GranatumCast | Temporada 2
Código Granatum | Temporada 1
Código Granatum | Temporada 1
#16
Nem tudo são flores
Nem tudo são flores
Temas Relacionados ao Episódio
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Cultura horizontal sem romantização
Autonomia, confiança e ausência de cargos formais — junto com inseguranças, conflitos e conversas difíceis que esse modelo inevitavelmente traz.
Atrito como efeito colateral da autonomia
Quando cada pessoa se apropria do “seu espaço”, a cobrança entre pares aumenta, o nível de exigência sobe e os atritos aparecem com mais clareza.
Conflitos entre áreas
Como desalinhamento de objetivos e expectativas gera conflito, e o que muda quando todo mundo passa a olhar para o mesmo problema e para a mesma meta.
Conhecimento profundo como condição de jogo
Por que não dá para trabalhar no Granatum sem entender o sistema, os clientes e conceitos básicos de gestão financeira. Isso gera pressão, mas também qualidade nas entregas.
Ciclos curtos e intensidade alta
Entregas em ciclos curtos puxam ciclos de aprendizagem igualmente rápidos, debates intensos e ajustes constantes na forma de trabalhar.
Distribuição de liderança
Os riscos de concentrar decisão em quem está há mais tempo na empresa e caminhos para construir decisões mais coletivas, com espaço real para quem está chegando.
Cultura como movimento, não destino final
A ideia de que a cultura nunca está “pronta”: ela muda conforme o time muda, o negócio cresce e novos desafios aparecem. E isso é parte do que mantém o Granatum vivo.
Transcrição do Episódio
Mariana Prado
Você está ouvindo Código Granatum, conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente. E aqui comigo, Flávio Logullo, um dos cofundadores do Granatum, e o Maurício Matsuda, nosso CTO.
Quem acompanha o Código Granatum já conhece bem o nosso jeito de trabalhar: uma estrutura horizontal, com cultura baseada em autonomia, colaboração e confiança. Mas no fim das contas, nem tudo são flores. Toda cultura traz seus desafios.
A nossa aqui exige maturidade, diálogo constante e uma boa dose de paciência para lidar com os atritos que aparecem pelo caminho. Como a gente acredita muito na nossa cultura, a gente costuma compartilhar aqui uma visão muito positiva sobre ela. E com razão.
Mas hoje eu vou mudar um pouco isso, e eu quero ouvir de vocês, Floz e Maurício, sobre os nossos desafios. Quais foram os grandes desafios que a gente enfrentou ao longo dos anos por causa da nossa cultura?
Flavio Logullo
Que enfrentamos ou a gente enfrenta?
Bom, eu acho que o ambiente do Granatum é muito desafiador, pela natureza. Nós somos um negócio, por incrível que pareça. Então a nossa cultura parece que é tudo muito tranquila, muito solto, talvez uma bagunça. Muita gente quando ouve a gente falar não imagina o tanto de processo que a gente tem encadeado aqui e o tanto de habilidade que cada um dos indivíduos do time precisa ter e se não tem, desenvolver para que o negócio flua. E essa é a grande questão.
O mercado inteiro e, a gente tem todos os profissionais que trabalham aqui no Granatum já passaram por alguma outra empresa, e vem do mercado de trabalho com um tipo de pensamento e um tipo de comportamento que é padrão, que é comum na maioria dos negócios, e aqui no Granatum não rola.
Então todos os desafios que eu pensei aqui quando a Mari jogou esse tema, o Maurício até já disse ali o que que tava passando na cabeça dele, mas se você aplica ali os cinco porquês: porque que isso, esse problema aconteceu, alguns foram resolvidos outros não e outros acontecem o tempo inteiro do mesmo jeito, desde 2008. Todos eles estão baseados exatamente nesse lugar de comportamento humano e de falta de referência consolidada para se comparar ou se preparar para vir trabalhar no Granatum.
Então os desafios que eu entendo que a gente vive estão totalmente relacionados ao tipo de comportamento que a gente tem dentro do nosso time com as pessoas. Quando a gente enfrenta dificuldades, porque é comum a gente voltar para um lugar de segurança quando alguma coisa não dá certo, e aqui muita coisa não dá certo, por incrível que pareça, por isso que muita coisa deu certo, porque a gente já errou demais. Mas o maior desafio que eu entendo aqui no Granatum é de conseguir trazer a percepção e desenvolver as pessoas para entender que a autonomia ela é necessária, e para se ter autonomia você precisa ser de fato um profissional fora da curva, acima da média e totalmente diferente do que o mercado está acostumado.
Aqui no Granatum você precisa estudar mais. Aqui no Granatum você precisa se envolver mais. Aqui no Granatum você precisa se apropriar do espaço que lhe é confiado. Então aqui você não tem exatamente uma posição, eu sou o coordenador da área ou eu sou o desenvolvedor júnior ou eu sou o gerente. A ausência dos cargos traz pra gente essa carga e essa necessidade de se desenvolver as habilidades e você ocupar espaços. Eu tenho falado muito sobre isso aqui internamente desde o começo desse ano, que a gente substituiu cadeiras por espaços.
Então qual espaço você ocupa? E quando você, quando a ficha cai em você e no indivíduo a sua cobrança para seus pares também aumenta demais. Então a zona conflituosa que a cultura do Granatum cria, dentro do próprio Granatum, é o principal desafio. Porque quando você se apropria do seu espaço, que é qualquer espaço, você se movimenta lateralmente, eu falo muito sobre isso aqui também. A gente precisa exercitar o movimento lateral.
Então não é porque eu, sendo um profissional que apoiei a minha carreira no desenvolvimento do marketing que eu tenho que ficar só no marketing. Eu tenho que me deslocar lateralmente para conseguir entregar, em qualquer lugar aqui dentro do Granatum, o que é melhor para o negócio. E aí quando isso começa a acontecer e cai a ficha do indivíduo, todo movimento que não é assim dos meus pares cria uma zona de atrito.
Então eu fico meio enfurecido se eu sentir que o comportamento do outro não tem o mesmo engajamento que o meu. Se eu perceber que o comprometimento com a entrega do outro não é o mesmo que o meu. E isso acontece no Granatum desde 2008, em ciclos. Várias pessoas já passaram por aqui. Várias já passaram e voltaram, né Mari? E a gente continua passando por esses mesmos desafios.
É cíclico, então todos os problemas que eu pensei eles têm como base esse empoderamento do indivíduo. E quando a ausência desse empoderamento existe é muito difícil de se esconder no Granatum. E aí a gente começa a perceber zonas de conflito então, é o outro, seu par vai te cobrar sobre um determinado problema que não foi resolvido, o seu par vai se envolver na proposta de solução que você está propondo. E essa atuação, ela é cobrada por aqueles que já perceberam que essa tem que ser a atuação aqui dentro do Granatum. Então o desenvolvimento pessoal e ter, praticar de fato essa autonomia é o super poder e também o grande problema, o grande causador de vários problemas aqui dentro do Granatum.
Maurício Matsuda
Legal. Eu acho que, trazendo alguns exemplos de quando isso aconteceu e como aconteceu, por exemplo, a gente teve um caso de conflito que é muito comum no mercado, que é o conflito entre marketing e comercial. Por mais que as duas áreas estivessem olhando pra tentar fazer o melhor de cada área, existia um conflito invisível que a gente não conseguia entender o motivo, mas do tipo ah mas o marketing não tá colaborando aqui com o comercial, o comercial não tá colaborando com marketing e a gente tentando entender mais a fundo o que que tava acontecendo, como que tavam as coisas, qual que é a direção que cada área tava buscando.
A gente percebeu que existia, por mais que as duas áreas queriam atingir as suas metas, não existia um alinhamento em comum entre elas para que existisse mais colaboração, do que cada um por si tentando bater sua meta, sabe?
Então quando a gente conseguiu alinhar isso, numa das ocasiões que a gente teve o conflito, foi até interessante que a postura do envolvimento entre as duas áreas mudou completamente. O conflito que a gente até achava que poderia ser pessoal, mudou completamente do tipo, das pessoas conseguirem trabalhar juntas, sentarem para desenhar um projeto, desenhar um processo novo e isso melhorou cem por cento.
A gente conseguiu unir o time, essas duas áreas trabalhando como se fosse um time só e o conflito deixou de existir. E aí, como o Floz comentou, não é que não vai existir mais nenhum conflito entre marketing, comercial, por exemplo aqui no Granatum. Pode ser que em determinados momentos isso volte a acontecer, se tiver alguma mudança de time, se tiver algum outro projeto, alguma outra coisa que gere algum descompasso aí entre as áreas, entre os pensamentos e aí isso aconteça de novo. Mas também pode acontecer com outras áreas. Sei lá, é comum também de ter conflito, muito falado entre Dev e Q&A, o pessoal que faz os testes da ferramenta.
Aqui a gente não tem ninguém específico de teste, mas o pessoal, do time de suporte, é quem usa. Muita gente usa o Granatum para uso pessoal aqui. Quem trabalha aqui no Granatum usa, acaba usando para uso pessoal, então consegue testar também. O comercial, marketing, todo mundo faz testes e isso também poderia ser uma zona de conflito. Do tipo, não, mas vocês estão apontando vocês nem são, nem são analistas de testes e estão apontando problema aqui no sistema que a gente tá fazendo, mas isso também a gente tenta sempre olhar pelo lado positivo.
Porque é melhor o nosso time, independente de quem for encontrar o problema, do que o cliente nosso encontrar o problema. Então até mesmo essa relação entre devs e todo mundo que consegue apontar algum problema, é muito boa por conta disso, mas não que também nunca existiu algum conflito nesse tipo de situação. Então eu percebo que acontece muito assim e nesses ciclos que o Floz comentou.
Pode ter um time super engajado, funcionando muito bem, mas uma pecinha que muda, uma pessoa nova que sai uma pessoa, que é uma pessoa nova que entra, uma pessoa que sai, um processo novo que a gente adota ou deixa de adotar, isso já mexe com muita coisa dentro de tudo aqui que a gente tem. Então, aí que ficam, a gente fica nesses ciclos de melhorias que a gente sempre tá tentando buscar.
Flavio Logullo
Interessante. Essa é uma questão que também gera bastante conflito aqui no Granatum. Não existe a possibilidade de você não conhecer sobre o sistema, de você não estudar sobre o nosso negócio, para que esse tipo de atitude que nós, que é esperado aqui dentro, pelo menos por mim, eu espero que, quando uma funcionalidade está sendo, a necessidade dela ser testada ali, você precisa entender porque que aquela funcionalidade existe, porque que os clientes vão usar. E você, eu digo você, qualquer um do Granatum.
E acho que esse é o grande desafio também, porque historicamente a gente tá num domínio de conhecimento que é, entre várias aspas, chato e complexo. E a exigência ela é alta e de fato é um desafio grande porque, apesar do ambiente que a gente tem favorecer a visão mais empreendedora de todas as pessoas aqui dentro, é muito difícil você ter a visão de como é que um gestor de um negócio usa o Granatum ou pensa o Granatum, ou precisa das funcionalidades do Granatum pro seu negócio.
É muito difícil você pensar em infinito, a gente atende milhares de clientes, infinitas possibilidades ali de casos de usos possíveis, que pro Granatum ser usado. Mas é necessário que a gente vá atrás sim de entender esses diferentes contextos, de entender essas diferentes pessoas que usam e, mais do que isso, se tornar especialista no que a gente oferece. Então, muito legal assim uma coisa que acontece, quando as pessoas entram no Granatum e fazem um mês de Granatum, fala o quê? Um mês de Granatum? Parece que eu tô aqui há dez anos! Parece que eu tô aqui há anos e anos, porque a intensidade que é o Granatum, ela não é uma escolha, não é uma opção, ela é necessária. E isso também gera muito conflito. O Maurício é um grande defensor desse lugar onde todo mundo tem que conhecer. Onde as perguntas elas tem que ser evitadas de serem feitas muitas vezes no mesmo lugar, onde esse domínio de conhecimento deveria existir.
Isso gera assim uma cobrança por parte do time e um ambiente de estresse em vários momentos e isso é cíclico e isso acontece o tempo inteiro. E isso acontece o tempo inteiro porque os ciclos no Granatum acontecem o tempo inteiro. A gente já, aliás acho que esse seria um tema bem interessante a gente já falou um pouco, mas a gente opera em ciclos bastante curtos de entrega. E esses ciclos de entrega eles exigem ciclos de aprendizagem, e esses ciclos de aprendizagem sendo mais curtos intensifica ainda mais esses debates do pô você não sabe o que que é uma DRE? Você não sabe pra que uma empresa usa uma DRE na gestão do seu dia a dia? É esse tipo de debate, veja é um é um nível muito alto de problema, de discussão que acontece aqui dentro do Granatum e que faz parte da nossa rotina.
Então a nossa cultura ela promove isso e isso é comum do nosso dia a dia, porque é promovido pela nossa cultura. E é fundamental para que a gente consiga se manter enxuto do jeito que a gente é, manter a nossa operação eficiente do jeito que é e manter a qualidade do que a gente entrega pros nossos clientes no nível que a gente quer. Porque todo mundo aqui é bastante criterioso com todas as entregas.
A gente tem essa regra de o que não é muito bom, muito bom pra nós, não vai nunca pra rua pros nossos clientes. Então pra você criar algo muito bom você precisa dominar, ter total domínio do ambiente que você tá e também ser muito bom no que você faz. Isso é um desafio.
Maurício Matsuda
Eu acho que essa questão da gente exigir bastante conhecimento sobre a ferramenta, sobre gestão financeira e tudo mais, gera um outro problema que a gente tem também e que a gente sempre tenta melhorar, e que não é fácil, que é a questão de pessoas como eu, o Floz e outras pessoas que já estão há mais tempo no Granatum serem tida sempre como referência ou decisores de qualquer ação.
Então muitas vezes algo que o time poderia, o time que tivesse tocando o projeto, poderia sentar para decidir ou às vezes só usar a gente para consulta, do tipo, ah a gente tá pensando nesse cenário aqui, seguir por esse caminho e tal, mas aí acontece às vezes daquilo só sair do papel do projeto, só realmente entrar para execução tendo tipo um aval meu, do Floz ou de alguma outra pessoa que esteja mais tempo aqui no Granatum.
Porque a gente não gosta disso porque a gente não é dono da verdade, por mais que a gente já tenha experimentado muitas coisas, vivido várias experiências, vários momentos do Granatum, não quer dizer que a gente saiba de tudo ou que a gente sempre vai acertar tudo.
Então, e também a gente acredita muito que independente do tempo de casa, de quanto tempo a pessoa tá, ela consegue contribuir com visões que muitas vezes a gente que já está há bastante tempo aqui não teria, porque a gente já tá, muitas vezes a gente acaba ficando fechado num espaço. A gente acaba não vendo outras coisas além do que a gente vive aqui dentro, então trazer essas outras visões das outras pessoas é muito importante. E aí a gente tenta eliminar essa questão de que, ah precisa consultar o Maurício porque ele é o CTO, porque ele já está há bastante tempo aqui, então ele vai saber se é melhor ou não usar essa tecnologia.
A ideia é que as pessoas tragam, as pessoas testem, as pessoas venham com, ó a gente testou isso, a gente pensou naquilo por conta disso, daquilo, e aí a gente construir o conhecimento junto e não depender de alguém decidindo, alguém que tem mais tempo decidindo o que o que que vai ser feito, para que caminho que a gente vai e tudo mais. Porque eu acho que quando o coletivo trabalha junto, tanto na na hora de pensar, no brainstorm, pra trazer alguma coisa, mas também na hora de decidir, eu acho que a gente consegue ter resultados melhores pro projeto, pro Granatum como um todo.
Mariana Prado
A gente ouviu bastante aqui sobre a cultura do Granatum e os desafios que a gente enfrenta, e dá pra perceber que esses desafios têm origens diferentes e momentos diferentes.
Eu coloquei ali no começo, quais os desafios que a gente já enfrentou e o Floz trouxe muito bem que são os desafios que a gente enfrenta o tempo todo, porque é isso, a cultura ela não tá pronta e o tempo todo a gente vai viver desafios diferentes, dependendo daquele momento que a gente tá vivendo, das situações que estão acontecendo ali naquele instante.
Então ter uma cultura com transparência e autonomia não é sinônimo de sucesso o tempo todo e muito menos de empresa perfeita. Às vezes é preciso até uma dose de esforço maior para lidar com os desafios que estão aqui e a gente vai precisar sempre investigar a origem deles e reconhecer quando as coisas não vão bem para buscar recursos e estratégias que coloquem a gente nos trilhos outra vez. Por isso a cultura não é estática, não é pronta, não é perfeita. Ela é sobre movimento. É sobre ser capaz de se adaptar, de se reconstruir. É sobre ter clareza que existe um propósito por trás e tá ali disposto a lidar com os desconfortos que vem junto com esse propósito. É isso que mantém o Granatum vivo. É isso que mantém a gente em movimento.
Compartilha esse episódio com quem também está enfrentando os desafios de trabalhar com autonomia, transparência e horizontalidade. Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana.
Mariana Prado
Você está ouvindo Código Granatum, conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente. E aqui comigo, Flávio Logullo, um dos cofundadores do Granatum, e o Maurício Matsuda, nosso CTO.
Quem acompanha o Código Granatum já conhece bem o nosso jeito de trabalhar: uma estrutura horizontal, com cultura baseada em autonomia, colaboração e confiança. Mas no fim das contas, nem tudo são flores. Toda cultura traz seus desafios.
A nossa aqui exige maturidade, diálogo constante e uma boa dose de paciência para lidar com os atritos que aparecem pelo caminho. Como a gente acredita muito na nossa cultura, a gente costuma compartilhar aqui uma visão muito positiva sobre ela. E com razão.
Mas hoje eu vou mudar um pouco isso, e eu quero ouvir de vocês, Floz e Maurício, sobre os nossos desafios. Quais foram os grandes desafios que a gente enfrentou ao longo dos anos por causa da nossa cultura?
Flavio Logullo
Que enfrentamos ou a gente enfrenta?
