GranatumCast | Temporada 2
Código Granatum | Temporada 1
Código Granatum | Temporada 1
#11
IA e as mudanças no mercado de tecnologia
IA e as mudanças no mercado de tecnologia
Temas Relacionados ao Episódio
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IA além do hype
A revolução atual é mais profunda que a internet — agora é o indivíduo que está sendo transformado de dentro pra fora.
Senso crítico como nova habilidade-chave
Interagir com IA exige pensar com clareza e questionar respostas — confiar 100% é um risco.
Profissões em mutação
Não basta dominar uma técnica: precisamos de visão sistêmica, escuta ativa, pensamento lateral e leitura humana dos problemas.
Escola como espaço de reinvenção
A educação precisa mudar antes das profissões — preparando crianças e jovens para navegar um mundo imprevisível e tecnológico.
A IA como aliada de negócios menores
Ferramentas acessíveis ampliam a capacidade de entrega com times enxutos e ajudam pequenos negócios a crescer com inteligência.
Dados como diferencial competitivo
Não é o algoritmo que faz a mágica, mas a qualidade e a organização dos dados — e nisso o Granatum pode ser um grande aliado.
Responsabilidade de quem desenvolve
Não basta seguir modas: quem cria produtos com IA precisa ter ética, curadoria e foco no que gera valor real para as pessoas.
Propósito e impacto real
O grupo WebGoal aposta na educação como forma de preparar pessoas para um mundo em transformação, com a Escola Lumiar.
Transcrição do Episódio
Mariana Prado
Você está ouvindo Código Granatum. Conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e aqui comigo, Flávio Logullo e Matheus Haddad, dois dos co-fundadores do Granatum.
Que o Granatum é uma empresa de tecnologia você aí já sabe, a gente já falou disso lá no nosso primeiro episódio. E que a gente tá sempre de olho no mercado e buscando inovar em tudo que a gente faz, eu acho que você também já tá percebendo isso.
É por isso que a gente está sempre olhando para as ferramentas de inteligência artificial e conversando sobre como elas estão tornando o nosso trabalho mais ágil e como elas vão impactar cada dia mais no mercado de tecnologia. Essa transformação é tanto para quem desenvolve as soluções, mas também para quem contrata novas ferramentas.
E aí eu queria ouvir do Floz e do Matheus, como vocês veem esse impacto no mercado de tecnologia e quais são as grandes mudanças que vocês já estão acompanhando?
Flávio Logullo
Bom foi uma explosão, um grande Big Bang assim. E aí falando pessoalmente, de uma pessoa que acompanhou a transição do não temos internet, para temos internet, eu entendo que a gente tá passando por um momento tão grandioso quanto o momento da internet chegando no meu próprio computador e eu conseguindo acessar e conversar com pessoas a distância.
A diferença agora é que a transformação ela é do lado de dentro, então o indivíduo agora ele tá sendo, ele foi muito mais impactado do que em outros momentos. Aqui, por aqui a gente tem sido muito cauteloso e estudando bastante sobre todas as ferramentas de IA.
Então a gente tá tentando, eu sou muito empolgado né, com com tudo que acontece, com todas as ferramentas que aparecem, mas eu tento estressar ao máximo as potências, eu tento contornar os problemas que as IAs, e aí é interessante dizer que a gente, quando a gente fala de IA, IA não é uma coisa nova né então eu entendo que esse papo aqui vai ser sobre as IAs generativas que chegaram agora e são muito mais populares né?
Pra gente conseguir fazer o que o Chat GPT, o Gemini e outros aí conseguem fazer a partir de um campo só, que você digita ali um prompt, uma instrução, que tenha essa interface conversacional, a gente já fazia né, quando eu estudei na faculdade é a gente fazia coisas parecidas, mas pra gente chegar nesse resultado era um baita de um trabalho, você tinha que ter um conhecimento técnico, você tinha que programar, você tinha que criar uma estrutura né pra criar essa rede, e hoje tudo muito mais acessível.
E a grande transformação que a gente tem sentido aqui é que, o que já era muito acelerado, todas essas transformações que já eram muito aceleradas na nossa indústria, na indústria de tecnologia, onde as coisas, as revoluções, elas acontecem de tempos em tempos e é sempre muito exponencial né. Então a gente tem a internet, daí a gente tem as redes sociais, agora a gente tem as IAs.
Tudo isso provoca um impacto social muito grande e na nossa indústria, particularmente, a gente é sempre muito dependente de entender o que que tá acontecendo. E é quase que uma missão a gente conseguir filtrar e trazer para os nossos clientes o que de fato tem de valor nisso tudo.
Então a nossa responsabilidade hoje é de conseguir usar e criar, fazer uma curadoria, para aplicar o que essas ferramentas tem a oferecer nos nossos produtos e nos nossos serviços.
Então na indústria, na nossa indústria aqui, a gente acabou de passar por um escassez profissional, por exemplo, então tinha bons profissionais, eles eram, tavam raros e eram caros e a gente teve um uma super inflação no nosso mercado de salário, principalmente aqui em São Paulo, onde é a base do Granatum, apesar da gente tá no do Brasil inteiro.
Mas por exemplo a IA chega também pra transformar isso. Então a gente consegue ter muito mais potência de entrega com um time muito mais enxuto, a qualidade da entrega aumentou bastante também e isso invariavelmente vai refletir nas entregas que a gente faz e no valor que a gente coloca pros nossos clientes.
Isso em termos de entrega de valor e isso em termos de custo também então, percebe? Isso mexe numa matriz social, basicamente, porque a gente tá falando de uma indústria de profissionais e de entrega de valor. As expectativas tem mudado e eu acho que isso daqui pra frente vai melhorar.
Eu sempre falo que o sarrafo que subiu né, do salto em altura, então a gente tá com um sarrafo bem alto hoje porque, a gente tem profissões e, principalmente no nosso mercado, não só no de software, mas no de gestão financeira também, foi bastante impactado, porque a gente tem agora a possibilidade de ter excelentes assistentes com o custo, uma fração do custo que a gente tinha antes e com uma qualidade se não equivalente, superior a da entrega de muitos profissionais.
Matheus Haddad
Isso mexe com tudo né? Eu acho que é uma transformação realmente profunda que a gente vai vivenciar nos próximos anos, porque em termos de tecnologia a gente também teve um alinhamento muito grande em relação ao que precisava ser desenvolvido em termos de hardware e também de algoritmos para IA chegar nesse estado que está hoje.
E com certeza todos nós usaremos de alguma forma, ferramentas com técnicas ou com práticas de inteligência artificial para poder melhorar o nosso dia a dia. E isso não vai impactar só o nosso dia a dia, como o Flávio colocou, vai impactar também as profissões, a forma como a gente aprende, a forma como a gente atua.
Porque a tecnologia veio pra resolver muitos dos problemas que o ser humano vive cotidianamente. Até que chegou o ponto em que ela começou a resolver esses problemas de produzir conteúdo ou produzir novos serviços, novos softwares, novos produtos, de uma maneira mais automatizada ou mais rápida, ou com mais assertividade.
Isso é uma mudança profunda no nosso meio, porque agora eu não preciso mais, de repente, aprender tudo que eu aprendo na escola, porque o que vai ser exigido de mim no mercado é uma coisa muito diferente.
Um dia desse tava conversando com dois amigos a respeito do que a gente aprende na escola, de quais são as habilidades, as competências que a gente desenvolve na escola pra depois poder aplicar na nossa profissão. Então algum tempo atrás era necessário você decorar uma série de conteúdos para poder ser aprovado em provas e vestibulares, porque a exigência do mercado estava muito relacionada a sua capacidade de memorização e de repetição.
Com a internet isso já caiu muito por terra, porque eu comecei a ter rapidamente o acesso a muitas informações instantaneamente, inclusive na palma da minha mão com acesso a internet via celular.
E, de repente, tudo aquilo que você aprendeu a desenvolver em termos de competência e habilidades na escola, já não era uma coisa que te diferencia de outras pessoas. Até aí tudo bem, porque você foi pra uma faculdade, acabou fazendo um curso superior e desenvolveu habilidades ainda mais específicas, mais refinadas, que te permitiam trabalhar num cargo, num papel, numa organização.
Só que agora essas habilidades estão sendo, em partes, replicadas, em termos de entregas, pelas inteligências artificiais que a gente tem hoje disponíveis no mercado.
Então, de repente, você não precisa ser mais aquele especialista, trazendo aqui o exemplo do desenvolvedor de software que o Flávio citou, pra poder criar um programa, às vezes com uma ferramenta de IA um programa simples, você consegue, até mesmo sem grandes conhecimentos técnicos, especializados, resolver o seu problema ou suprir a sua necessidade, em algum contexto do seu negócio.
Isso muda muito o jogo, porque agora a gente vai precisar ter cada vez mais habilidades e competências que não são tão técnicas de repente, ou tão aprofundadas, para poder serem aplicadas no dia a dia do negócio, mas que sejam mais sistêmicas ou mais sociais.
Eu vou precisar entender melhor as pessoas, compreender as suas necessidades. Eu vou precisar ter um olhar mais sistêmico, no sentido de entender como as partes estão se relacionando. Para que, com tudo isso, eu possa usar uma ferramenta ou duas de IA pra criar ali algum conteúdo ou criar alguma ferramenta que eu possa utilizar e resolver um problema que eu, como ser humano, identifiquei em outros seres humanos naquele contexto.
Então é uma mudança muito mais profunda. Eu acredito nisso porque eu fiz mestrado em IA dez anos atrás e a gente não tinha nem hardware pra poder rodar os algoritmos que a gente aprendia naquela época.
Hoje a gente não tem tantas limitações e a gente tem muitos dados disponíveis pra poder treinar cada vez mais os modelos de IA e desenvolver novos algoritmos que nos levem pro outro nível, além desse que a gente já está hoje. Que já estamos chegando aí num certo limite de desenvolvimento.
Então, esse aspecto vai ajudar não só as pessoas a pensarem diferente sobre como elas vão trabalhar, mas também vão levar as empresas a criarem produtos e serviços que não podem ser replicados facilmente com uma IA.
Seja na questão do atendimento ao cliente, que eu acredito que vai se tornar mais pessoal, mais próximo, não é? Mais humano nesse sentido. Seja no aspecto de resolver tecnicamente alguma situação das pessoas.
Então agora não basta mais eu ser a pessoa que detém o conhecimento técnico e que ninguém mais sabe fazer, porque uma IA vai permitir esse super poder para qualquer um daqui a pouco. E aí tudo deve mudar profundamente.
Então assim, desde a escola, que eu acredito que vai ser uma quebra de paradigma muito grande, até nas nossas relações no mercado, até na nossa forma de conviver em sociedade, porque ela tá toda estruturada num sistema de prestação de serviços, numa pessoa que trabalha pra outra e, grande parte desse esquema será substituído por agentes inteligentes.
E aí nós vamos ter que discutir coisas até que rompem paradigmas sociais como, por exemplo, uma renda básica universal, porque não vai precisar ter o trabalho que todo mundo precisa fazer hoje. E talvez não tenhamos trabalhos suficientes para todos e talvez não tenhamos trabalhos técnicos, mas que tenhamos outros tipos de trabalhos que sejam mais voltados ao desenvolvimento emocional, ao desenvolvimento espiritual, ao desenvolvimento social, que é onde as pessoas estão e de repente elas mais sofrem.
Então é assim que eu tô observando, do meu lado da tecnologia.
Flávio Logullo
Excelente.
E a gente tava conversando há um tempo pra trás, então a gente já falou algumas vezes, vou falar de novo, nós temos uma escola, a Lumiar em Poços de Caldas, que propõe já, desde a sua estrutura, um tipo de educação que é totalmente diferente, que já é preparando os novos indivíduos para lidar com questões que hoje, eu entendo que são um grande desafio, para grande parte da população que está colocada aí, porque como o Matheus disse, nós fomos educados, nós fomos criados e ensinados desse jeito antigo de se pensar.
E aí a gente chega, a ruptura acontece bruscamente com a IA. Então esse momento aqui com essas IAs generativas, ela consolida o que há algum tempo a gente já vinha percebendo.
Então, quando a gente abre o nosso negócio, a gente já propõe esse tipo de debate, de entender que cada indivíduo aqui ele tem que extrapolar a sua posição que é esperada. Então tem que, a cabeça tem que tá em outro lugar, o comprometimento tem que tá em outro lugar, porque percebe, olha o comentário do Matheus, é essa transformação, ela é evidente e é fato que vai acontecer.
Então aquele profissional que se vê acomodado, acho que essa é a palavra mesmo em uma especialização específica e não quer sair daquele lugar ali muito provavelmente vai sofrer, desse período que a gente tá vivendo adiante, porque será necessário que a gente se movimente lateralmente.
Então é muito mais difícil entender as profissões com as caixinhas do passado. Então mudou a embalagem das profissões, elas são diferentes. A gente precisa de novas habilidades e lá na escola Lumiar, a gente promove esse tipo de construção com os alunos que estão lá, sempre a partir desse senso crítico, do interesse, fazendo essa movimentação lateral, onde você não necessariamente precisa e deve ficar focado em um único assunto, mas se movimentar, entender as conexões entre as coisas.
E eu sou assim, super otimista com a IA, porque eu acho que esse tipo de debate é super polêmico. É um debate polêmico porque até aqui é um debate político, sobre renda básica universal, quem defende, quem não defende, então a gente tem lados opostos discutindo sobre esse tipo de tema.
Para existência humana, é meio que evidente que isso vai ser necessário e que a gente vai se redescobrir enquanto humano, para entender qual é o nosso papel aqui de fato que é essa socialização, que é a construção de valores.
A gente tava discutindo sobre isso, falou "pô, a gente trabalha com tecnologia e a tecnologia é muito acelerada”. E aí o negócio de base, que eu acho que vai ajudar as pessoas de verdade, é a nossa escola, que é o nosso negócio de maior propósito, dentro de todos os nossos negócios aqui.
Porque, de fato, a gente vai conseguir fazer com que esses novos humanos que saem ali da escola, eles consigam lidar melhor com o mundo que tá se colocando aqui pra eles.
Então as nossas crianças, elas já estão muito afundadas, por exemplo, na tecnologia, mas como lidar com essa tecnologia? Como elas podem sair desse lugar onde a gente discute a presença na tela, mas a gente não discute a relação com a tela, a relação com a tecnologia?
Então a escola ela promove o debate sempre nessa direção e coloca os nossos alunos lá em contato com aspectos muito interessantes, humanos, onde eles interagem, onde eles constroem coisas juntos, onde eles observam e, mais do que isso, que eu acho que a skill fundamental do humano vai ser o senso crítico.
Porque a partir do momento que você tá escrevendo um prompt, você vai ter uma resposta e essa resposta tende a ser cada vez mais convincente. Qual é a capacidade que você tem de criticar essa resposta?
Porque essa é a próxima transformação dos profissionais também. Então tem uma primeira barreira em que todo mundo está sentindo muita dificuldade ou resistência. Os veganos de IA, tem essa galera que quer manter distância.
O fato é que tá aqui, tá posto e a gente tem que saber interagir, mas mais do que isso é, interagindo o próximo passo é confiar cem por cento. E não é por aí, a gente tem que conseguir desenvolver um senso crítico para entender o que é que essa construção coletiva entre eu, indivíduo e essa inteligência artificial tá fazendo e se isso de fato tem valor pra quem eu quero entregar pra mim e pra sociedade.
Matheus Haddad
Eu acho que tem um aspecto importante aqui pros clientes do Granatum, especificamente, que a gente poderia destacar que, para você conseguir fazer uma IA ser útil, ser importante ou ser relevante pro seu contexto de negócio, a primeira coisa que você precisa é ter dados organizados.
E aí, se você utiliza o Granatum ou já utilizou durante muitos anos, você tem uma base que, pra uma IA, fica fácil dela compreender o que que aconteceu durante todos esses anos com o seu negócio nesse aspecto financeiro.
E cruzando essas informações, com outras informações do mercado que nós temos acesso pela internet, é possível gerar insights, gerar dicas ou mesmo identificar alguns problemas ou pontos fortes na sua maneira de operar.
Então hoje o que a gente tem visto não é que o diferencial está apenas no algoritmo, até porque a gente já tem muita coisa open source, disponível gratuitamente pras pessoas, mas a vantagem competitiva estará naquele que consegue ter uma quantidade de dados organizados.
Esse tipo de habilidade ou de possibilidade só vai surgir se você tiver disciplina pra conseguir registrar, categorizar e agrupar os dados que o seu negócio gera o tempo todo.
No aspecto financeiro o Granatum faz isso muito bem e há muitos anos. Nós aqui na WebGoal, no Ateliê de Software, no próprio Granatum, já utilizamos o Granatum desde o começo e conseguimos observar os ganhos de conseguir entender o nosso histórico pra analisar o nosso comportamento financeiro e repercutir isso pro negócio, pra entender a evolução do próprio modelo de negócio no mercado.
Então, nessa era de muitas ferramentas de IA, o que realmente vai fazer a diferença é se você tem dados, muito bons, muito organizados do seu próprio negócio.
Então essa é a dica que eu queria deixar aqui pra fechar esse episódio, porque sem dados essas ferramentas já costumam não funcionar muito bem.
Mariana Prado
Excelentes reflexões. A gente passou aqui olhando primeiro para um aspecto de como a inteligência artificial ela vai transformar não só a forma como a gente trabalha, mas principalmente a forma como a gente pensa o futuro da sociedade, como a gente estrutura os nossos negócios, como a gente enfrenta os desafios.
E a gente fecha o episódio aqui com esse olhar do Matheus pros dados. E, com certeza, já é um gancho pra gente continuar discutindo isso mais pra frente né? Como ter dados organizados vai ser fundamental nesse futuro onde a gente fala de interação com inteligência artificial o tempo todo.
Então se você está observando também essas mudanças da inteligência artificial e quer falar mais sobre isso, compartilhe esse episódio com a sua rede.
Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana!
Mariana Prado
Você está ouvindo Código Granatum. Conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e aqui comigo, Flávio Logullo e Matheus Haddad, dois dos co-fundadores do Granatum.
Que o Granatum é uma empresa de tecnologia você aí já sabe, a gente já falou disso lá no nosso primeiro episódio. E que a gente tá sempre de olho no mercado e buscando inovar em tudo que a gente faz, eu acho que você também já tá percebendo isso.
É por isso que a gente está sempre olhando para as ferramentas de inteligência artificial e conversando sobre como elas estão tornando o nosso trabalho mais ágil e como elas vão impactar cada dia mais no mercado de tecnologia. Essa transformação é tanto para quem desenvolve as soluções, mas também para quem contrata novas ferramentas.
E aí eu queria ouvir do Floz e do Matheus, como vocês veem esse impacto no mercado de tecnologia e quais são as grandes mudanças que vocês já estão acompanhando?
Flávio Logullo
Bom foi uma explosão, um grande Big Bang assim. E aí falando pessoalmente, de uma pessoa que acompanhou a transição do não temos internet, para temos internet, eu entendo que a gente tá passando por um momento tão grandioso quanto o momento da internet chegando no meu próprio computador e eu conseguindo acessar e conversar com pessoas a distância.
