente vai desenvolver, com um montante imenso de dinheiro. Ali tá um time que vai ficar alocado naquele cliente, desenvolvendo as demandas daquele cliente especificamente. Então a geração de caixa é muito rápida, a mentalidade que a gente tem que ter é a de entregar pros nossos clientes. E quando a gente tem o Granatum, a gente tem uma mentalidade totalmente diferente. Só que o Granatum estando dentro da WebGoal ele ficava meio que submisso e sendo o patinho feio do negócio, porque o nosso negócio principal que gerava caixa de verdade mesmo lá no começo, era a WebGoal, que hoje venha a ser o Ateliê de Software, que está lá em Minas também de forma totalmente independente. 

E foi exatamente nesse momento de dividir, colocar cada coisa no seu porta coisa que a figura do Maurício ela começa a se fazer muito necessária. E eu falando aqui como cofundador do negócio, depois da ideia de colocar o Granatum pra vender, o segundo momento mais importante é a presença do Maurício. 

E esse lugar onde ele se apropriou, falando do contexto, o Granatum tava ali rodando como projeto, e aí a gente em um determinado momento falou assim, gente o Granatum está consumindo muito recursos do nosso negócio, vamos matar o Granatum, a gente vai fechar as portas. Então olha aí, a história é boa. 

Eu acho que muitas empresas que eu vejo de SaaS, que nasceram dentro de uma outra empresa, passaram exatamente por esse abismo. E aí a gente tava nesse debate. A gente vai manter, não, vamos acabar com o Granatum e tudo mais. Daí a gente enxugou totalmente a operação e falou assim, olha então a gente não vai mais usar recurso do negócio principal, a gente vai manter o time totalmente enxuto. E eu mesmo fiquei lá um tempão atendendo clientes, gerando boletos para os clientes lá no começo, sozinho, porque a gente queria manter aquela operação ali gastando o mínimo possível, da maneira mais enxuta possível. 

Só que aí o negócio existindo, os clientes continuaram a enviar os feedbacks, pedir mais coisas, mais funcionalidades. A gente estava vendo que o produto de fato precisava melhorar. E daí a gente deu o nosso salto de fé e aí aparece o Maurício, que olha pro negócio e fala assim gente eu não vou então mais me dedicar a nenhum projeto, tô indo pro Granatum e vou cuidar aqui do Granatum tecnicamente. A história do Granatum é o renascimento, porque a gente estava à beira de fechar as portas por conta de decisões do negócio mesmo e o Maurício veio com essa atitude que tem até hoje. 

Por isso que o Maurício é citado demais aqui, porque eu acho que é o comportamento e atitude correta. Ele veio com essa atitude e trouxe o Granatum, assim para o que ele é hoje. Tecnicamente muito estável, robusto, com uma arquitetura incrível, com um time maravilhoso também que ele vem montando ao longo dos anos e conseguindo atender as demandas com eficiência e tudo mais, automatizando tudo que ele quer, enfim. 

Queria dar essa introdução porque, de fato, muito obrigado aqui ao vivo, olha só, o louco bicho, muito obrigado Maurício por esse momento.

Maurício Matsuda

Que isso Floz! Então, como o Floz comentou, eu trabalhava na WebGoal, não trabalhei no começo do projeto do Granatum, então sei lá, foram uns três anos de Granatum. Aí no começo eu não estava envolvido nesse projeto, estava atendendo outros clientes da WebGoal. 

E aí, quando a gente realmente decidiu transformar o projeto Granatum em uma empresa, ter uma operação isolada, separada do restante dos outros projetos que tinham na WebGoal, a gente tinha um desafio. Porque o Granatum nasceu em uma empresa de desenvolvimento de software. 

A grande maioria das pessoas que trabalhavam na WebGoal eram desenvolvedores, então quando a gente enxugou, a gente precisava ter uma operação completa, o mínimo para conseguir atender bem todos os clientes que já tinham no Granatum. E que a gente tivesse uma boa performance, no sentido de conseguir tocar todas as demandas que aconteciam no Granatum, atender todas as áreas. 

Então como o Floz comentou, tinha que gerar boleto, tinha que atender cliente, tinha que dar manutenção no site fazer campanha de email. Fazer toda essa parte que não era relacionada a desenvolvimento, e aí eu também como desenvolvedor, acabei me envolvendo também nessas outras áreas por necessidade, mais por necessidade do que por vontade, mas acredito eu também que esse envolvimento deu muita oportunidade pra eu entender melhor as outras áreas, crescer até saber como o desenvolvimento consegue ajudar essas outras áreas. 

Então acho que também nessa necessidade de conseguir atuar como desenvolvedor, conseguir cuidar do sistema e ainda ter essas outras demandas que não eram de desenvolvimento, também acho que estimulou muito o meu pensamento de que precisamos automatizar tudo que é possível automatizar, precisamos melhorar, organizar com o sistema. 