Bom, eu acho que o ambiente do Granatum é muito desafiador, pela natureza. Nós somos um negócio, por incrível que pareça. Então a nossa cultura parece que é tudo muito tranquila, muito solto, talvez uma bagunça. Muita gente quando ouve a gente falar não imagina o tanto de processo que a gente tem encadeado aqui e o tanto de habilidade que cada um dos indivíduos do time precisa ter e se não tem, desenvolver para que o negócio flua. E essa é a grande questão.
O mercado inteiro e, a gente tem todos os profissionais que trabalham aqui no Granatum já passaram por alguma outra empresa, e vem do mercado de trabalho com um tipo de pensamento e um tipo de comportamento que é padrão, que é comum na maioria dos negócios, e aqui no Granatum não rola.
Então todos os desafios que eu pensei aqui quando a Mari jogou esse tema, o Maurício até já disse ali o que que tava passando na cabeça dele, mas se você aplica ali os cinco porquês: porque que isso, esse problema aconteceu, alguns foram resolvidos outros não e outros acontecem o tempo inteiro do mesmo jeito, desde 2008. Todos eles estão baseados exatamente nesse lugar de comportamento humano e de falta de referência consolidada para se comparar ou se preparar para vir trabalhar no Granatum.
Então os desafios que eu entendo que a gente vive estão totalmente relacionados ao tipo de comportamento que a gente tem dentro do nosso time com as pessoas. Quando a gente enfrenta dificuldades, porque é comum a gente voltar para um lugar de segurança quando alguma coisa não dá certo, e aqui muita coisa não dá certo, por incrível que pareça, por isso que muita coisa deu certo, porque a gente já errou demais. Mas o maior desafio que eu entendo aqui no Granatum é de conseguir trazer a percepção e desenvolver as pessoas para entender que a autonomia ela é necessária, e para se ter autonomia você precisa ser de fato um profissional fora da curva, acima da média e totalmente diferente do que o mercado está acostumado.
Aqui no Granatum você precisa estudar mais. Aqui no Granatum você precisa se envolver mais. Aqui no Granatum você precisa se apropriar do espaço que lhe é confiado. Então aqui você não tem exatamente uma posição, eu sou o coordenador da área ou eu sou o desenvolvedor júnior ou eu sou o gerente. A ausência dos cargos traz pra gente essa carga e essa necessidade de se desenvolver as habilidades e você ocupar espaços. Eu tenho falado muito sobre isso aqui internamente desde o começo desse ano, que a gente substituiu cadeiras por espaços.
Então qual espaço você ocupa? E quando você, quando a ficha cai em você e no indivíduo a sua cobrança para seus pares também aumenta demais. Então a zona conflituosa que a cultura do Granatum cria, dentro do próprio Granatum, é o principal desafio. Porque quando você se apropria do seu espaço, que é qualquer espaço, você se movimenta lateralmente, eu falo muito sobre isso aqui também. A gente precisa exercitar o movimento lateral.
Então não é porque eu, sendo um profissional que apoiei a minha carreira no desenvolvimento do marketing que eu tenho que ficar só no marketing. Eu tenho que me deslocar lateralmente para conseguir entregar, em qualquer lugar aqui dentro do Granatum, o que é melhor para o negócio. E aí quando isso começa a acontecer e cai a ficha do indivíduo, todo movimento que não é assim dos meus pares cria uma zona de atrito.
Então eu fico meio enfurecido se eu sentir que o comportamento do outro não tem o mesmo engajamento que o meu. Se eu perceber que o comprometimento com a entrega do outro não é o mesmo que o meu. E isso acontece no Granatum desde 2008, em ciclos. Várias pessoas já passaram por aqui. Várias já passaram e voltaram, né Mari? E a gente continua passando por esses mesmos desafios.
É cíclico, então todos os problemas que eu pensei eles têm como base esse empoderamento do indivíduo. E quando a ausência desse empoderamento existe é muito difícil de se esconder no Granatum. E aí a gente começa a perceber zonas de conflito então, é o outro, seu par vai te cobrar sobre um determinado problema que não foi resolvido, o seu par vai se envolver na proposta de solução que você está propondo. E essa atuação, ela é cobrada por aqueles que já perceberam que essa tem que ser a atuação aqui dentro do Granatum. Então o desenvolvimento pessoal e ter, praticar de fato essa autonomia é o super poder e também o grande problema, o grande causador de vários problemas aqui dentro do Granatum.
Maurício Matsuda
Legal. Eu acho que, trazendo alguns exemplos de quando isso aconteceu e como aconteceu, por exemplo, a gente teve um caso de conflito que é muito comum no mercado, que é o conflito entre marketing e comercial. Por mais que as duas áreas estivessem olhando pra tentar fazer o melhor de cada área, existia um conflito invisível que a gente não conseguia entender o motivo, mas do tipo ah mas o marketing não tá colaborando aqui com o comercial, o comercial não tá colaborando com marketing e a gente tentando entender mais a fundo o que que tava acontecendo, como que tavam as coisas, qual que é a direção que cada área tava buscando.
A gente percebeu que existia, por mais que as duas áreas queriam atingir as suas metas, não existia um alinhamento em comum entre elas para que existisse mais colaboração, do que cada um por si tentando bater sua meta, sabe?
Então quando a gente conseguiu alinhar isso, numa das ocasiões que a gente teve o conflito, foi até interessante que a postura do envolvimento entre as duas áreas mudou completamente. O conflito que a gente até achava que poderia ser pessoal, mudou completamente do tipo, das pessoas conseguirem trabalhar juntas, sentarem para desenhar um projeto, desenhar um processo novo e isso melhorou cem por cento.
A gente conseguiu unir o time, essas duas áreas trabalhando como se fosse um time só e o conflito deixou de existir. E aí, como o Floz comentou, não é que não vai existir mais nenhum conflito entre marketing, comercial, por exemplo aqui no Granatum. Pode ser que em determinados momentos isso volte a acontecer, se tiver alguma mudança de time, se tiver algum outro projeto, alguma outra coisa que gere algum descompasso aí entre as áreas, entre os pensamentos e aí isso aconteça de novo. Mas também pode acontecer com outras áreas. Sei lá, é comum também de ter conflito, muito falado entre Dev e Q&A, o pessoal que faz os testes da ferramenta.
Aqui a gente não tem ninguém específico de teste, mas o pessoal, do time de suporte, é quem usa. Muita gente usa o Granatum para uso pessoal aqui. Quem trabalha aqui no Granatum usa, acaba usando para uso pessoal, então consegue testar também. O comercial, marketing, todo mundo faz testes e isso também poderia ser uma zona de conflito. Do tipo, não, mas vocês estão apontando vocês nem são, nem são analistas de testes e estão apontando problema aqui no sistema que a gente tá fazendo, mas isso também a gente tenta sempre olhar pelo lado positivo.
Porque é melhor o nosso time, independente de quem for encontrar o problema, do que o cliente nosso encontrar o problema. Então até mesmo essa relação entre devs e todo mundo que consegue apontar algum problema, é muito boa por conta disso, mas não que também nunca existiu algum conflito nesse tipo de situação. Então eu percebo que acontece muito assim e nesses ciclos que o Floz comentou.
Pode ter um time super engajado, funcionando muito bem, mas uma pecinha que muda, uma pessoa nova que sai uma pessoa, que é uma pessoa nova que entra, uma pessoa que sai, um processo novo que a gente adota ou deixa de adotar, isso já mexe com muita coisa dentro de tudo aqui que a gente tem. Então, aí que ficam, a gente fica nesses ciclos de melhorias que a gente sempre tá tentando buscar.
Flavio Logullo
Interessante. Essa é uma questão que também gera bastante conflito aqui no Granatum. Não existe a possibilidade de você não conhecer sobre o sistema, de você não estudar sobre o nosso negócio, para que esse tipo de atitude que nós, que é esperado aqui dentro, pelo menos por mim, eu espero que, quando uma funcionalidade está sendo, a necessidade dela ser testada ali, você precisa entender porque que aquela funcionalidade existe, porque que os clientes vão usar. E você, eu digo você, qualquer um do Granatum.
E acho que esse é o grande desafio também, porque historicamente a gente tá num domínio de conhecimento que é, entre várias aspas, chato e complexo. E a exigência ela é alta e de fato é um desafio grande porque, apesar do ambiente que a gente tem favorecer a visão mais empreendedora de todas as pessoas aqui dentro, é muito difícil você ter a visão de como é que um gestor de um negócio usa o Granatum ou pensa o Granatum, ou precisa das funcionalidades do Granatum pro seu negócio.
É muito difícil você pensar em infinito, a gente atende milhares de clientes, infinitas possibilidades ali de casos de usos possíveis, que pro Granatum ser usado. Mas é necessário que a gente vá atrás sim de entender esses diferentes contextos, de entender essas diferentes pessoas que usam e, mais do que isso, se tornar especialista no que a gente oferece. Então, muito legal assim uma coisa que acontece, quando as pessoas entram no Granatum e fazem um mês de Granatum, fala o quê? Um mês de Granatum? Parece que eu tô aqui há dez anos! Parece que eu tô aqui há anos e anos, porque a intensidade que é o Granatum, ela não é uma escolha, não é uma opção, ela é necessária. E isso também gera muito conflito. O Maurício é um grande defensor desse lugar onde todo mundo tem que conhecer. Onde as perguntas elas tem que ser evitadas de serem feitas muitas vezes no mesmo lugar, onde esse domínio de conhecimento deveria existir.
Isso gera assim uma cobrança por parte do time e um ambiente de estresse em vários momentos e isso é cíclico e isso acontece o tempo inteiro. E isso acontece o tempo inteiro porque os ciclos no Granatum acontecem o tempo inteiro. A gente já, aliás acho que esse seria um tema bem interessante a gente já falou um pouco, mas a gente opera em ciclos bastante curtos de entrega. E esses ciclos de entrega eles exigem ciclos de aprendizagem, e esses ciclos de aprendizagem sendo mais curtos intensifica ainda mais esses debates do pô você não sabe o que que é uma DRE? Você não sabe pra que uma empresa usa uma DRE na gestão do seu dia a dia? É esse tipo de debate, veja é um é um nível muito alto de problema, de discussão que acontece aqui dentro do Granatum e que faz parte da nossa rotina.
Então a nossa cultura ela promove isso e isso é comum do nosso dia a dia, porque é promovido pela nossa cultura. E é fundamental para que a gente consiga se manter enxuto do jeito que a gente é, manter a nossa operação eficiente do jeito que é e manter a qualidade do que a gente entrega pros nossos clientes no nível que a gente quer. Porque todo mundo aqui é bastante criterioso com todas as entregas.
A gente tem essa regra de o que não é muito bom, muito bom pra nós, não vai nunca pra rua pros nossos clientes. Então pra você criar algo muito bom você precisa dominar, ter total domínio do ambiente que você tá e também ser muito bom no que você faz. Isso é um desafio.
Maurício Matsuda
Eu acho que essa questão da gente exigir bastante conhecimento sobre a ferramenta, sobre gestão financeira e tudo mais, gera um outro problema que a gente tem também e que a gente sempre tenta melhorar, e que não é fácil, que é a questão de pessoas como eu, o Floz e outras pessoas que já estão há mais tempo no Granatum serem tida sempre como referência ou decisores de qualquer ação.
Então muitas vezes algo que o time poderia, o time que tivesse tocando o projeto, poderia sentar para decidir ou às vezes só usar a gente para consulta, do tipo, ah a gente tá pensando nesse cenário aqui, seguir por esse caminho e tal, mas aí acontece às vezes daquilo só sair do papel do projeto, só realmente entrar para execução tendo tipo um aval meu, do Floz ou de alguma outra pessoa que esteja mais tempo aqui no Granatum.
Porque a gente não gosta disso porque a gente não é dono da verdade, por mais que a gente já tenha experimentado muitas coisas, vivido várias experiências, vários momentos do Granatum, não quer dizer que a gente saiba de tudo ou que a gente sempre vai acertar tudo.
Então, e também a gente acredita muito que independente do tempo de casa, de quanto tempo a pessoa tá, ela consegue contribuir com visões que muitas vezes a gente que já está há bastante tempo aqui não teria, porque a gente já tá, muitas vezes a gente acaba ficando fechado num espaço. A gente acaba não vendo outras coisas além do que a gente vive aqui dentro, então trazer essas outras visões das outras pessoas é muito importante. E aí a gente tenta eliminar essa questão de que, ah precisa consultar o Maurício porque ele é o CTO, porque ele já está há bastante tempo aqui, então ele vai saber se é melhor ou não usar essa tecnologia.
A ideia é que as pessoas tragam, as pessoas testem, as pessoas venham com, ó a gente testou isso, a gente pensou naquilo por conta disso, daquilo, e aí a gente construir o conhecimento junto e não depender de alguém decidindo, alguém que tem mais tempo decidindo o que o que que vai ser feito, para que caminho que a gente vai e tudo mais. Porque eu acho que quando o coletivo trabalha junto, tanto na na hora de pensar, no brainstorm, pra trazer alguma coisa, mas também na hora de decidir, eu acho que a gente consegue ter resultados melhores pro projeto, pro Granatum como um todo.
Mariana Prado
A gente ouviu bastante aqui sobre a cultura do Granatum e os desafios que a gente enfrenta, e dá pra perceber que esses desafios têm origens diferentes e momentos diferentes.
Eu coloquei ali no começo, quais os desafios que a gente já enfrentou e o Floz trouxe muito bem que são os desafios que a gente enfrenta o tempo todo, porque é isso, a cultura ela não tá pronta e o tempo todo a gente vai viver desafios diferentes, dependendo daquele momento que a gente tá vivendo, das situações que estão acontecendo ali naquele instante.
Então ter uma cultura com transparência e autonomia não é sinônimo de sucesso o tempo todo e muito menos de empresa perfeita. Às vezes é preciso até uma dose de esforço maior para lidar com os desafios que estão aqui e a gente vai precisar sempre investigar a origem deles e reconhecer quando as coisas não vão bem para buscar recursos e estratégias que coloquem a gente nos trilhos outra vez. Por isso a cultura não é estática, não é pronta, não é perfeita. Ela é sobre movimento. É sobre ser capaz de se adaptar, de se reconstruir. É sobre ter clareza que existe um propósito por trás e tá ali disposto a lidar com os desconfortos que vem junto com esse propósito. É isso que mantém o Granatum vivo. É isso que mantém a gente em movimento.
Compartilha esse episódio com quem também está enfrentando os desafios de trabalhar com autonomia, transparência e horizontalidade. Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana.
Mariana Prado
Você está ouvindo Código Granatum, conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente. E aqui comigo, Flávio Logullo, um dos cofundadores do Granatum, e o Maurício Matsuda, nosso CTO.
Quem acompanha o Código Granatum já conhece bem o nosso jeito de trabalhar: uma estrutura horizontal, com cultura baseada em autonomia, colaboração e confiança. Mas no fim das contas, nem tudo são flores. Toda cultura traz seus desafios.
A nossa aqui exige maturidade, diálogo constante e uma boa dose de paciência para lidar com os atritos que aparecem pelo caminho. Como a gente acredita muito na nossa cultura, a gente costuma compartilhar aqui uma visão muito positiva sobre ela. E com razão.
Mas hoje eu vou mudar um pouco isso, e eu quero ouvir de vocês, Floz e Maurício, sobre os nossos desafios. Quais foram os grandes desafios que a gente enfrentou ao longo dos anos por causa da nossa cultura?
Flavio Logullo
Que enfrentamos ou a gente enfrenta?
Bom, eu acho que o ambiente do Granatum é muito desafiador, pela natureza. Nós somos um negócio, por incrível que pareça. Então a nossa cultura parece que é tudo muito tranquila, muito solto, talvez uma bagunça. Muita gente quando ouve a gente falar não imagina o tanto de processo que a gente tem encadeado aqui e o tanto de habilidade que cada um dos indivíduos do time precisa ter e se não tem, desenvolver para que o negócio flua. E essa é a grande questão.
O mercado inteiro e, a gente tem todos os profissionais que trabalham aqui no Granatum já passaram por alguma outra empresa, e vem do mercado de trabalho com um tipo de pensamento e um tipo de comportamento que é padrão, que é comum na maioria dos negócios, e aqui no Granatum não rola.
Então todos os desafios que eu pensei aqui quando a Mari jogou esse tema, o Maurício até já disse ali o que que tava passando na cabeça dele, mas se você aplica ali os cinco porquês: porque que isso, esse problema aconteceu, alguns foram resolvidos outros não e outros acontecem o tempo inteiro do mesmo jeito, desde 2008. Todos eles estão baseados exatamente nesse lugar de comportamento humano e de falta de referência consolidada para se comparar ou se preparar para vir trabalhar no Granatum.
Então os desafios que eu entendo que a gente vive estão totalmente relacionados ao tipo de comportamento que a gente tem dentro do nosso time com as pessoas. Quando a gente enfrenta dificuldades, porque é comum a gente voltar para um lugar de segurança quando alguma coisa não dá certo, e aqui muita coisa não dá certo, por incrível que pareça, por isso que muita coisa deu certo, porque a gente já errou demais. Mas o maior desafio que eu entendo aqui no Granatum é de conseguir trazer a percepção e desenvolver as pessoas para entender que a autonomia ela é necessária, e para se ter autonomia você precisa ser de fato um profissional fora da curva, acima da média e totalmente diferente do que o mercado está acostumado.
Aqui no Granatum você precisa estudar mais. Aqui no Granatum você precisa se envolver mais. Aqui no Granatum você precisa se apropriar do espaço que lhe é confiado. Então aqui você não tem exatamente uma posição, eu sou o coordenador da área ou eu sou o desenvolvedor júnior ou eu sou o gerente. A ausência dos cargos traz pra gente essa carga e essa necessidade de se desenvolver as habilidades e você ocupar espaços. Eu tenho falado muito sobre isso aqui internamente desde o começo desse ano, que a gente substituiu cadeiras por espaços.
Então qual espaço você ocupa? E quando você, quando a ficha cai em você e no indivíduo a sua cobrança para seus pares também aumenta demais. Então a zona conflituosa que a cultura do Granatum cria, dentro do próprio Granatum, é o principal desafio. Porque quando você se apropria do seu espaço, que é qualquer espaço, você se movimenta lateralmente, eu falo muito sobre isso aqui também. A gente precisa exercitar o movimento lateral.
Então não é porque eu, sendo um profissional que apoiei a minha carreira no desenvolvimento do marketing que eu tenho que ficar só no marketing. Eu tenho que me deslocar lateralmente para conseguir entregar, em qualquer lugar aqui dentro do Granatum, o que é melhor para o negócio. E aí quando isso começa a acontecer e cai a ficha do indivíduo, todo movimento que não é assim dos meus pares cria uma zona de atrito.
Então eu fico meio enfurecido se eu sentir que o comportamento do outro não tem o mesmo engajamento que o meu. Se eu perceber que o comprometimento com a entrega do outro não é o mesmo que o meu. E isso acontece no Granatum desde 2008, em ciclos. Várias pessoas já passaram por aqui. Várias já passaram e voltaram, né Mari? E a gente continua passando por esses mesmos desafios.
É cíclico, então todos os problemas que eu pensei eles têm como base esse empoderamento do indivíduo. E quando a ausência desse empoderamento existe é muito difícil de se esconder no Granatum. E aí a gente começa a perceber zonas de conflito então, é o outro, seu par vai te cobrar sobre um determinado problema que não foi resolvido, o seu par vai se envolver na proposta de solução que você está propondo. E essa atuação, ela é cobrada por aqueles que já perceberam que essa tem que ser a atuação aqui dentro do Granatum. Então o desenvolvimento pessoal e ter, praticar de fato essa autonomia é o super poder e também o grande problema, o grande causador de vários problemas aqui dentro do Granatum.
Maurício Matsuda
Legal. Eu acho que, trazendo alguns exemplos de quando isso aconteceu e como aconteceu, por exemplo, a gente teve um caso de conflito que é muito comum no mercado, que é o conflito entre marketing e comercial. Por mais que as duas áreas estivessem olhando pra tentar fazer o melhor de cada área, existia um conflito invisível que a gente não conseguia entender o motivo, mas do tipo ah mas o marketing não tá colaborando aqui com o comercial, o comercial não tá colaborando com marketing e a gente tentando entender mais a fundo o que que tava acontecendo, como que tavam as coisas, qual que é a direção que cada área tava buscando.
A gente percebeu que existia, por mais que as duas áreas queriam atingir as suas metas, não existia um alinhamento em comum entre elas para que existisse mais colaboração, do que cada um por si tentando bater sua meta, sabe?
Então quando a gente conseguiu alinhar isso, numa das ocasiões que a gente teve o conflito, foi até interessante que a postura do envolvimento entre as duas áreas mudou completamente. O conflito que a gente até achava que poderia ser pessoal, mudou completamente do tipo, das pessoas conseguirem trabalhar juntas, sentarem para desenhar um projeto, desenhar um processo novo e isso melhorou cem por cento.
A gente conseguiu unir o time, essas duas áreas trabalhando como se fosse um time só e o conflito deixou de existir. E aí, como o Floz comentou, não é que não vai existir mais nenhum conflito entre marketing, comercial, por exemplo aqui no Granatum. Pode ser que em determinados momentos isso volte a acontecer, se tiver alguma mudança de time, se tiver algum outro projeto, alguma outra coisa que gere algum descompasso aí entre as áreas, entre os pensamentos e aí isso aconteça de novo. Mas também pode acontecer com outras áreas. Sei lá, é comum também de ter conflito, muito falado entre Dev e Q&A, o pessoal que faz os testes da ferramenta.
Aqui a gente não tem ninguém específico de teste, mas o pessoal, do time de suporte, é quem usa. Muita gente usa o Granatum para uso pessoal aqui. Quem trabalha aqui no Granatum usa, acaba usando para uso pessoal, então consegue testar também. O comercial, marketing, todo mundo faz testes e isso também poderia ser uma zona de conflito. Do tipo, não, mas vocês estão apontando vocês nem são, nem são analistas de testes e estão apontando problema aqui no sistema que a gente tá fazendo, mas isso também a gente tenta sempre olhar pelo lado positivo.
Porque é melhor o nosso time, independente de quem for encontrar o problema, do que o cliente nosso encontrar o problema. Então até mesmo essa relação entre devs e todo mundo que consegue apontar algum problema, é muito boa por conta disso, mas não que também nunca existiu algum conflito nesse tipo de situação. Então eu percebo que acontece muito assim e nesses ciclos que o Floz comentou.
Pode ter um time super engajado, funcionando muito bem, mas uma pecinha que muda, uma pessoa nova que sai uma pessoa, que é uma pessoa nova que entra, uma pessoa que sai, um processo novo que a gente adota ou deixa de adotar, isso já mexe com muita coisa dentro de tudo aqui que a gente tem. Então, aí que ficam, a gente fica nesses ciclos de melhorias que a gente sempre tá tentando buscar.
Flavio Logullo
Interessante. Essa é uma questão que também gera bastante conflito aqui no Granatum. Não existe a possibilidade de você não conhecer sobre o sistema, de você não estudar sobre o nosso negócio, para que esse tipo de atitude que nós, que é esperado aqui dentro, pelo menos por mim, eu espero que, quando uma funcionalidade está sendo, a necessidade dela ser testada ali, você precisa entender porque que aquela funcionalidade existe, porque que os clientes vão usar. E você, eu digo você, qualquer um do Granatum.
E acho que esse é o grande desafio também, porque historicamente a gente tá num domínio de conhecimento que é, entre várias aspas, chato e complexo. E a exigência ela é alta e de fato é um desafio grande porque, apesar do ambiente que a gente tem favorecer a visão mais empreendedora de todas as pessoas aqui dentro, é muito difícil você ter a visão de como é que um gestor de um negócio usa o Granatum ou pensa o Granatum, ou precisa das funcionalidades do Granatum pro seu negócio.
É muito difícil você pensar em infinito, a gente atende milhares de clientes, infinitas possibilidades ali de casos de usos possíveis, que pro Granatum ser usado. Mas é necessário que a gente vá atrás sim de entender esses diferentes contextos, de entender essas diferentes pessoas que usam e, mais do que isso, se tornar especialista no que a gente oferece. Então, muito legal assim uma coisa que acontece, quando as pessoas entram no Granatum e fazem um mês de Granatum, fala o quê? Um mês de Granatum? Parece que eu tô aqui há dez anos! Parece que eu tô aqui há anos e anos, porque a intensidade que é o Granatum, ela não é uma escolha, não é uma opção, ela é necessária. E isso também gera muito conflito. O Maurício é um grande defensor desse lugar onde todo mundo tem que conhecer. Onde as perguntas elas tem que ser evitadas de serem feitas muitas vezes no mesmo lugar, onde esse domínio de conhecimento deveria existir.
Isso gera assim uma cobrança por parte do time e um ambiente de estresse em vários momentos e isso é cíclico e isso acontece o tempo inteiro. E isso acontece o tempo inteiro porque os ciclos no Granatum acontecem o tempo inteiro. A gente já, aliás acho que esse seria um tema bem interessante a gente já falou um pouco, mas a gente opera em ciclos bastante curtos de entrega. E esses ciclos de entrega eles exigem ciclos de aprendizagem, e esses ciclos de aprendizagem sendo mais curtos intensifica ainda mais esses debates do pô você não sabe o que que é uma DRE? Você não sabe pra que uma empresa usa uma DRE na gestão do seu dia a dia? É esse tipo de debate, veja é um é um nível muito alto de problema, de discussão que acontece aqui dentro do Granatum e que faz parte da nossa rotina.
Então a nossa cultura ela promove isso e isso é comum do nosso dia a dia, porque é promovido pela nossa cultura. E é fundamental para que a gente consiga se manter enxuto do jeito que a gente é, manter a nossa operação eficiente do jeito que é e manter a qualidade do que a gente entrega pros nossos clientes no nível que a gente quer. Porque todo mundo aqui é bastante criterioso com todas as entregas.
A gente tem essa regra de o que não é muito bom, muito bom pra nós, não vai nunca pra rua pros nossos clientes. Então pra você criar algo muito bom você precisa dominar, ter total domínio do ambiente que você tá e também ser muito bom no que você faz. Isso é um desafio.
Maurício Matsuda
Eu acho que essa questão da gente exigir bastante conhecimento sobre a ferramenta, sobre gestão financeira e tudo mais, gera um outro problema que a gente tem também e que a gente sempre tenta melhorar, e que não é fácil, que é a questão de pessoas como eu, o Floz e outras pessoas que já estão há mais tempo no Granatum serem tida sempre como referência ou decisores de qualquer ação.
Então muitas vezes algo que o time poderia, o time que tivesse tocando o projeto, poderia sentar para decidir ou às vezes só usar a gente para consulta, do tipo, ah a gente tá pensando nesse cenário aqui, seguir por esse caminho e tal, mas aí acontece às vezes daquilo só sair do papel do projeto, só realmente entrar para execução tendo tipo um aval meu, do Floz ou de alguma outra pessoa que esteja mais tempo aqui no Granatum.
Porque a gente não gosta disso porque a gente não é dono da verdade, por mais que a gente já tenha experimentado muitas coisas, vivido várias experiências, vários momentos do Granatum, não quer dizer que a gente saiba de tudo ou que a gente sempre vai acertar tudo.
Então, e também a gente acredita muito que independente do tempo de casa, de quanto tempo a pessoa tá, ela consegue contribuir com visões que muitas vezes a gente que já está há bastante tempo aqui não teria, porque a gente já tá, muitas vezes a gente acaba ficando fechado num espaço. A gente acaba não vendo outras coisas além do que a gente vive aqui dentro, então trazer essas outras visões das outras pessoas é muito importante. E aí a gente tenta eliminar essa questão de que, ah precisa consultar o Maurício porque ele é o CTO, porque ele já está há bastante tempo aqui, então ele vai saber se é melhor ou não usar essa tecnologia.
A ideia é que as pessoas tragam, as pessoas testem, as pessoas venham com, ó a gente testou isso, a gente pensou naquilo por conta disso, daquilo, e aí a gente construir o conhecimento junto e não depender de alguém decidindo, alguém que tem mais tempo decidindo o que o que que vai ser feito, para que caminho que a gente vai e tudo mais. Porque eu acho que quando o coletivo trabalha junto, tanto na na hora de pensar, no brainstorm, pra trazer alguma coisa, mas também na hora de decidir, eu acho que a gente consegue ter resultados melhores pro projeto, pro Granatum como um todo.
Mariana Prado
A gente ouviu bastante aqui sobre a cultura do Granatum e os desafios que a gente enfrenta, e dá pra perceber que esses desafios têm origens diferentes e momentos diferentes.
Eu coloquei ali no começo, quais os desafios que a gente já enfrentou e o Floz trouxe muito bem que são os desafios que a gente enfrenta o tempo todo, porque é isso, a cultura ela não tá pronta e o tempo todo a gente vai viver desafios diferentes, dependendo daquele momento que a gente tá vivendo, das situações que estão acontecendo ali naquele instante.
Então ter uma cultura com transparência e autonomia não é sinônimo de sucesso o tempo todo e muito menos de empresa perfeita. Às vezes é preciso até uma dose de esforço maior para lidar com os desafios que estão aqui e a gente vai precisar sempre investigar a origem deles e reconhecer quando as coisas não vão bem para buscar recursos e estratégias que coloquem a gente nos trilhos outra vez. Por isso a cultura não é estática, não é pronta, não é perfeita. Ela é sobre movimento. É sobre ser capaz de se adaptar, de se reconstruir. É sobre ter clareza que existe um propósito por trás e tá ali disposto a lidar com os desconfortos que vem junto com esse propósito. É isso que mantém o Granatum vivo. É isso que mantém a gente em movimento.
Compartilha esse episódio com quem também está enfrentando os desafios de trabalhar com autonomia, transparência e horizontalidade. Esse foi mais um Código Granatum. Obrigada por ouvir e até a próxima semana.