A diferença agora é que a transformação ela é do lado de dentro, então o indivíduo agora ele tá sendo, ele foi muito mais impactado do que em outros momentos. Aqui, por aqui a gente tem sido muito cauteloso e estudando bastante sobre todas as ferramentas de IA.
Então a gente tá tentando, eu sou muito empolgado né, com com tudo que acontece, com todas as ferramentas que aparecem, mas eu tento estressar ao máximo as potências, eu tento contornar os problemas que as IAs, e aí é interessante dizer que a gente, quando a gente fala de IA, IA não é uma coisa nova né então eu entendo que esse papo aqui vai ser sobre as IAs generativas que chegaram agora e são muito mais populares né?
Pra gente conseguir fazer o que o Chat GPT, o Gemini e outros aí conseguem fazer a partir de um campo só, que você digita ali um prompt, uma instrução, que tenha essa interface conversacional, a gente já fazia né, quando eu estudei na faculdade é a gente fazia coisas parecidas, mas pra gente chegar nesse resultado era um baita de um trabalho, você tinha que ter um conhecimento técnico, você tinha que programar, você tinha que criar uma estrutura né pra criar essa rede, e hoje tudo muito mais acessível.
E a grande transformação que a gente tem sentido aqui é que, o que já era muito acelerado, todas essas transformações que já eram muito aceleradas na nossa indústria, na indústria de tecnologia, onde as coisas, as revoluções, elas acontecem de tempos em tempos e é sempre muito exponencial né. Então a gente tem a internet, daí a gente tem as redes sociais, agora a gente tem as IAs.
Tudo isso provoca um impacto social muito grande e na nossa indústria, particularmente, a gente é sempre muito dependente de entender o que que tá acontecendo. E é quase que uma missão a gente conseguir filtrar e trazer para os nossos clientes o que de fato tem de valor nisso tudo.
Então a nossa responsabilidade hoje é de conseguir usar e criar, fazer uma curadoria, para aplicar o que essas ferramentas tem a oferecer nos nossos produtos e nos nossos serviços.
Então na indústria, na nossa indústria aqui, a gente acabou de passar por um escassez profissional, por exemplo, então tinha bons profissionais, eles eram, tavam raros e eram caros e a gente teve um uma super inflação no nosso mercado de salário, principalmente aqui em São Paulo, onde é a base do Granatum, apesar da gente tá no do Brasil inteiro.
Mas por exemplo a IA chega também pra transformar isso. Então a gente consegue ter muito mais potência de entrega com um time muito mais enxuto, a qualidade da entrega aumentou bastante também e isso invariavelmente vai refletir nas entregas que a gente faz e no valor que a gente coloca pros nossos clientes.
Isso em termos de entrega de valor e isso em termos de custo também então, percebe? Isso mexe numa matriz social, basicamente, porque a gente tá falando de uma indústria de profissionais e de entrega de valor. As expectativas tem mudado e eu acho que isso daqui pra frente vai melhorar.
Eu sempre falo que o sarrafo que subiu né, do salto em altura, então a gente tá com um sarrafo bem alto hoje porque, a gente tem profissões e, principalmente no nosso mercado, não só no de software, mas no de gestão financeira também, foi bastante impactado, porque a gente tem agora a possibilidade de ter excelentes assistentes com o custo, uma fração do custo que a gente tinha antes e com uma qualidade se não equivalente, superior a da entrega de muitos profissionais.
Matheus Haddad
Isso mexe com tudo né? Eu acho que é uma transformação realmente profunda que a gente vai vivenciar nos próximos anos, porque em termos de tecnologia a gente também teve um alinhamento muito grande em relação ao que precisava ser desenvolvido em termos de hardware e também de algoritmos para IA chegar nesse estado que está hoje.
E com certeza todos nós usaremos de alguma forma, ferramentas com técnicas ou com práticas de inteligência artificial para poder melhorar o nosso dia a dia. E isso não vai impactar só o nosso dia a dia, como o Flávio colocou, vai impactar também as profissões, a forma como a gente aprende, a forma como a gente atua.
Porque a tecnologia veio pra resolver muitos dos problemas que o ser humano vive cotidianamente. Até que chegou o ponto em que ela começou a resolver esses problemas de produzir conteúdo ou produzir novos serviços, novos softwares, novos produtos, de uma maneira mais automatizada ou mais rápida, ou com mais assertividade.
Isso é uma mudança profunda no nosso meio, porque agora eu não preciso mais, de repente, aprender tudo que eu aprendo na escola, porque o que vai ser exigido de mim no mercado é uma coisa muito diferente.
Um dia desse tava conversando com dois amigos a respeito do que a gente aprende na escola, de quais são as habilidades, as competências que a gente desenvolve na escola pra depois poder aplicar na nossa profissão. Então algum tempo atrás era necessário você decorar uma série de conteúdos para poder ser aprovado em provas e vestibulares, porque a exigência do mercado estava muito relacionada a sua capacidade de memorização e de repetição.
Com a internet isso já caiu muito por terra, porque eu comecei a ter rapidamente o acesso a muitas informações instantaneamente, inclusive na palma da minha mão com acesso a internet via celular.
E, de repente, tudo aquilo que você aprendeu a desenvolver em termos de competência e habilidades na escola, já não era uma coisa que te diferencia de outras pessoas. Até aí tudo bem, porque você foi pra uma faculdade, acabou fazendo um curso superior e desenvolveu habilidades ainda mais específicas, mais refinadas, que te permitiam trabalhar num cargo, num papel, numa organização.
Só que agora essas habilidades estão sendo, em partes, replicadas, em termos de entregas, pelas inteligências artificiais que a gente tem hoje disponíveis no mercado.
Então, de repente, você não precisa ser mais aquele especialista, trazendo aqui o exemplo do desenvolvedor de software que o Flávio citou, pra poder criar um programa, às vezes com uma ferramenta de IA um programa simples, você consegue, até mesmo sem grandes conhecimentos técnicos, especializados, resolver o seu problema ou suprir a sua necessidade, em algum contexto do seu negócio.
Isso muda muito o jogo, porque agora a gente vai precisar ter cada vez mais habilidades e competências que não são tão técnicas de repente, ou tão aprofundadas, para poder serem aplicadas no dia a dia do negócio, mas que sejam mais sistêmicas ou mais sociais.
Eu vou precisar entender melhor as pessoas, compreender as suas necessidades. Eu vou precisar ter um olhar mais sistêmico, no sentido de entender como as partes estão se relacionando. Para que, com tudo isso, eu possa usar uma ferramenta ou duas de IA pra criar ali algum conteúdo ou criar alguma ferramenta que eu possa utilizar e resolver um problema que eu, como ser humano, identifiquei em outros seres humanos naquele contexto.
Então é uma mudança muito mais profunda. Eu acredito nisso porque eu fiz mestrado em IA dez anos atrás e a gente não tinha nem hardware pra poder rodar os algoritmos que a gente aprendia naquela época.
Hoje a gente não tem tantas limitações e a gente tem muitos dados disponíveis pra poder treinar cada vez mais os modelos de IA e desenvolver novos algoritmos que nos levem pro outro nível, além desse que a gente já está hoje. Que já estamos chegando aí num certo limite de desenvolvimento.
Então, esse aspecto vai ajudar não só as pessoas a pensarem diferente sobre como elas vão trabalhar, mas também vão levar as empresas a criarem produtos e serviços que não podem ser replicados facilmente com uma IA.
Seja na questão do atendimento ao cliente, que eu acredito que vai se tornar mais pessoal, mais próximo, não é? Mais humano nesse sentido. Seja no aspecto de resolver tecnicamente alguma situação das pessoas.
Então agora não basta mais eu ser a pessoa que detém o conhecimento técnico e que ninguém mais sabe fazer, porque uma IA vai permitir esse super poder para qualquer um daqui a pouco. E aí tudo deve mudar profundamente.
Então assim, desde a escola, que eu acredito que vai ser uma quebra de paradigma muito grande, até nas nossas relações no mercado, até na nossa forma de conviver em sociedade, porque ela tá toda estruturada num sistema de prestação de serviços, numa pessoa que trabalha pra outra e, grande parte desse esquema será substituído por agentes inteligentes.
E aí nós vamos ter que discutir coisas até que rompem paradigmas sociais como, por exemplo, uma renda básica universal, porque não vai precisar ter o trabalho que todo mundo precisa fazer hoje. E talvez não tenhamos trabalhos suficientes para todos e talvez não tenhamos trabalhos técnicos, mas que tenhamos outros tipos de trabalhos que sejam mais voltados ao desenvolvimento emocional, ao desenvolvimento espiritual, ao desenvolvimento social, que é onde as pessoas estão e de repente elas mais sofrem.
Então é assim que eu tô observando, do meu lado da tecnologia.
Flávio Logullo
Excelente.
E a gente tava conversando há um tempo pra trás, então a gente já falou algumas vezes, vou falar de novo, nós temos uma escola, a Lumiar em Poços de Caldas, que propõe já, desde a sua estrutura, um tipo de educação que é totalmente diferente, que já é preparando os novos indivíduos para lidar com questões que hoje, eu entendo que são um grande desafio, para grande parte da população que está colocada aí, porque como o Matheus disse, nós fomos educados, nós fomos criados e ensinados desse jeito antigo de se pensar.
E aí a gente chega, a ruptura acontece bruscamente com a IA. Então esse momento aqui com essas IAs generativas, ela consolida o que há algum tempo a gente já vinha percebendo.
Então, quando a gente abre o nosso negócio, a gente já propõe esse tipo de debate, de entender que cada indivíduo aqui ele tem que extrapolar a sua posição que é esperada. Então tem que, a cabeça tem que tá em outro lugar, o comprometimento tem que tá em outro lugar, porque percebe, olha o comentário do Matheus, é essa transformação, ela é evidente e é fato que vai acontecer.
Então aquele profissional que se vê acomodado, acho que essa é a palavra mesmo em uma especialização específica e não quer sair daquele lugar ali muito provavelmente vai sofrer, desse período que a gente tá vivendo adiante, porque será necessário que a gente se movimente lateralmente.
Então é muito mais difícil entender as profissões com as caixinhas do passado. Então mudou a embalagem das profissões, elas são diferentes. A gente precisa de novas habilidades e lá na escola Lumiar, a gente promove esse tipo de construção com os alunos que estão lá, sempre a partir desse senso crítico, do interesse, fazendo essa movimentação lateral, onde você não necessariamente precisa e deve ficar focado em um único assunto, mas se movimentar, entender as conexões entre as coisas.
E eu sou assim, super otimista com a IA, porque eu acho que esse tipo de debate é super polêmico. É um debate polêmico porque até aqui é um debate político, sobre renda básica universal, quem defende, quem não defende, então a gente tem lados opostos discutindo sobre esse tipo de tema.
Para existência humana, é meio que evidente que isso vai ser necessário e que a gente vai se redescobrir enquanto humano, para entender qual é o nosso papel aqui de fato que é essa socialização, que é a construção de valores.
A gente tava discutindo sobre isso, falou "pô, a gente trabalha com tecnologia e a tecnologia é muito acelerada”. E aí o negócio de base, que eu acho que vai ajudar as pessoas de verdade, é a nossa escola, que é o nosso negócio de maior propósito, dentro de todos os nossos negócios aqui.
Porque, de fato, a gente vai conseguir fazer com que esses novos humanos que saem ali da escola, eles consigam lidar melhor com o mundo que tá se colocando aqui pra eles.
Então as nossas crianças, elas já estão muito afundadas, por exemplo, na tecnologia, mas como lidar com essa tecnologia? Como elas podem sair desse lugar onde a gente discute a presença na tela, mas a gente não discute a relação com a tela, a relação com a tecnologia?
Então a escola ela promove o debate sempre nessa direção e coloca os nossos alunos lá em contato com aspectos muito interessantes, humanos, onde eles interagem, onde eles constroem coisas juntos, onde eles observam e, mais do que isso, que eu acho que a skill fundamental do humano vai ser o senso crítico.
Porque a partir do momento que você tá escrevendo um prompt, você vai ter uma resposta e essa resposta tende a ser cada vez mais convincente. Qual é a capacidade que você tem de criticar essa resposta?
Porque essa é a próxima transformação dos profissionais também. Então tem uma primeira barreira em que todo mundo está sentindo muita dificuldade ou resistência. Os veganos de IA, tem essa galera que quer manter distância.
O fato é que tá aqui, tá posto e a gente tem que saber interagir, mas mais do que isso é, interagindo o próximo passo é confiar cem por cento. E não é por aí, a gente tem que conseguir desenvolver um senso crítico para entender o que é que essa construção coletiva entre eu, indivíduo e essa inteligência artificial tá fazendo e se isso de fato tem valor pra quem eu quero entregar pra mim e pra sociedade.
Matheus Haddad
Eu acho que tem um aspecto importante aqui pros clientes do Granatum, especificamente, que a gente poderia destacar que, para você conseguir fazer uma IA ser útil, ser importante ou ser relevante pro seu contexto de negócio, a primeira coisa que você precisa é ter dados organizados.
E aí, se você utiliza o Granatum ou já utilizou durante muitos anos, você tem uma base que, pra uma IA, fica fácil dela compreender o que que aconteceu durante todos esses anos com o seu negócio nesse aspecto financeiro.
E cruzando essas informações, com outras informações do mercado que nós temos acesso pela internet, é possível gerar insights, gerar dicas ou mesmo identificar alguns problemas ou pontos fortes na sua maneira de operar.
Então hoje o que a gente tem visto não é que o diferencial está apenas no algoritmo, até porque a gente já tem muita coisa open source, disponível gratuitamente pras pessoas, mas a vantagem competitiva estará naquele que consegue ter uma quantidade de dados organizados.
Esse tipo de habilidade ou de possibilidade só vai surgir se você tiver disciplina pra conseguir registrar, categorizar e agrupar os dados que o seu negócio gera o tempo todo.
No aspecto financeiro o Granatum faz isso muito bem e há muitos anos. Nós aqui na WebGoal, no Ateliê de Software, no próprio Granatum, já utilizamos o Granatum desde o começo e conseguimos observar os ganhos de conseguir entender o nosso histórico pra analisar o nosso comportamento financeiro e repercutir isso pro negócio, pra entender a evolução do próprio modelo de negócio no mercado.
Então, nessa era de muitas ferramentas de IA, o que realmente vai fazer a diferença é se você tem dados, muito bons, muito organizados do seu próprio negócio.
Então essa é a dica que eu queria deixar aqui pra fechar esse episódio, porque sem dados essas ferramentas já costumam não funcionar muito bem.
Mariana Prado
Excelentes reflexões. A gente passou aqui olhando primeiro para um aspecto de como a inteligência artificial ela vai transformar não só a forma como a gente trabalha, mas principalmente a forma como a gente pensa o futuro da sociedade, como a gente estrutura os nossos negócios, como a gente enfrenta os desafios.
E a gente fecha o episódio aqui com esse olhar do Matheus pros dados. E, com certeza, já é um gancho pra gente continuar discutindo isso mais pra frente né? Como ter dados organizados vai ser fundamental nesse futuro onde a gente fala de interação com inteligência artificial o tempo todo.
Então se você está observando também essas mudanças da inteligência artificial e quer falar mais sobre isso, compartilhe esse episódio com a sua rede.
Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana!
Mariana Prado
Você está ouvindo Código Granatum. Conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e aqui comigo, Flávio Logullo e Matheus Haddad, dois dos co-fundadores do Granatum.
Que o Granatum é uma empresa de tecnologia você aí já sabe, a gente já falou disso lá no nosso primeiro episódio. E que a gente tá sempre de olho no mercado e buscando inovar em tudo que a gente faz, eu acho que você também já tá percebendo isso.
É por isso que a gente está sempre olhando para as ferramentas de inteligência artificial e conversando sobre como elas estão tornando o nosso trabalho mais ágil e como elas vão impactar cada dia mais no mercado de tecnologia. Essa transformação é tanto para quem desenvolve as soluções, mas também para quem contrata novas ferramentas.
E aí eu queria ouvir do Floz e do Matheus, como vocês veem esse impacto no mercado de tecnologia e quais são as grandes mudanças que vocês já estão acompanhando?
Flávio Logullo
Bom foi uma explosão, um grande Big Bang assim. E aí falando pessoalmente, de uma pessoa que acompanhou a transição do não temos internet, para temos internet, eu entendo que a gente tá passando por um momento tão grandioso quanto o momento da internet chegando no meu próprio computador e eu conseguindo acessar e conversar com pessoas a distância.
A diferença agora é que a transformação ela é do lado de dentro, então o indivíduo agora ele tá sendo, ele foi muito mais impactado do que em outros momentos. Aqui, por aqui a gente tem sido muito cauteloso e estudando bastante sobre todas as ferramentas de IA.
Então a gente tá tentando, eu sou muito empolgado né, com com tudo que acontece, com todas as ferramentas que aparecem, mas eu tento estressar ao máximo as potências, eu tento contornar os problemas que as IAs, e aí é interessante dizer que a gente, quando a gente fala de IA, IA não é uma coisa nova né então eu entendo que esse papo aqui vai ser sobre as IAs generativas que chegaram agora e são muito mais populares né?
Pra gente conseguir fazer o que o Chat GPT, o Gemini e outros aí conseguem fazer a partir de um campo só, que você digita ali um prompt, uma instrução, que tenha essa interface conversacional, a gente já fazia né, quando eu estudei na faculdade é a gente fazia coisas parecidas, mas pra gente chegar nesse resultado era um baita de um trabalho, você tinha que ter um conhecimento técnico, você tinha que programar, você tinha que criar uma estrutura né pra criar essa rede, e hoje tudo muito mais acessível.
E a grande transformação que a gente tem sentido aqui é que, o que já era muito acelerado, todas essas transformações que já eram muito aceleradas na nossa indústria, na indústria de tecnologia, onde as coisas, as revoluções, elas acontecem de tempos em tempos e é sempre muito exponencial né. Então a gente tem a internet, daí a gente tem as redes sociais, agora a gente tem as IAs.
Tudo isso provoca um impacto social muito grande e na nossa indústria, particularmente, a gente é sempre muito dependente de entender o que que tá acontecendo. E é quase que uma missão a gente conseguir filtrar e trazer para os nossos clientes o que de fato tem de valor nisso tudo.
Então a nossa responsabilidade hoje é de conseguir usar e criar, fazer uma curadoria, para aplicar o que essas ferramentas tem a oferecer nos nossos produtos e nos nossos serviços.
Então na indústria, na nossa indústria aqui, a gente acabou de passar por um escassez profissional, por exemplo, então tinha bons profissionais, eles eram, tavam raros e eram caros e a gente teve um uma super inflação no nosso mercado de salário, principalmente aqui em São Paulo, onde é a base do Granatum, apesar da gente tá no do Brasil inteiro.
Mas por exemplo a IA chega também pra transformar isso. Então a gente consegue ter muito mais potência de entrega com um time muito mais enxuto, a qualidade da entrega aumentou bastante também e isso invariavelmente vai refletir nas entregas que a gente faz e no valor que a gente coloca pros nossos clientes.