Então disso também surgiu o nosso CRM que até hoje é um CRM desenvolvido internamente pela gente. E esse CRM é um CRM bem robusto que atende tudo que a gente precisa. 

Quando a gente vai contratar alguma ferramenta, que seja sei lá, um chat ou de marketing, qualquer ferramenta que precise de interação com nosso CRM, o nosso critério básico hoje é que essa ferramenta tenha api, para que a gente consiga integrar o nosso CRM com essa outra ferramenta que a gente tá trazendo pra realmente trazer mais valor e agregar mais valor a nossa ferramenta que hoje a gente não abre mão de, vamos mudar de CRM, vamos pra um CRM comercial, alguma coisa assim, porque a gente entende o valor. 

E essas automações, tudo que a gente conseguiu construir nesse tempo é o que esse CRM permite com que a gente tenha ainda assim um time enxuto, atendendo milhares de clientes como o Floz comentou. 

Flavio Logullo

E para uma empresa de tecnologia, ter alguém que é comprometido nesse nível, como o braço direito, faz toda a diferença. Então, como o Maurício falou da eficiência operacional do Granatum, ela se dá por conta da visão do Maurício. 

O Maurício tá atento nesse lugar de repetições, é, pô as pessoas estão fazendo, um time de atendimento tá fazendo três vezes a mesma coisa no dia, não pera, a gente precisa olhar pra isso e tecnicamente resolver. E é muito louco, porque nós somos uma empresa de tecnologia, mas eu vejo isso em negócios que são assim, que não tem base tecnológica, quão importante seria se houvesse uma pessoa com base tecnológica ali, sentada ao lado de quem tá fazendo a gestão porque aqui a gente tá falando de código. 

O nosso CRM, nós desenvolvemos o nosso CRM e é muito louco porque quando eu mostro para os meus amigos que empreendem também, olha só a gente faz isso aqui pelo nosso CRM, nosso CRM é assim, todo mundo fala vocês tem que colocar isso no mercado cara, o CRM de vocês é muito bom. Porque resolve uma demanda real, de verdade que aconteceu no dia a dia e muito baseada nesse olhar técnico que olha para uma operação, então, uma atividade de marketing, então como é que a gente consegue integrar, juntar dados, extrair isso, criar gatilhos a partir de dados para resolver um determinado tipo de problema. 

E essa visão técnica faz total diferença pra gente, uma empresa enxuta, continuar sendo enxuta e ser eficiente. E negócios com base não tecnológicos também se tivesse a oportunidade de trazer alguém com base tecnológica, porque é muito desta visão de é isso que o Maurício falou né no começo ali, não porque ele queria, mas porque precisava. Pô se você começar a conversar sobre os aspectos técnicos de SEO, por exemplo, do marketing, o Maurício vai entender sobre, porque ele tava com o pé no barro lá junto com a gente no começo e teve que entender várias nuances sobre essa atividade, e boas práticas e tudo mais, pra fazer com que a gente fosse mais eficiente. 

Então, para qualquer tipo de negócio, juntar planilhas, usar a APIs que estão disponíveis, a maioria dos sistemas que a gente usa hoje tem APIs disponíveis e olhar para os processos que eu acho que é a grande sacada. Não são ações isoladas que o CTO olha e faz, repetiu três vezes, não, tem essa visão mais holística de entender como é que os processos acontecem, como eles se encadeiam e onde avaliar com muito mais critério. Onde é que a gente pode automatizar, onde é que a gente pode incluir tecnologia para que esse processo seja mais fluído. Onde é que a tecnologia vai fazer de fato diferença, porque a gente já falou em alguns episódios anteriores ali, existem lugares que o atrito é importante. 

Então a gente ter uma escuta, ter uma fala, ter uma troca de mensagens, às vezes não tem que ser automatizado, porque ter um CTO como Maurício, e também não é a  gente vai automatizar tudo, vai tá tudo super tecnológico, tem robô pra todo lado aqui, não é só isso. É de fato olhar, ser coerente e fazer de propósito, com propósito todas essas automações e todas essas implementações. 

E essa visão técnica ela muda demais, porque você tem a capacidade de executar ou direcionar o time para executar automações, melhorias, com essa percepção do que de fato faz sentido. Então não é só fazer por fazer. 

A gente já falou em outros episódios também sobre, historicamente, a gente na indústria do software desenvolve muito software que não serve pra nada. Acho que o papel do CTO, e eu entendo isso, a evolução dessa figura do Maurício aqui dentro, vem muito com parte desta, de absorver essa responsabilidade, de olhar para a entrega que é feita hoje, ela é feita para o negócio. Então as perguntas mais inconvenientes que todo mundo recebe aqui no Granatum, partem do Maurício. Porque, parafraseando ele, tudo é possível, mas porque que você quer? Todos os dados podem ser adquiridos, mas porque que você quer? Pra que que você quer? 

Essa visão passa um filtro e traz a gente pro chão, traz a gente pra esse lugar onde as escolhas, as melhores escolhas, elas fazem muito mais sentido e são muito mais fundamentadas.

Maurício Matsuda

Acho que pegando esse último gancho do Floz de sempre pensar muito bem o que, as escolhas que a gente vai fazer, tem uma questão muito difícil, muito importante que é a questão tecnológica, atualização tecnológica, mudança de tecnologia, modernização de tecnologia, que também é algo é que acontece e aconteceu várias vezes já no projeto. 

O Granatum é um sistema já de muitos anos, então durante todo esse período já muita tecnologia nasceu, muita tecnologia morreu, muita tecnologia evoluiu, e a gente sempre precisou ter um olhar muito crítico com relação a quando mudar, porque mudar. Faz sentido a gente investir dinheiro, tempo pra fazer alguma mudança agora? Por que faz sentido? Porque não faz sentido? 

Então sempre a gente teve que ter muito pé no chão, criticar muito pra realmente ter as melhores escolhas porque é complicado a gente querer, ah não vou mudar porque tem uma tecnologia mais legal que diz que é mais rápida, mas aí o time não vai conhecer, então pode ser que diminua a produtividade. Pode ser que tenha problemas que a gente não conhece ainda. Então a gente sempre tenta dosar muito e pensar muito em qualquer aposta. 

E aí também como é um sistema que já tá muito tempo, a complexidade aumenta, mas por outro lado também a gente sempre teve um cuidado muito grande na construção, para que esse sistema todo do Granatum, ele não ficasse não ficasse um sistema legado, impossível de ser atualizado, impossível de dar manutenção, impossível de ser mantido. 

Então acho que tudo isso, esse esforço que a gente teve também, fez com que a gente tivesse todos esses anos com um sistema muito estável, muito seguro e que a gente consegue ainda dar manutenção. E a gente continua buscando novas tecnologias. Hoje em dia com a IA também a gente tá apostando em outras coisas, novas frentes aí pra otimizar mais ainda.

E um outro ponto sobre a questão do CTO, como a Mari comentou, o Floz comentou, teve esse período, fiquei um período aí de alguns anos que basicamente era só eu de desenvolvedor, porque a gente precisava melhorar as outras áreas, contratar pessoas em outras áreas que a gente não tinha ainda, que eu fazia, ou o Floz fazia, algumas outras pessoas que estavam no Granatum faziam, iam tampando o buraco e fazendo o que precisava ser feito. Mas então a gente precisava formar um time completo que não fosse só de desenvolvedores, só de pessoas da área técnica. 

E aí esse período então foi o período que eu fiquei mais tempo trabalhando sozinho no Granatum, na parte de desenvolvimento. Então era o desafio de atender os feedbacks de problemas, manter o sistema no ar funcionando certinho, sem dar problema, fazer melhorias no sistema também e além de outras demandas que apareciam que não era diretamente relacionada a parte técnica. 

E aí hoje a gente, depois que a gente conseguiu construir esse time, que não era só técnico, a gente também focou pra realmente daí ter um time técnico me ajudando. Mas aí até hoje não é porque eu sou CTO, até eu comento, a gente hoje acaba mais tendo esse papel de CTO da porta pra fora, porque da porta pra dentro eu sou um membro do time de desenvolvimento. Então eu atuo como desenvolvedor junto com o time, atuando como desenvolvedor na resolução de problemas, de bugs. 

E aí a gente tá trabalhando junto sem diferenciação nenhuma por eu ser o CTO da porta pra fora. 

Mariana Prado

E isso é muito legal pra quem tá no time. Eu como não sou do time de desenvolvedores, não sou do time técnico, sou do time de relacionamento com cliente, você poder ter uma relação direta com o time técnico e com quem tem toda essa bagagem de conhecimento sobre o sistema, sobre a história do sistema, sobre o que dá pra fazer, o que não dá pra fazer, de forma acessível. É um grande diferencial no dia a dia de trabalho. 

Então desde responder dúvidas simples, até criar soluções mais complexas que vão melhorar o meu dia a dia de trabalho que vão melhorar a experiência dos nossos clientes com a ferramenta ou no relacionamento com a gente, o Mau tá ali acessível pra gente trocar sobre isso e conversar. 

Isso com certeza é um diferencial quando a gente olha pro mercado, onde a gente vê ali CTOs mesmo em empresas pequenas ou empresas que são um pouco mais robustas, que estão sentados numa cadeira onde eles só vão olhar para uma pra um aspecto do produto ou para um aspecto do negócio. 

Então realmente quando a gente olha aqui pro Granatum, o papel do CTO, ele tá ali em garantir que o sistema evolua, sem perder a sua essência, mas com esse olhar 360 dentro do Granatum, pra manter aquilo que funciona, melhorar o que precisa, equilibrar estabilidade com a inovação e manter ali o sistema em movimento.

Se você conhece alguém que vive os desafios técnicos do dia a dia de manter, otimizar, inovar, melhorar, compartilha esse episódio. Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana.