GranatumCast | Temporada 2

Código Granatum | Temporada 1

Código Granatum | Temporada 1

#08

Nosso escritório é o Basecamp

Nosso escritório é o Basecamp

Nosso escritório é o Basecamp
Nosso escritório é o Basecamp
Nosso escritório é o Basecamp

Temas Relacionados ao Episódio

Temas Relacionados ao Episódio

  • Espaço comum digital

    O Basecamp não é só uma ferramenta; é o lugar onde o time se encontra, registra decisões e compartilha ideias, mesmo à distância.

  • Comunicação centralizada

    Todas as informações ficam acessíveis, reduzindo a necessidade de reuniões e garantindo que qualquer pessoa possa acompanhar, contribuir e opinar.

  • Autonomia + calma

    Cada membro registra o que faz, reflete melhor e comunica ideias com clareza, permitindo que ideias bem estruturadas liderem em vez de entonação de voz ou presença física.


  • Participação inclusiva

    Mesmo não estando em todas as reuniões, é possível acessar debates, entender contextos e opinar, nivelando oportunidades de participação.

  • Produção de valor coletivo

    Quando todos têm acesso à informação e podem contribuir de forma estruturada, o resultado do time é mais efetivo e inovador.

  • Novas habilidades de trabalho

    O modelo remoto e assíncrono exige aprender a escrever melhor, organizar ideias e desenvolver paciência e clareza na comunicação.

  • Equipes digitais

    Como adotar ferramentas certas e centralizar conhecimento pode transformar a forma de trabalhar, aumentando autonomia, integração e engajamento.

Transcrição do Episódio

Mariana Prado

Você está ouvindo Código Granatum. Conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e comigo estão Flávio Logullo e Matheus Haddad, dois dos cofundadores do Granatum.

No nosso último encontro a gente falou um pouco sobre o nosso formato de trabalho, que ele é remoto e é assíncrono. 

Para que esse modelo funcione de verdade, além da gente confiar em cada pessoa que tá no time, a gente precisa de uma ferramenta que sustente o nosso dia a dia de trabalho e eu confesso que eu não sei dizer o que que veio primeiro, se foi a escolha da ferramenta ou a decisão da gente ser remoto e assíncrono, mas eu posso afirmar que essas duas coisas elas estão caminhando juntas desde o dia primeiro de Janeiro. A ferramenta que eu estou falando é o Basecamp.

A gente comentou sobre ele na semana passada, mas hoje é o momento de trazer esse espaço pro centro da nossa conversa. É esse lugar que viabiliza os nossos encontros, as trocas, os planejamentos e as nossas ações. 

Então vamos lá, Floz e Matheus, como é que vocês chegaram até o Basecamp? 

Em que momento vocês perceberam que ele era exatamente o que o Granatum estava precisando nesse momento?

Flavio Logullo

Eu também não sei dizer o que que veio primeiro, viu Mari. 

Bom, a escolha da ferramenta, ela foi muito baseada na admiração que a gente tem com a própria 37signals né, que é quem faz o Basecamp, a ferramenta. 

Mas o princípio vem antes disso. 

A gente entendeu, antes de tudo, que era necessário a gente sair do modo híbrido, porque o modo híbrido é muito prejudicial para o funcionamento do negócio. A gente mistura as capacidades que a gente tem, a gente mistura a necessidade que a gente tem, principalmente num tema mais sensível que a gente entende ser o mais relevante dentro dos negócios, que é a comunicação. Então quando a gente observou o Granatum, entendendo tudo que tava acontecendo de falhas né, pontos de melhoria que a gente tinha, a gente entendia que as melhorias deveriam acontecer na comunicação que a gente tinha. 

Então vários projetos acontecendo, vários conhecimentos nascendo, a gente fazendo pesquisa, entendendo sobre problemas, fazendo várias frentes né de teste em ferramenta, em serviço, e aquilo tudo meio que se perdia nos núcleos né, nos nichos, nos silos que eram formados dentro das empresas. E curiosamente esse sempre foi um tema que a gente tomou cuidado, formar os silos né, não formar ali as Ilhas de conhecimento, as ilhas de atuação, porque a gente sabe e sempre soube, a partir do momento que a gente começou a estudar sobre organizações horizontais né, sobre agilidade, a gente entendeu o quão prejudicial é pro negócio a gente ter silos, onde o conhecimento ele fica, é a troca de conhecimento fica muito fragilizada. 

Porque os silos sempre dependem de alguém que vai ou que leve ou busque a informação que faça a conexão entre os diferentes núcleos. E a gente sempre defendeu essa postura né, eu falei um pouco sobre o profissional multidisciplinar e essa multidisciplinaridade que é muito importante dentro do Granatum. E da mesma forma, essa multidisciplinaridade ela meio que prevê uma mobilidade em 360 graus de todas as pessoas. E essa mobilidade entre os silos, ela é muito dependente da afinidade que a gente tem com as pessoas, da predisposição que a gente tem de entrar num mundo desconhecido, então eu tenho que ir lá buscar uma informação sobre o CS pra eu trazer aqui, pra eu entender sobre o produto. 

Então são muitas camadas e muitas barreiras que a gente enfrenta normalmente e que em geral está relacionado com o indivíduo, e que em geral está relacionado com a quantidade de exposição que a gente vai ter sobre um determinado assunto, para dar segurança pra gente ter essa mobilidade. 

Então observando que sempre algumas pessoas né lideravam esses movimentos laterais e que os silos, mesmo contra a nossa vontade, eles estavam sendo formados, a gente resolveu dar aquele bom e velho passo pra trás e olhar pros lados e entender 'gente, o que que é que a gente tá fazendo errado?' 

Então a gente começou a discutir principalmente sobre a nossa estrutura, como é que a gente estava funcionando e a gente chegou onde éramos ou funcionávamos no modelo híbrido. Eu acho que isso aconteceu com quase todos os negócios que passaram da pandemia e voltaram né da pandemia. E com aquela vontade do tipo eu quero me relacionar com as pessoas, ir até o escritório, ao mesmo tempo que, puxa como é improdutivo gastar duas horas de trânsito, ir até o escritório, ter interrupções absurdas o tempo inteiro sobre assuntos aleatórios E apesar dos benefícios, tem muitos malefícios nisso também. E a gente estava funcionando sob nossa ótica nesse modelo híbrido ainda. 

E daí a gente resolveu observar de verdade. Será que está funcionando o modelo híbrido sim ou não? E a gente decide então adotar o modelo remoto, 100% vamos assumir isso. E isso veio junto com, a gente já usava uma ferramenta de comunicação escrita, mas isso veio muito junto de, então se a gente vai ser remoto a gente precisa basicamente buscar uma ferramenta que favoreça esse esse modo de operação. Então acho que as coisas aconteceram meio juntas, Mari.

Matheus Haddad

Eu acho que vale a pena aqui a gente também tentar destrinchar esses três modos de trabalho, porque a gente passou por uma reflexão grande sobre isso né, relacionando esses meios de trabalho com a comunicação, o processo de comunicação. 

Então quando a gente trabalha presencialmente né, com as pessoas no escritório, como acontecia no Granatum antes da pandemia, por exemplo, é o esforço de comunicação ele não era tão grande em termos de fala ou escrita, porque a gente também tinha uma comunicação não verbal. Eu tava convivendo com as pessoas na mesma sala, eu tinha várias coisas fixadas na parede, então eu tinha uma visão de muitas das informações necessárias pro meu trabalho, Mas mesmo assim eu tinha que ter um certo esforço de comunicação, eu precisava conversar com uma pessoa ir até o lugar onde ela estava ou agendar uma reunião numa sala de reunião, reunir as pessoas com quem eu precisava tomar alguma decisão e me dedicar ali uma hora né, com elas naquela sala pra poder compartilhar as informações que eu sabia, ouvir o que elas sabiam e junto com elas tomar uma decisão. 

Então a comunicação presencial exige um esforço grande, mas que é um esforço que a gente já tá acostumado, porque é o nosso jeito de viver fora da empresa né. A gente já se esforça para se comunicar em casa, com os nossos familiares e amigos e é um esforço mais comum para todo mundo.

Quando a gente começou a trabalhar de forma híbrida, ou seja, parte remoto, parte dos dias da semana a gente trabalhava remoto e outra parte a gente trabalhava presencial, a gente começou a enfrentar um problema sério né porque parte da comunicação acontecia em ambiente virtual, seja ele de forma seja ela né, a comunicação de forma escrita ou em reuniões virtuais e mesmo que a gente fizesse ali a gravação daquela reunião ou a transcrição do que foi discutido, poucas pessoas dedicavam um tempo, um esforço pra poder assistir de novo aquela reunião ou tentar ler o que foi registrado é por ela né. 

E ficou um pouco confuso, porque as pessoas também que se reuniam presencialmente no escritório do Granatum, aquelas que estavam em São Paulo né, elas trocavam muitas informações e se comunicavam de uma maneira tão intensa né, com tanta intenção de resolver os seus problemas, que se afastavam na comunicação de quem tava remoto, que não tinha a mesma experiência de comunicação dos que estavam presencial. 

E lidar com essa diferença é um desafio ainda maior, porque além do esforço que eu preciso me dedicar à comunicação remota, de ter os equipamentos, de conseguir fazer os registros, eu também tenho, combinado esse esforço, o esforço da comunicação presencial, que apesar de ser mais comum pra gente é um outro tipo de esforço. 

E esses dois esforços ainda geram um terceiro que é o esforço de conciliação da comunicação. Como é que a gente, reunidos aqui no escritório, compartilha com os outros o que nós discutimos, o que a gente decidiu? 

Então existe um outro esforço de comunicação que se traduzia num vídeo gravado, num áudio no grupo do WhatsApp ou num texto escrito, no email enviado, que ainda precisaria de um esforço de entendimento do outro lado né. 

Então o modelo híbrido é um modelo bom em algumas, em algumas circunstâncias né, em alguns aspectos, mas que exige um esforço redobrado né, ou triplicado de comunicação entre quem tá fazendo parte dele. Esse é um ponto importante de ser percebido porque muitas vezes a gente romantiza demais um modelo híbrido.

Agora no modelo remoto e assíncrono né, eu preciso ter um outro tipo de esforço, que é o esforço de conseguir, além de participar das reuniões que acontecem nos momentos síncronos, registrar de forma escrita, preferencialmente né, pra me ajudar a refletir sobre aquilo que eu tô escrevendo, as decisões que foram tomadas, os fatos que aconteceram, as situações que a gente viveu, pra dar um contexto de entendimento, para que a outra pessoa do outro lado, que vai ler aquilo depois em outro momento, possa recuperar o máximo de informação possível que foi registrada ali, o que aconteceu em algum momento dentro do negócio. É um esforço diferente e é um esforço que a gente está menos acostumado a fazer.

Por isso que ainda a gente vê poucas empresas se dedicando a esse tipo de movimento, porque é preciso mesmo aprender a fazer um registro de uma forma mais consciente, a trazer um contexto, a esclarecer palavras que talvez não sejam entendidas facilmente por todo mundo da organização. Isso gera um vocabulário comum com o tempo, não é? Então, prestar atenção nesse tipo de esforço ajuda nessa transição para um modelo de trabalho remoto e assíncrono. 

E fazer isso com qualquer ferramenta também não é tão legal né? Porque eu poderia fazer tudo isso pelo WhatsApp, mas as minhas conversas ficariam todas misturadas ali. 

Eu poderia fazer isso via email, mas eu também teria tudo de uma forma desestruturada né, dependendo da organização de cada um da sua própria caixa de e-mail. 

E o Basecamp é uma ferramenta que foi concebida exatamente para esse propósito. Como eu consigo organizar o trabalho remoto e assíncrono de uma maneira que fica igual pra todo mundo e que todo mundo consiga participar em igual condição, em condições iguais né, pra que eu possa fazer os registros de uma forma organizada e estruturada e todo mundo possa ter o mesmo entendimento, dado que eu preciso de um esforço diferente. Então é uma ferramenta que facilita esse esforço. E acho que é por isso que o Basecamp acabou encaixando como uma luva pra gente.

Flavio Logullo

Excelente. Enquanto você falava aí eu pensando sobre essa, essa habilidade necessária. 

Quando a gente tá presencial e fazendo os encontros síncronos e isso ainda acontece, então a gente ainda faz reuniões. Em algum momento a gente ainda se encontra no escritório, mas com o propósito só de se encontrar né, basicamente. 

Quando a gente tá de fato falando de trabalho ou fazendo uma reunião, até antes aqui do nosso papo, eu tava batendo um papo com a Mari. A Mari me cobrou de uma reunião que eu fiz com um terceiro, de fora, ela falou, fiquei curiosa com aquela reunião e eu me esqueci de registrar. Então esse comportamento ele tem que mudar nesse formato. O Basecamp funciona muito bem pra gente. 

Por que a gente escolheu o Basecamp? Porque a gente coloca cada coisa no seu porta coisa né, como o Matheus Haddad gosta de falar. Os assuntos são separados por temas. 

Então no Basecamp, a gente tem como se fossem os espaços de trabalho, que são acessíveis para todos. E essa disponibilidade da informação, ela muda totalmente o jogo. Quando a gente partiu pra esse lugar remoto e assíncrono, se fez necessária essa ferramenta, a gente busca essa ferramenta. E a gente já usava uma outra ferramenta, outras ferramentas né. A gente tava ainda descobrindo como é que a gente conseguia manter esse entrosamento, porque a necessidade de ter acesso à informação ela era ainda muito importante pra nós, só que a gente tava usando definições né ou práticas que eram conhecidas no no mundo anterior, vou falar assim. 

A gente usava o WhatsApp, a gente usava o Slack, a gente usava o Gather pra simular ali a nossa presença no escritório. Mas de fato a gente conclui, depois de fazer uma série de observações, que forçar a presença, ela de fato é é perda de tempo. 

Quando a gente fez a observação mais profunda, a gente entendeu que dinâmicas de vida, eu já falei sobre isso nos episódios anteriores, a dinâmica de vida e a dinâmica de trabalho entre os indivíduos que oferecem valor dentro do nosso coletivo aqui do Granatum, funciona de forma diferente. 

Então depende de como você vive, de como é a estrutura da sua família, do lugar que você tá geograficamente falando né, isso muda demais. Então se eu tenho mais barulho de manhã, se eu rendo, se eu sou um tipo de profissional que eu tenho um rendimento maior depois de mais à tarde, mais à noite, isso não pode ser penalizado por um formato de trabalho que foi definido também ali né na revolução industrial onde a gente precisava estar presente em um determinado momento para promover valor ou para oferecer valor pro negócio. 

O nosso negócio é 100% digital. Existem atividades obviamente que funcionam dentro de uma lógica ainda do horário comercial, mas na maior parte das vezes a gente consegue criar coisas muito importantes e trocar muita informação em dinâmicas absolutamente diferentes. 

E quando a gente tem o Basecamp e a gente coloca toda a comunicação, centraliza toda a comunicação ali, e a gente dá acesso a toda a comunicação, a todas as pessoas, a gente promove um fenômeno que, no meu entendimento, apesar de ainda muito recente né, todo esse processo novo de trabalho, pra mim tá sendo a coisa mais fascinante que a gente viveu nos últimos tempos, que é uma efetividade na integração entre as pessoas e na construção de tudo que a gente faz, seja um processo judicial, um problema que a gente teve judicial e todos os indivíduos do Granatum podem estar cientes do que tá acontecendo e contribuir para aquilo, até melhorias na ferramenta a partir da observação de pessoas que nunca foram envolvidas nesse processo de criação da solução, desde uma melhor resposta do atendimento pro cliente, vindo de uma pessoa que nunca se envolveu com isso. 

Então esse envolvimento, e a gente desenhava lá no começo da WebGoal, a gente desenhava né a comunicação em rede e toda aquela interação que a gente sempre sonhou, agora a gente conseguir aplicar de verdade, a gente colocar de fato isso em prática, é maravilhoso. E a gente consegue entender e ver isso a partir do Basecamp, todo mundo com acesso à informação, todo mundo com acesso aos espaços de trabalho e efetivamente participando. 

Claro, isso exige habilidades novas né, você precisa aprender a escrever, você precisa aprender a usar as palavras e, mais do que isso, ter calma. É a frase do momento. Calma gente, calma. Porque você precisa pensar melhor. 

A gente sai desse lugar onde quem usa as palavras ou tem uma entonação de voz mais convincente lidera a coisa, para ideias mais bem formadas liderarem as coisas.

Matheus Haddad

Muito bom. Eu acho que é um experimento bem interessante que a gente tá vivendo. Já são oito meses utilizando o Basecamp. 

Eu acho que nós vamos ter novas descobertas dentro desse processo. 

Faz parte dessa mudança do canal de comunicação principal, a mudança do trabalho das pessoas né, então além de executar meu próprio trabalho eu preciso também incluir na minha rotina, no meu dia a dia, momentos onde eu devo registrar, onde eu devo deixar escrito pras outras pessoas o que foi decidido, o que foi realizado ou o que precisa ser resolvido ainda. 

Eu acho que isso é uma mudança importante nesse aspecto do trabalho em si né. Mas o que me deixou muito sensibilizado né no começo de toda essa escolha, até pela escolha do Basecamp mesmo, foi uma frase, se eu não me engano que o Flávio escreveu no Basecamp, quando eu faço uma reunião com algumas pessoas, eu estou falando com aquelas pessoas né, agora quando eu deixo registrado, escrito, eu estou falando com todo mundo. Então é um jeito de trabalhar muito mais inclusivo né. 

Muitas vezes eu não poderia participar de todas as reuniões ou de todas as situações que aconteciam no negócio, mas agora, mesmo não fazendo parte de alguns debates, de alguns foros, eu posso ir até o Basecamp ler, entender o que foi discutido, entender o contexto e emitir uma opinião né, emitir uma opinião. 

Eu acho que isso é o mais valoroso nesse caso né. Eu posso ter realmente, pra quem tem o interesse, a possibilidade de integrar todo conhecimento em um único lugar e de todo mundo poder participar do mesmo jeito, não é? Escrevendo e representando as suas ideias em condições iguais a qualquer outro integrante da equipe. Eu acho que esse é um ganho bastante grande do Basecamp.

Mariana Prado

Muito legal, gente. 

O Basecamp ele acaba não sendo só uma ferramenta né, ele acabou virando o nosso espaço comum. Então é onde a gente se encontra, mesmo sem tá ali no ao vivo, é onde as nossas ideias elas vão ganhando forma, é onde os combinados eles vão ficando claros, e que o trabalho ele vai acontecendo com mais calma, e com mais propósito também. 

Então o Basecamp ele tá representando pra gente um jeito novo de trabalhar que tá respeitando mais o nosso tempo, dando mais autonomia e com foco em cada pessoa que tá aqui dentro do nosso time. 

Se você curtiu esse papo, compartilhe esse episódio com quem tá buscando uma forma mais leve e eficiente de se organizar no trabalho, principalmente se for no remoto. 

A gente se vê no próximo episódio de Código Granatum. Até lá!

Mariana Prado

Você está ouvindo Código Granatum. Conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e comigo estão Flávio Logullo e Matheus Haddad, dois dos cofundadores do Granatum.

No nosso último encontro a gente falou um pouco sobre o nosso formato de trabalho, que ele é remoto e é assíncrono. 

Para que esse modelo funcione de verdade, além da gente confiar em cada pessoa que tá no time, a gente precisa de uma ferramenta que sustente o nosso dia a dia de trabalho e eu confesso que eu não sei dizer o que que veio primeiro, se foi a escolha da ferramenta ou a decisão da gente ser remoto e assíncrono, mas eu posso afirmar que essas duas coisas elas estão caminhando juntas desde o dia primeiro de Janeiro. A ferramenta que eu estou falando é o Basecamp.

A gente comentou sobre ele na semana passada, mas hoje é o momento de trazer esse espaço pro centro da nossa conversa. É esse lugar que viabiliza os nossos encontros, as trocas, os planejamentos e as nossas ações. 

Então vamos lá, Floz e Matheus, como é que vocês chegaram até o Basecamp? 

Em que momento vocês perceberam que ele era exatamente o que o Granatum estava precisando nesse momento?

Flavio Logullo

Eu também não sei dizer o que que veio primeiro, viu Mari. 

Bom, a escolha da ferramenta, ela foi muito baseada na admiração que a gente tem com a própria 37signals né, que é quem faz o Basecamp, a ferramenta. 

Mas o princípio vem antes disso. 

A gente entendeu, antes de tudo, que era necessário a gente sair do modo híbrido, porque o modo híbrido é muito prejudicial para o funcionamento do negócio. A gente mistura as capacidades que a gente tem, a gente mistura a necessidade que a gente tem, principalmente num tema mais sensível que a gente entende ser o mais relevante dentro dos negócios, que é a comunicação. Então quando a gente observou o Granatum, entendendo tudo que tava acontecendo de falhas né, pontos de melhoria que a gente tinha, a gente entendia que as melhorias deveriam acontecer na comunicação que a gente tinha. 

Então vários projetos acontecendo, vários conhecimentos nascendo, a gente fazendo pesquisa, entendendo sobre problemas, fazendo várias frentes né de teste em ferramenta, em serviço, e aquilo tudo meio que se perdia nos núcleos né, nos nichos, nos silos que eram formados dentro das empresas. E curiosamente esse sempre foi um tema que a gente tomou cuidado, formar os silos né, não formar ali as Ilhas de conhecimento, as ilhas de atuação, porque a gente sabe e sempre soube, a partir do momento que a gente começou a estudar sobre organizações horizontais né, sobre agilidade, a gente entendeu o quão prejudicial é pro negócio a gente ter silos, onde o conhecimento ele fica, é a troca de conhecimento fica muito fragilizada. 

Porque os silos sempre dependem de alguém que vai ou que leve ou busque a informação que faça a conexão entre os diferentes núcleos. E a gente sempre defendeu essa postura né, eu falei um pouco sobre o profissional multidisciplinar e essa multidisciplinaridade que é muito importante dentro do Granatum. E da mesma forma, essa multidisciplinaridade ela meio que prevê uma mobilidade em 360 graus de todas as pessoas. E essa mobilidade entre os silos, ela é muito dependente da afinidade que a gente tem com as pessoas, da predisposição que a gente tem de entrar num mundo desconhecido, então eu tenho que ir lá buscar uma informação sobre o CS pra eu trazer aqui, pra eu entender sobre o produto. 

Então são muitas camadas e muitas barreiras que a gente enfrenta normalmente e que em geral está relacionado com o indivíduo, e que em geral está relacionado com a quantidade de exposição que a gente vai ter sobre um determinado assunto, para dar segurança pra gente ter essa mobilidade. 

Então observando que sempre algumas pessoas né lideravam esses movimentos laterais e que os silos, mesmo contra a nossa vontade, eles estavam sendo formados, a gente resolveu dar aquele bom e velho passo pra trás e olhar pros lados e entender 'gente, o que que é que a gente tá fazendo errado?' 

Então a gente começou a discutir principalmente sobre a nossa estrutura, como é que a gente estava funcionando e a gente chegou onde éramos ou funcionávamos no modelo híbrido. Eu acho que isso aconteceu com quase todos os negócios que passaram da pandemia e voltaram né da pandemia. E com aquela vontade do tipo eu quero me relacionar com as pessoas, ir até o escritório, ao mesmo tempo que, puxa como é improdutivo gastar duas horas de trânsito, ir até o escritório, ter interrupções absurdas o tempo inteiro sobre assuntos aleatórios E apesar dos benefícios, tem muitos malefícios nisso também. E a gente estava funcionando sob nossa ótica nesse modelo híbrido ainda. 

E daí a gente resolveu observar de verdade. Será que está funcionando o modelo híbrido sim ou não? E a gente decide então adotar o modelo remoto, 100% vamos assumir isso. E isso veio junto com, a gente já usava uma ferramenta de comunicação escrita, mas isso veio muito junto de, então se a gente vai ser remoto a gente precisa basicamente buscar uma ferramenta que favoreça esse esse modo de operação. Então acho que as coisas aconteceram meio juntas, Mari.

Matheus Haddad

Eu acho que vale a pena aqui a gente também tentar destrinchar esses três modos de trabalho, porque a gente passou por uma reflexão grande sobre isso né, relacionando esses meios de trabalho com a comunicação, o processo de comunicação. 

Então quando a gente trabalha presencialmente né, com as pessoas no escritório, como acontecia no Granatum antes da pandemia, por exemplo, é o esforço de comunicação ele não era tão grande em termos de fala ou escrita, porque a gente também tinha uma comunicação não verbal. Eu tava convivendo com as pessoas na mesma sala, eu tinha várias coisas fixadas na parede, então eu tinha uma visão de muitas das informações necessárias pro meu trabalho, Mas mesmo assim eu tinha que ter um certo esforço de comunicação, eu precisava conversar com uma pessoa ir até o lugar onde ela estava ou agendar uma reunião numa sala de reunião, reunir as pessoas com quem eu precisava tomar alguma decisão e me dedicar ali uma hora né, com elas naquela sala pra poder compartilhar as informações que eu sabia, ouvir o que elas sabiam e junto com elas tomar uma decisão. 

Então a comunicação presencial exige um esforço grande, mas que é um esforço que a gente já tá acostumado, porque é o nosso jeito de viver fora da empresa né. A gente já se esforça para se comunicar em casa, com os nossos familiares e amigos e é um esforço mais comum para todo mundo.

Quando a gente começou a trabalhar de forma híbrida, ou seja, parte remoto, parte dos dias da semana a gente trabalhava remoto e outra parte a gente trabalhava presencial, a gente começou a enfrentar um problema sério né porque parte da comunicação acontecia em ambiente virtual, seja ele de forma seja ela né, a comunicação de forma escrita ou em reuniões virtuais e mesmo que a gente fizesse ali a gravação daquela reunião ou a transcrição do que foi discutido, poucas pessoas dedicavam um tempo, um esforço pra poder assistir de novo aquela reunião ou tentar ler o que foi registrado é por ela né. 

E ficou um pouco confuso, porque as pessoas também que se reuniam presencialmente no escritório do Granatum, aquelas que estavam em São Paulo né, elas trocavam muitas informações e se comunicavam de uma maneira tão intensa né, com tanta intenção de resolver os seus problemas, que se afastavam na comunicação de quem tava remoto, que não tinha a mesma experiência de comunicação dos que estavam presencial. 

E lidar com essa diferença é um desafio ainda maior, porque além do esforço que eu preciso me dedicar à comunicação remota, de ter os equipamentos, de conseguir fazer os registros, eu também tenho, combinado esse esforço, o esforço da comunicação presencial, que apesar de ser mais comum pra gente é um outro tipo de esforço. 

E esses dois esforços ainda geram um terceiro que é o esforço de conciliação da comunicação. Como é que a gente, reunidos aqui no escritório, compartilha com os outros o que nós discutimos, o que a gente decidiu? 

Então existe um outro esforço de comunicação que se traduzia num vídeo gravado, num áudio no grupo do WhatsApp ou num texto escrito, no email enviado, que ainda precisaria de um esforço de entendimento do outro lado né. 

Então o modelo híbrido é um modelo bom em algumas, em algumas circunstâncias né, em alguns aspectos, mas que exige um esforço redobrado né, ou triplicado de comunicação entre quem tá fazendo parte dele. Esse é um ponto importante de ser percebido porque muitas vezes a gente romantiza demais um modelo híbrido.

Agora no modelo remoto e assíncrono né, eu preciso ter um outro tipo de esforço, que é o esforço de conseguir, além de participar das reuniões que acontecem nos momentos síncronos, registrar de forma escrita, preferencialmente né, pra me ajudar a refletir sobre aquilo que eu tô escrevendo, as decisões que foram tomadas, os fatos que aconteceram, as situações que a gente viveu, pra dar um contexto de entendimento, para que a outra pessoa do outro lado, que vai ler aquilo depois em outro momento, possa recuperar o máximo de informação possível que foi registrada ali, o que aconteceu em algum momento dentro do negócio. É um esforço diferente e é um esforço que a gente está menos acostumado a fazer.

Por isso que ainda a gente vê poucas empresas se dedicando a esse tipo de movimento, porque é preciso mesmo aprender a fazer um registro de uma forma mais consciente, a trazer um contexto, a esclarecer palavras que talvez não sejam entendidas facilmente por todo mundo da organização. Isso gera um vocabulário comum com o tempo, não é? Então, prestar atenção nesse tipo de esforço ajuda nessa transição para um modelo de trabalho remoto e assíncrono. 

E fazer isso com qualquer ferramenta também não é tão legal né? Porque eu poderia fazer tudo isso pelo WhatsApp, mas as minhas conversas ficariam todas misturadas ali. 

Eu poderia fazer isso via email, mas eu também teria tudo de uma forma desestruturada né, dependendo da organização de cada um da sua própria caixa de e-mail. 

E o Basecamp é uma ferramenta que foi concebida exatamente para esse propósito. Como eu consigo organizar o trabalho remoto e assíncrono de uma maneira que fica igual pra todo mundo e que todo mundo consiga participar em igual condição, em condições iguais né, pra que eu possa fazer os registros de uma forma organizada e estruturada e todo mundo possa ter o mesmo entendimento, dado que eu preciso de um esforço diferente. Então é uma ferramenta que facilita esse esforço. E acho que é por isso que o Basecamp acabou encaixando como uma luva pra gente.

Flavio Logullo

Excelente. Enquanto você falava aí eu pensando sobre essa, essa habilidade necessária. 

Quando a gente tá presencial e fazendo os encontros síncronos e isso ainda acontece, então a gente ainda faz reuniões. Em algum momento a gente ainda se encontra no escritório, mas com o propósito só de se encontrar né, basicamente. 

Quando a gente tá de fato falando de trabalho ou fazendo uma reunião, até antes aqui do nosso papo, eu tava batendo um papo com a Mari. A Mari me cobrou de uma reunião que eu fiz com um terceiro, de fora, ela falou, fiquei curiosa com aquela reunião e eu me esqueci de registrar. Então esse comportamento ele tem que mudar nesse formato. O Basecamp funciona muito bem pra gente. 

Por que a gente escolheu o Basecamp? Porque a gente coloca cada coisa no seu porta coisa né, como o Matheus Haddad gosta de falar. Os assuntos são separados por temas. 

Então no Basecamp, a gente tem como se fossem os espaços de trabalho, que são acessíveis para todos. E essa disponibilidade da informação, ela muda totalmente o jogo. Quando a gente partiu pra esse lugar remoto e assíncrono, se fez necessária essa ferramenta, a gente busca essa ferramenta. E a gente já usava uma outra ferramenta, outras ferramentas né. A gente tava ainda descobrindo como é que a gente conseguia manter esse entrosamento, porque a necessidade de ter acesso à informação ela era ainda muito importante pra nós, só que a gente tava usando definições né ou práticas que eram conhecidas no no mundo anterior, vou falar assim. 

A gente usava o WhatsApp, a gente usava o Slack, a gente usava o Gather pra simular ali a nossa presença no escritório. Mas de fato a gente conclui, depois de fazer uma série de observações, que forçar a presença, ela de fato é é perda de tempo. 

Quando a gente fez a observação mais profunda, a gente entendeu que dinâmicas de vida, eu já falei sobre isso nos episódios anteriores, a dinâmica de vida e a dinâmica de trabalho entre os indivíduos que oferecem valor dentro do nosso coletivo aqui do Granatum, funciona de forma diferente. 

Então depende de como você vive, de como é a estrutura da sua família, do lugar que você tá geograficamente falando né, isso muda demais. Então se eu tenho mais barulho de manhã, se eu rendo, se eu sou um tipo de profissional que eu tenho um rendimento maior depois de mais à tarde, mais à noite, isso não pode ser penalizado por um formato de trabalho que foi definido também ali né na revolução industrial onde a gente precisava estar presente em um determinado momento para promover valor ou para oferecer valor pro negócio. 

O nosso negócio é 100% digital. Existem atividades obviamente que funcionam dentro de uma lógica ainda do horário comercial, mas na maior parte das vezes a gente consegue criar coisas muito importantes e trocar muita informação em dinâmicas absolutamente diferentes. 

E quando a gente tem o Basecamp e a gente coloca toda a comunicação, centraliza toda a comunicação ali, e a gente dá acesso a toda a comunicação, a todas as pessoas, a gente promove um fenômeno que, no meu entendimento, apesar de ainda muito recente né, todo esse processo novo de trabalho, pra mim tá sendo a coisa mais fascinante que a gente viveu nos últimos tempos, que é uma efetividade na integração entre as pessoas e na construção de tudo que a gente faz, seja um processo judicial, um problema que a gente teve judicial e todos os indivíduos do Granatum podem estar cientes do que tá acontecendo e contribuir para aquilo, até melhorias na ferramenta a partir da observação de pessoas que nunca foram envolvidas nesse processo de criação da solução, desde uma melhor resposta do atendimento pro cliente, vindo de uma pessoa que nunca se envolveu com isso. 

Então esse envolvimento, e a gente desenhava lá no começo da WebGoal, a gente desenhava né a comunicação em rede e toda aquela interação que a gente sempre sonhou, agora a gente conseguir aplicar de verdade, a gente colocar de fato isso em prática, é maravilhoso. E a gente consegue entender e ver isso a partir do Basecamp, todo mundo com acesso à informação, todo mundo com acesso aos espaços de trabalho e efetivamente participando. 

Claro, isso exige habilidades novas né, você precisa aprender a escrever, você precisa aprender a usar as palavras e, mais do que isso, ter calma. É a frase do momento. Calma gente, calma. Porque você precisa pensar melhor. 

A gente sai desse lugar onde quem usa as palavras ou tem uma entonação de voz mais convincente lidera a coisa, para ideias mais bem formadas liderarem as coisas.

Matheus Haddad

Muito bom. Eu acho que é um experimento bem interessante que a gente tá vivendo. Já são oito meses utilizando o Basecamp. 

Eu acho que nós vamos ter novas descobertas dentro desse processo. 

Faz parte dessa mudança do canal de comunicação principal, a mudança do trabalho das pessoas né, então além de executar meu próprio trabalho eu preciso também incluir na minha rotina, no meu dia a dia, momentos onde eu devo registrar, onde eu devo deixar escrito pras outras pessoas o que foi decidido, o que foi realizado ou o que precisa ser resolvido ainda. 

Eu acho que isso é uma mudança importante nesse aspecto do trabalho em si né. Mas o que me deixou muito sensibilizado né no começo de toda essa escolha, até pela escolha do Basecamp mesmo, foi uma frase, se eu não me engano que o Flávio escreveu no Basecamp, quando eu faço uma reunião com algumas pessoas, eu estou falando com aquelas pessoas né, agora quando eu deixo registrado, escrito, eu estou falando com todo mundo. Então é um jeito de trabalhar muito mais inclusivo né. 

Muitas vezes eu não poderia participar de todas as reuniões ou de todas as situações que aconteciam no negócio, mas agora, mesmo não fazendo parte de alguns debates, de alguns foros, eu posso ir até o Basecamp ler, entender o que foi discutido, entender o contexto e emitir uma opinião né, emitir uma opinião. 

Eu acho que isso é o mais valoroso nesse caso né. Eu posso ter realmente, pra quem tem o interesse, a possibilidade de integrar todo conhecimento em um único lugar e de todo mundo poder participar do mesmo jeito, não é? Escrevendo e representando as suas ideias em condições iguais a qualquer outro integrante da equipe. Eu acho que esse é um ganho bastante grande do Basecamp.

Mariana Prado

Muito legal, gente. 

O Basecamp ele acaba não sendo só uma ferramenta né, ele acabou virando o nosso espaço comum. Então é onde a gente se encontra, mesmo sem tá ali no ao vivo, é onde as nossas ideias elas vão ganhando forma, é onde os combinados eles vão ficando claros, e que o trabalho ele vai acontecendo com mais calma, e com mais propósito também. 

Então o Basecamp ele tá representando pra gente um jeito novo de trabalhar que tá respeitando mais o nosso tempo, dando mais autonomia e com foco em cada pessoa que tá aqui dentro do nosso time. 

Se você curtiu esse papo, compartilhe esse episódio com quem tá buscando uma forma mais leve e eficiente de se organizar no trabalho, principalmente se for no remoto. 

A gente se vê no próximo episódio de Código Granatum. Até lá!

Mariana Prado

Você está ouvindo Código Granatum. Conversas diretas sobre tecnologia, cultura e um caixa saudável. Eu sou Mari Prado, do time de sucesso do cliente e comigo estão Flávio Logullo e Matheus Haddad, dois dos cofundadores do Granatum.

No nosso último encontro a gente falou um pouco sobre o nosso formato de trabalho, que ele é remoto e é assíncrono. 

Para que esse modelo funcione de verdade, além da gente confiar em cada pessoa que tá no time, a gente precisa de uma ferramenta que sustente o nosso dia a dia de trabalho e eu confesso que eu não sei dizer o que que veio primeiro, se foi a escolha da ferramenta ou a decisão da gente ser remoto e assíncrono, mas eu posso afirmar que essas duas coisas elas estão caminhando juntas desde o dia primeiro de Janeiro. A ferramenta que eu estou falando é o Basecamp.

A gente comentou sobre ele na semana passada, mas hoje é o momento de trazer esse espaço pro centro da nossa conversa. É esse lugar que viabiliza os nossos encontros, as trocas, os planejamentos e as nossas ações. 

Então vamos lá, Floz e Matheus, como é que vocês chegaram até o Basecamp? 

Em que momento vocês perceberam que ele era exatamente o que o Granatum estava precisando nesse momento?

Flavio Logullo

Eu também não sei dizer o que que veio primeiro, viu Mari. 

Bom, a escolha da ferramenta, ela foi muito baseada na admiração que a gente tem com a própria 37signals né, que é quem faz o Basecamp, a ferramenta. 

Mas o princípio vem antes disso. 

A gente entendeu, antes de tudo, que era necessário a gente sair do modo híbrido, porque o modo híbrido é muito prejudicial para o funcionamento do negócio. A gente mistura as capacidades que a gente tem, a gente mistura a necessidade que a gente tem, principalmente num tema mais sensível que a gente entende ser o mais relevante dentro dos negócios, que é a comunicação. Então quando a gente observou o Granatum, entendendo tudo que tava acontecendo de falhas né, pontos de melhoria que a gente tinha, a gente entendia que as melhorias deveriam acontecer na comunicação que a gente tinha. 

Então vários projetos acontecendo, vários conhecimentos nascendo, a gente fazendo pesquisa, entendendo sobre problemas, fazendo várias frentes né de teste em ferramenta, em serviço, e aquilo tudo meio que se perdia nos núcleos né, nos nichos, nos silos que eram formados dentro das empresas. E curiosamente esse sempre foi um tema que a gente tomou cuidado, formar os silos né, não formar ali as Ilhas de conhecimento, as ilhas de atuação, porque a gente sabe e sempre soube, a partir do momento que a gente começou a estudar sobre organizações horizontais né, sobre agilidade, a gente entendeu o quão prejudicial é pro negócio a gente ter silos, onde o conhecimento ele fica, é a troca de conhecimento fica muito fragilizada. 

Porque os silos sempre dependem de alguém que vai ou que leve ou busque a informação que faça a conexão entre os diferentes núcleos. E a gente sempre defendeu essa postura né, eu falei um pouco sobre o profissional multidisciplinar e essa multidisciplinaridade que é muito importante dentro do Granatum. E da mesma forma, essa multidisciplinaridade ela meio que prevê uma mobilidade em 360 graus de todas as pessoas. E essa mobilidade entre os silos, ela é muito dependente da afinidade que a gente tem com as pessoas, da predisposição que a gente tem de entrar num mundo desconhecido, então eu tenho que ir lá buscar uma informação sobre o CS pra eu trazer aqui, pra eu entender sobre o produto. 

Então são muitas camadas e muitas barreiras que a gente enfrenta normalmente e que em geral está relacionado com o indivíduo, e que em geral está relacionado com a quantidade de exposição que a gente vai ter sobre um determinado assunto, para dar segurança pra gente ter essa mobilidade. 

Então observando que sempre algumas pessoas né lideravam esses movimentos laterais e que os silos, mesmo contra a nossa vontade, eles estavam sendo formados, a gente resolveu dar aquele bom e velho passo pra trás e olhar pros lados e entender 'gente, o que que é que a gente tá fazendo errado?' 

Então a gente começou a discutir principalmente sobre a nossa estrutura, como é que a gente estava funcionando e a gente chegou onde éramos ou funcionávamos no modelo híbrido. Eu acho que isso aconteceu com quase todos os negócios que passaram da pandemia e voltaram né da pandemia. E com aquela vontade do tipo eu quero me relacionar com as pessoas, ir até o escritório, ao mesmo tempo que, puxa como é improdutivo gastar duas horas de trânsito, ir até o escritório, ter interrupções absurdas o tempo inteiro sobre assuntos aleatórios E apesar dos benefícios, tem muitos malefícios nisso também. E a gente estava funcionando sob nossa ótica nesse modelo híbrido ainda. 

E daí a gente resolveu observar de verdade. Será que está funcionando o modelo híbrido sim ou não? E a gente decide então adotar o modelo remoto, 100% vamos assumir isso. E isso veio junto com, a gente já usava uma ferramenta de comunicação escrita, mas isso veio muito junto de, então se a gente vai ser remoto a gente precisa basicamente buscar uma ferramenta que favoreça esse esse modo de operação. Então acho que as coisas aconteceram meio juntas, Mari.

Matheus Haddad

Eu acho que vale a pena aqui a gente também tentar destrinchar esses três modos de trabalho, porque a gente passou por uma reflexão grande sobre isso né, relacionando esses meios de trabalho com a comunicação, o processo de comunicação. 

Então quando a gente trabalha presencialmente né, com as pessoas no escritório, como acontecia no Granatum antes da pandemia, por exemplo, é o esforço de comunicação ele não era tão grande em termos de fala ou escrita, porque a gente também tinha uma comunicação não verbal. Eu tava convivendo com as pessoas na mesma sala, eu tinha várias coisas fixadas na parede, então eu tinha uma visão de muitas das informações necessárias pro meu trabalho, Mas mesmo assim eu tinha que ter um certo esforço de comunicação, eu precisava conversar com uma pessoa ir até o lugar onde ela estava ou agendar uma reunião numa sala de reunião, reunir as pessoas com quem eu precisava tomar alguma decisão e me dedicar ali uma hora né, com elas naquela sala pra poder compartilhar as informações que eu sabia, ouvir o que elas sabiam e junto com elas tomar uma decisão. 

Então a comunicação presencial exige um esforço grande, mas que é um esforço que a gente já tá acostumado, porque é o nosso jeito de viver fora da empresa né. A gente já se esforça para se comunicar em casa, com os nossos familiares e amigos e é um esforço mais comum para todo mundo.

Quando a gente começou a trabalhar de forma híbrida, ou seja, parte remoto, parte dos dias da semana a gente trabalhava remoto e outra parte a gente trabalhava presencial, a gente começou a enfrentar um problema sério né porque parte da comunicação acontecia em ambiente virtual, seja ele de forma seja ela né, a comunicação de forma escrita ou em reuniões virtuais e mesmo que a gente fizesse ali a gravação daquela reunião ou a transcrição do que foi discutido, poucas pessoas dedicavam um tempo, um esforço pra poder assistir de novo aquela reunião ou tentar ler o que foi registrado é por ela né. 

E ficou um pouco confuso, porque as pessoas também que se reuniam presencialmente no escritório do Granatum, aquelas que estavam em São Paulo né, elas trocavam muitas informações e se comunicavam de uma maneira tão intensa né, com tanta intenção de resolver os seus problemas, que se afastavam na comunicação de quem tava remoto, que não tinha a mesma experiência de comunicação dos que estavam presencial. 

E lidar com essa diferença é um desafio ainda maior, porque além do esforço que eu preciso me dedicar à comunicação remota, de ter os equipamentos, de conseguir fazer os registros, eu também tenho, combinado esse esforço, o esforço da comunicação presencial, que apesar de ser mais comum pra gente é um outro tipo de esforço. 

E esses dois esforços ainda geram um terceiro que é o esforço de conciliação da comunicação. Como é que a gente, reunidos aqui no escritório, compartilha com os outros o que nós discutimos, o que a gente decidiu? 

Então existe um outro esforço de comunicação que se traduzia num vídeo gravado, num áudio no grupo do WhatsApp ou num texto escrito, no email enviado, que ainda precisaria de um esforço de entendimento do outro lado né. 

Então o modelo híbrido é um modelo bom em algumas, em algumas circunstâncias né, em alguns aspectos, mas que exige um esforço redobrado né, ou triplicado de comunicação entre quem tá fazendo parte dele. Esse é um ponto importante de ser percebido porque muitas vezes a gente romantiza demais um modelo híbrido.

Agora no modelo remoto e assíncrono né, eu preciso ter um outro tipo de esforço, que é o esforço de conseguir, além de participar das reuniões que acontecem nos momentos síncronos, registrar de forma escrita, preferencialmente né, pra me ajudar a refletir sobre aquilo que eu tô escrevendo, as decisões que foram tomadas, os fatos que aconteceram, as situações que a gente viveu, pra dar um contexto de entendimento, para que a outra pessoa do outro lado, que vai ler aquilo depois em outro momento, possa recuperar o máximo de informação possível que foi registrada ali, o que aconteceu em algum momento dentro do negócio. É um esforço diferente e é um esforço que a gente está menos acostumado a fazer.

Por isso que ainda a gente vê poucas empresas se dedicando a esse tipo de movimento, porque é preciso mesmo aprender a fazer um registro de uma forma mais consciente, a trazer um contexto, a esclarecer palavras que talvez não sejam entendidas facilmente por todo mundo da organização. Isso gera um vocabulário comum com o tempo, não é? Então, prestar atenção nesse tipo de esforço ajuda nessa transição para um modelo de trabalho remoto e assíncrono. 

E fazer isso com qualquer ferramenta também não é tão legal né? Porque eu poderia fazer tudo isso pelo WhatsApp, mas as minhas conversas ficariam todas misturadas ali. 

Eu poderia fazer isso via email, mas eu também teria tudo de uma forma desestruturada né, dependendo da organização de cada um da sua própria caixa de e-mail. 

E o Basecamp é uma ferramenta que foi concebida exatamente para esse propósito. Como eu consigo organizar o trabalho remoto e assíncrono de uma maneira que fica igual pra todo mundo e que todo mundo consiga participar em igual condição, em condições iguais né, pra que eu possa fazer os registros de uma forma organizada e estruturada e todo mundo possa ter o mesmo entendimento, dado que eu preciso de um esforço diferente. Então é uma ferramenta que facilita esse esforço. E acho que é por isso que o Basecamp acabou encaixando como uma luva pra gente.

Flavio Logullo

Excelente. Enquanto você falava aí eu pensando sobre essa, essa habilidade necessária. 

Quando a gente tá presencial e fazendo os encontros síncronos e isso ainda acontece, então a gente ainda faz reuniões. Em algum momento a gente ainda se encontra no escritório, mas com o propósito só de se encontrar né, basicamente. 

Quando a gente tá de fato falando de trabalho ou fazendo uma reunião, até antes aqui do nosso papo, eu tava batendo um papo com a Mari. A Mari me cobrou de uma reunião que eu fiz com um terceiro, de fora, ela falou, fiquei curiosa com aquela reunião e eu me esqueci de registrar. Então esse comportamento ele tem que mudar nesse formato. O Basecamp funciona muito bem pra gente. 

Por que a gente escolheu o Basecamp? Porque a gente coloca cada coisa no seu porta coisa né, como o Matheus Haddad gosta de falar. Os assuntos são separados por temas. 

Então no Basecamp, a gente tem como se fossem os espaços de trabalho, que são acessíveis para todos. E essa disponibilidade da informação, ela muda totalmente o jogo. Quando a gente partiu pra esse lugar remoto e assíncrono, se fez necessária essa ferramenta, a gente busca essa ferramenta. E a gente já usava uma outra ferramenta, outras ferramentas né. A gente tava ainda descobrindo como é que a gente conseguia manter esse entrosamento, porque a necessidade de ter acesso à informação ela era ainda muito importante pra nós, só que a gente tava usando definições né ou práticas que eram conhecidas no no mundo anterior, vou falar assim. 

A gente usava o WhatsApp, a gente usava o Slack, a gente usava o Gather pra simular ali a nossa presença no escritório. Mas de fato a gente conclui, depois de fazer uma série de observações, que forçar a presença, ela de fato é é perda de tempo. 

Quando a gente fez a observação mais profunda, a gente entendeu que dinâmicas de vida, eu já falei sobre isso nos episódios anteriores, a dinâmica de vida e a dinâmica de trabalho entre os indivíduos que oferecem valor dentro do nosso coletivo aqui do Granatum, funciona de forma diferente. 

Então depende de como você vive, de como é a estrutura da sua família, do lugar que você tá geograficamente falando né, isso muda demais. Então se eu tenho mais barulho de manhã, se eu rendo, se eu sou um tipo de profissional que eu tenho um rendimento maior depois de mais à tarde, mais à noite, isso não pode ser penalizado por um formato de trabalho que foi definido também ali né na revolução industrial onde a gente precisava estar presente em um determinado momento para promover valor ou para oferecer valor pro negócio. 

O nosso negócio é 100% digital. Existem atividades obviamente que funcionam dentro de uma lógica ainda do horário comercial, mas na maior parte das vezes a gente consegue criar coisas muito importantes e trocar muita informação em dinâmicas absolutamente diferentes. 

E quando a gente tem o Basecamp e a gente coloca toda a comunicação, centraliza toda a comunicação ali, e a gente dá acesso a toda a comunicação, a todas as pessoas, a gente promove um fenômeno que, no meu entendimento, apesar de ainda muito recente né, todo esse processo novo de trabalho, pra mim tá sendo a coisa mais fascinante que a gente viveu nos últimos tempos, que é uma efetividade na integração entre as pessoas e na construção de tudo que a gente faz, seja um processo judicial, um problema que a gente teve judicial e todos os indivíduos do Granatum podem estar cientes do que tá acontecendo e contribuir para aquilo, até melhorias na ferramenta a partir da observação de pessoas que nunca foram envolvidas nesse processo de criação da solução, desde uma melhor resposta do atendimento pro cliente, vindo de uma pessoa que nunca se envolveu com isso. 

Então esse envolvimento, e a gente desenhava lá no começo da WebGoal, a gente desenhava né a comunicação em rede e toda aquela interação que a gente sempre sonhou, agora a gente conseguir aplicar de verdade, a gente colocar de fato isso em prática, é maravilhoso. E a gente consegue entender e ver isso a partir do Basecamp, todo mundo com acesso à informação, todo mundo com acesso aos espaços de trabalho e efetivamente participando. 

Claro, isso exige habilidades novas né, você precisa aprender a escrever, você precisa aprender a usar as palavras e, mais do que isso, ter calma. É a frase do momento. Calma gente, calma. Porque você precisa pensar melhor. 

A gente sai desse lugar onde quem usa as palavras ou tem uma entonação de voz mais convincente lidera a coisa, para ideias mais bem formadas liderarem as coisas.

Matheus Haddad

Muito bom. Eu acho que é um experimento bem interessante que a gente tá vivendo. Já são oito meses utilizando o Basecamp. 

Eu acho que nós vamos ter novas descobertas dentro desse processo. 

Faz parte dessa mudança do canal de comunicação principal, a mudança do trabalho das pessoas né, então além de executar meu próprio trabalho eu preciso também incluir na minha rotina, no meu dia a dia, momentos onde eu devo registrar, onde eu devo deixar escrito pras outras pessoas o que foi decidido, o que foi realizado ou o que precisa ser resolvido ainda. 

Eu acho que isso é uma mudança importante nesse aspecto do trabalho em si né. Mas o que me deixou muito sensibilizado né no começo de toda essa escolha, até pela escolha do Basecamp mesmo, foi uma frase, se eu não me engano que o Flávio escreveu no Basecamp, quando eu faço uma reunião com algumas pessoas, eu estou falando com aquelas pessoas né, agora quando eu deixo registrado, escrito, eu estou falando com todo mundo. Então é um jeito de trabalhar muito mais inclusivo né. 

Muitas vezes eu não poderia participar de todas as reuniões ou de todas as situações que aconteciam no negócio, mas agora, mesmo não fazendo parte de alguns debates, de alguns foros, eu posso ir até o Basecamp ler, entender o que foi discutido, entender o contexto e emitir uma opinião né, emitir uma opinião. 

Eu acho que isso é o mais valoroso nesse caso né. Eu posso ter realmente, pra quem tem o interesse, a possibilidade de integrar todo conhecimento em um único lugar e de todo mundo poder participar do mesmo jeito, não é? Escrevendo e representando as suas ideias em condições iguais a qualquer outro integrante da equipe. Eu acho que esse é um ganho bastante grande do Basecamp.

Mariana Prado

Muito legal, gente. 

O Basecamp ele acaba não sendo só uma ferramenta né, ele acabou virando o nosso espaço comum. Então é onde a gente se encontra, mesmo sem tá ali no ao vivo, é onde as nossas ideias elas vão ganhando forma, é onde os combinados eles vão ficando claros, e que o trabalho ele vai acontecendo com mais calma, e com mais propósito também. 

Então o Basecamp ele tá representando pra gente um jeito novo de trabalhar que tá respeitando mais o nosso tempo, dando mais autonomia e com foco em cada pessoa que tá aqui dentro do nosso time. 

Se você curtiu esse papo, compartilhe esse episódio com quem tá buscando uma forma mais leve e eficiente de se organizar no trabalho, principalmente se for no remoto. 

A gente se vê no próximo episódio de Código Granatum. Até lá!