Isso em termos de entrega de valor e isso em termos de custo também então, percebe? Isso mexe numa matriz social, basicamente, porque a gente tá falando de uma indústria de profissionais e de entrega de valor. As expectativas tem mudado e eu acho que isso daqui pra frente vai melhorar.
Eu sempre falo que o sarrafo que subiu né, do salto em altura, então a gente tá com um sarrafo bem alto hoje porque, a gente tem profissões e, principalmente no nosso mercado, não só no de software, mas no de gestão financeira também, foi bastante impactado, porque a gente tem agora a possibilidade de ter excelentes assistentes com o custo, uma fração do custo que a gente tinha antes e com uma qualidade se não equivalente, superior a da entrega de muitos profissionais.
Matheus Haddad
Isso mexe com tudo né? Eu acho que é uma transformação realmente profunda que a gente vai vivenciar nos próximos anos, porque em termos de tecnologia a gente também teve um alinhamento muito grande em relação ao que precisava ser desenvolvido em termos de hardware e também de algoritmos para IA chegar nesse estado que está hoje.
E com certeza todos nós usaremos de alguma forma, ferramentas com técnicas ou com práticas de inteligência artificial para poder melhorar o nosso dia a dia. E isso não vai impactar só o nosso dia a dia, como o Flávio colocou, vai impactar também as profissões, a forma como a gente aprende, a forma como a gente atua.
Porque a tecnologia veio pra resolver muitos dos problemas que o ser humano vive cotidianamente. Até que chegou o ponto em que ela começou a resolver esses problemas de produzir conteúdo ou produzir novos serviços, novos softwares, novos produtos, de uma maneira mais automatizada ou mais rápida, ou com mais assertividade.
Isso é uma mudança profunda no nosso meio, porque agora eu não preciso mais, de repente, aprender tudo que eu aprendo na escola, porque o que vai ser exigido de mim no mercado é uma coisa muito diferente.
Um dia desse tava conversando com dois amigos a respeito do que a gente aprende na escola, de quais são as habilidades, as competências que a gente desenvolve na escola pra depois poder aplicar na nossa profissão. Então algum tempo atrás era necessário você decorar uma série de conteúdos para poder ser aprovado em provas e vestibulares, porque a exigência do mercado estava muito relacionada a sua capacidade de memorização e de repetição.
Com a internet isso já caiu muito por terra, porque eu comecei a ter rapidamente o acesso a muitas informações instantaneamente, inclusive na palma da minha mão com acesso a internet via celular.
E, de repente, tudo aquilo que você aprendeu a desenvolver em termos de competência e habilidades na escola, já não era uma coisa que te diferencia de outras pessoas. Até aí tudo bem, porque você foi pra uma faculdade, acabou fazendo um curso superior e desenvolveu habilidades ainda mais específicas, mais refinadas, que te permitiam trabalhar num cargo, num papel, numa organização.
Só que agora essas habilidades estão sendo, em partes, replicadas, em termos de entregas, pelas inteligências artificiais que a gente tem hoje disponíveis no mercado.
Então, de repente, você não precisa ser mais aquele especialista, trazendo aqui o exemplo do desenvolvedor de software que o Flávio citou, pra poder criar um programa, às vezes com uma ferramenta de IA um programa simples, você consegue, até mesmo sem grandes conhecimentos técnicos, especializados, resolver o seu problema ou suprir a sua necessidade, em algum contexto do seu negócio.
Isso muda muito o jogo, porque agora a gente vai precisar ter cada vez mais habilidades e competências que não são tão técnicas de repente, ou tão aprofundadas, para poder serem aplicadas no dia a dia do negócio, mas que sejam mais sistêmicas ou mais sociais.
Eu vou precisar entender melhor as pessoas, compreender as suas necessidades. Eu vou precisar ter um olhar mais sistêmico, no sentido de entender como as partes estão se relacionando. Para que, com tudo isso, eu possa usar uma ferramenta ou duas de IA pra criar ali algum conteúdo ou criar alguma ferramenta que eu possa utilizar e resolver um problema que eu, como ser humano, identifiquei em outros seres humanos naquele contexto.
Então é uma mudança muito mais profunda. Eu acredito nisso porque eu fiz mestrado em IA dez anos atrás e a gente não tinha nem hardware pra poder rodar os algoritmos que a gente aprendia naquela época.
Hoje a gente não tem tantas limitações e a gente tem muitos dados disponíveis pra poder treinar cada vez mais os modelos de IA e desenvolver novos algoritmos que nos levem pro outro nível, além desse que a gente já está hoje. Que já estamos chegando aí num certo limite de desenvolvimento.
Então, esse aspecto vai ajudar não só as pessoas a pensarem diferente sobre como elas vão trabalhar, mas também vão levar as empresas a criarem produtos e serviços que não podem ser replicados facilmente com uma IA.
Seja na questão do atendimento ao cliente, que eu acredito que vai se tornar mais pessoal, mais próximo, não é? Mais humano nesse sentido. Seja no aspecto de resolver tecnicamente alguma situação das pessoas.
Então agora não basta mais eu ser a pessoa que detém o conhecimento técnico e que ninguém mais sabe fazer, porque uma IA vai permitir esse super poder para qualquer um daqui a pouco. E aí tudo deve mudar profundamente.
Então assim, desde a escola, que eu acredito que vai ser uma quebra de paradigma muito grande, até nas nossas relações no mercado, até na nossa forma de conviver em sociedade, porque ela tá toda estruturada num sistema de prestação de serviços, numa pessoa que trabalha pra outra e, grande parte desse esquema será substituído por agentes inteligentes.
E aí nós vamos ter que discutir coisas até que rompem paradigmas sociais como, por exemplo, uma renda básica universal, porque não vai precisar ter o trabalho que todo mundo precisa fazer hoje. E talvez não tenhamos trabalhos suficientes para todos e talvez não tenhamos trabalhos técnicos, mas que tenhamos outros tipos de trabalhos que sejam mais voltados ao desenvolvimento emocional, ao desenvolvimento espiritual, ao desenvolvimento social, que é onde as pessoas estão e de repente elas mais sofrem.
Então é assim que eu tô observando, do meu lado da tecnologia.
Flávio Logullo
Excelente.
E a gente tava conversando há um tempo pra trás, então a gente já falou algumas vezes, vou falar de novo, nós temos uma escola, a Lumiar em Poços de Caldas, que propõe já, desde a sua estrutura, um tipo de educação que é totalmente diferente, que já é preparando os novos indivíduos para lidar com questões que hoje, eu entendo que são um grande desafio, para grande parte da população que está colocada aí, porque como o Matheus disse, nós fomos educados, nós fomos criados e ensinados desse jeito antigo de se pensar.
E aí a gente chega, a ruptura acontece bruscamente com a IA. Então esse momento aqui com essas IAs generativas, ela consolida o que há algum tempo a gente já vinha percebendo.
Então, quando a gente abre o nosso negócio, a gente já propõe esse tipo de debate, de entender que cada indivíduo aqui ele tem que extrapolar a sua posição que é esperada. Então tem que, a cabeça tem que tá em outro lugar, o comprometimento tem que tá em outro lugar, porque percebe, olha o comentário do Matheus, é essa transformação, ela é evidente e é fato que vai acontecer.
Então aquele profissional que se vê acomodado, acho que essa é a palavra mesmo em uma especialização específica e não quer sair daquele lugar ali muito provavelmente vai sofrer, desse período que a gente tá vivendo adiante, porque será necessário que a gente se movimente lateralmente.
Então é muito mais difícil entender as profissões com as caixinhas do passado. Então mudou a embalagem das profissões, elas são diferentes. A gente precisa de novas habilidades e lá na escola Lumiar, a gente promove esse tipo de construção com os alunos que estão lá, sempre a partir desse senso crítico, do interesse, fazendo essa movimentação lateral, onde você não necessariamente precisa e deve ficar focado em um único assunto, mas se movimentar, entender as conexões entre as coisas.
E eu sou assim, super otimista com a IA, porque eu acho que esse tipo de debate é super polêmico. É um debate polêmico porque até aqui é um debate político, sobre renda básica universal, quem defende, quem não defende, então a gente tem lados opostos discutindo sobre esse tipo de tema.
Para existência humana, é meio que evidente que isso vai ser necessário e que a gente vai se redescobrir enquanto humano, para entender qual é o nosso papel aqui de fato que é essa socialização, que é a construção de valores.
A gente tava discutindo sobre isso, falou "pô, a gente trabalha com tecnologia e a tecnologia é muito acelerada”. E aí o negócio de base, que eu acho que vai ajudar as pessoas de verdade, é a nossa escola, que é o nosso negócio de maior propósito, dentro de todos os nossos negócios aqui.
Porque, de fato, a gente vai conseguir fazer com que esses novos humanos que saem ali da escola, eles consigam lidar melhor com o mundo que tá se colocando aqui pra eles.
Então as nossas crianças, elas já estão muito afundadas, por exemplo, na tecnologia, mas como lidar com essa tecnologia? Como elas podem sair desse lugar onde a gente discute a presença na tela, mas a gente não discute a relação com a tela, a relação com a tecnologia?
Então a escola ela promove o debate sempre nessa direção e coloca os nossos alunos lá em contato com aspectos muito interessantes, humanos, onde eles interagem, onde eles constroem coisas juntos, onde eles observam e, mais do que isso, que eu acho que a skill fundamental do humano vai ser o senso crítico.
Porque a partir do momento que você tá escrevendo um prompt, você vai ter uma resposta e essa resposta tende a ser cada vez mais convincente. Qual é a capacidade que você tem de criticar essa resposta?
Porque essa é a próxima transformação dos profissionais também. Então tem uma primeira barreira em que todo mundo está sentindo muita dificuldade ou resistência. Os veganos de IA, tem essa galera que quer manter distância.
O fato é que tá aqui, tá posto e a gente tem que saber interagir, mas mais do que isso é, interagindo o próximo passo é confiar cem por cento. E não é por aí, a gente tem que conseguir desenvolver um senso crítico para entender o que é que essa construção coletiva entre eu, indivíduo e essa inteligência artificial tá fazendo e se isso de fato tem valor pra quem eu quero entregar pra mim e pra sociedade.
Matheus Haddad
Eu acho que tem um aspecto importante aqui pros clientes do Granatum, especificamente, que a gente poderia destacar que, para você conseguir fazer uma IA ser útil, ser importante ou ser relevante pro seu contexto de negócio, a primeira coisa que você precisa é ter dados organizados.
E aí, se você utiliza o Granatum ou já utilizou durante muitos anos, você tem uma base que, pra uma IA, fica fácil dela compreender o que que aconteceu durante todos esses anos com o seu negócio nesse aspecto financeiro.
E cruzando essas informações, com outras informações do mercado que nós temos acesso pela internet, é possível gerar insights, gerar dicas ou mesmo identificar alguns problemas ou pontos fortes na sua maneira de operar.
Então hoje o que a gente tem visto não é que o diferencial está apenas no algoritmo, até porque a gente já tem muita coisa open source, disponível gratuitamente pras pessoas, mas a vantagem competitiva estará naquele que consegue ter uma quantidade de dados organizados.
Esse tipo de habilidade ou de possibilidade só vai surgir se você tiver disciplina pra conseguir registrar, categorizar e agrupar os dados que o seu negócio gera o tempo todo.
No aspecto financeiro o Granatum faz isso muito bem e há muitos anos. Nós aqui na WebGoal, no Ateliê de Software, no próprio Granatum, já utilizamos o Granatum desde o começo e conseguimos observar os ganhos de conseguir entender o nosso histórico pra analisar o nosso comportamento financeiro e repercutir isso pro negócio, pra entender a evolução do próprio modelo de negócio no mercado.
Então, nessa era de muitas ferramentas de IA, o que realmente vai fazer a diferença é se você tem dados, muito bons, muito organizados do seu próprio negócio.
Então essa é a dica que eu queria deixar aqui pra fechar esse episódio, porque sem dados essas ferramentas já costumam não funcionar muito bem.
Mariana Prado
Excelentes reflexões. A gente passou aqui olhando primeiro para um aspecto de como a inteligência artificial ela vai transformar não só a forma como a gente trabalha, mas principalmente a forma como a gente pensa o futuro da sociedade, como a gente estrutura os nossos negócios, como a gente enfrenta os desafios.
E a gente fecha o episódio aqui com esse olhar do Matheus pros dados. E, com certeza, já é um gancho pra gente continuar discutindo isso mais pra frente né? Como ter dados organizados vai ser fundamental nesse futuro onde a gente fala de interação com inteligência artificial o tempo todo.
Então se você está observando também essas mudanças da inteligência artificial e quer falar mais sobre isso, compartilhe esse episódio com a sua rede.
Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana!